[ad_1]
A funcionária chegou gentilmente no rapaz e disse, sem rodeios: “Por algum erro do sistema, o senhor comprou uma poltrona destinada a pessoas com deficiência. Peço desculpas, mas iremos reembolsá-lo, pois esse lugar é reservado”. Sem sobressaltos, ele entendeu a situação, não argumentou, e saiu.
As opções para que pessoas com restrição severa de mobilidade assistam a filmes em qualquer cinema são sempre restritas, quando não pessimamente destinadas. No caso de um cadeirante, como eu, ou se vê nos lugares reservados ou não se vê.
A atitude da profissional —nada comum em minha experiência como apaixonado por cinema—, além de extremamente elegante e inclusiva, é um dos motivos para dar novamente ao Cinépolis Jardim Pamplona o mérito de destaque em acessibilidade.
Funcionários cientes de direitos de grupos sociais alavancam não só a credibilidade dos estabelecimentos, como fidelizam público e ampliam as portas para que todos possam desfrutar de serviços de maneira confortável e justa.
O Jardim Pamplona também resolveu aperfeiçoar a inclusão, nos últimos meses, quando identificou em algumas poltronas que elas eram de uso de pessoas com deficiência e de seu acompanhante.
Em geral, os cinemas só marcam quadrados em azul, no chão, com o símbolo universal da acessibilidade, sem a opção clara de que o consumidor pode optar por se sentar em uma poltrona, se quiser.
Pode parecer algo elementar, mas no caso de um cinema cujo diferencial é justamente poder se acomodar confortavelmente enquanto se assiste a um filme —podendo até se deitar—, a medida faz toda a diferença e é um acerto. Como as salas VIP do complexo são pequenas, a medida indica uma ação real em busca de equidade.
O valor do ingresso é, sim, mais elevado, mas comodidades como um garçom para ajudar na pipoca e quitutes, além de muito conforto no ambiente, compensam. Nem por isso, o cinema deixa de cobrar apenas a metade da entrada de pessoas com deficiência e de seu acompanhante.
Outras redes começaram rapidamente a equipar suas salas com tecnologia que possibilita que pessoas com deficiência visual (por meio de audiodescrição) e deficiência auditiva (por meio de legendas e tradução em Libras) possam assistir aos filmes de maneira adequada. A iniciativa já existia no Jardim Pamplona há bem mais tempo.
A tecnologia, que pode ser por meio de um aplicativo instalado no telefone celular do usuário ou de instrumentos do próprio cinema, também pode melhorar a experiência para outros grupos que tenham dificuldade no modelo tradicional de ver um longa.
Embora as instalações físicas do cinema sejam convidativas para a diversidade, a plataforma online do Cinépolis deixa a desejar. Não existem informações específicas sobre acessibilidade nas salas nem divulgação de recursos inclusivos. Dá para melhorar mais.
Cinépolis Jardim Pamplona
R. Pamplona, 1.704, Jardim Paulista, região oeste
CONHEÇA OS CINEMAS VENCEDORES
[ad_2]
Fonte: Uol