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A editora Dublinense decidiu promover uma reviravolta no seu ritmo de publicação, debutando com seus 15 anos de estrada. Seus lançamentos não serão mais separados mês a mês e a editora não vai mais trabalhar a divulgação individual de cada livro. Agora, decidiu adotar uma prática que lembra as coleções de moda.
“Vamos nos organizar por estação”, diz o editor Gustavo Faraon, responsável por publicar autores como Gonçalo M. Tavares, Buchi Emecheta, Avni Doshi e Natalia Borges Polesso. “Vamos juntar livros que se complementam e lançar cinco deles na coleção de outono, por exemplo, depois mais cinco na coleção de inverno.”
Quando ele diz obras complementares, não quer dizer temáticas. Não vão ser cinco publicações de terror gótico ou de autoria japonesa, mas cinco livros bem diferentes entre si, de modo que “um ajude a empurrar o outro”. Então os títulos mais comerciais ou de escritores já prestigiados ajudam a puxar obras que teriam vendagem mais discreta.
A primeira leva, que deve chegar em abril, dá uma boa ideia da estratégia. Serão publicados “Boulder”, aguardado romance da catalã Eva Baltasar, finalista do International Booker Prize; “A Patroa”, noir da francesa Hannelore Cayre que virou filme com Isabelle Huppert; e “O Vício dos Livros”, ensaios do português Afonso Cruz, um dos mais populares da casa.
Mas eles trarão no mesmo embalo as apostas “Cantoras”, de Caro de Robertis, um romance sobre amigas que constroem um refúgio contra a ditadura uruguaia; e “Merci”, narrativa de caráter mais experimental do brasileiro Robertson Frizero.
A decisão não é exatamente econômica, diz Faraon, já que a editora trocará a edição de um ou dois livros por mês por publicar cinco por trimestre. A proposta é mais “sair do piloto automático” e brigar contra a sensação de atropelo. Publicar título correndo atrás de título, segundo ele, “gera uma avalanche em livreiros, distribuidores, jornalistas, parecendo máquina de cuspir livros mesmo para editoras pequenas”.
BARBIE LITERÁRIA A Intrínseca comprou os direitos para publicar “The Guest” (ou “a convidada”), romance de Emma Cline que provocou burburinho nos Estados Unidos. O livro conta a história de uma jovem quebrada que se deslumbra ao virar uma espécie de “sugar baby” de um ricaço —e quando as coisas dão errado, faz de tudo para que esse mundo de aparências não escorra de suas mãos. A editora já publicou “As Garotas” da mesma autora.
UM CERTO ORIENTE E o jornalista Bernardo Kucinski vendeu os direitos para a primeira edição internacional de seu romance “O Congresso dos Desaparecidos”, alegoria da ditadura militar publicada no ano passado pela Alameda. E o destino é insólito: o livro será traduzido ao árabe por uma editora do Kuwait, a Takween Publishing. Outros livros do autor, como o fundamental “K.: Relato de uma Busca”, já tiveram vigorosa carreira internacional.
PREFIRO NÃO O psicanalista britânico Adam Phillips, que decretou a este jornal que “a ideia de nunca desistir é fascista”, terá dois de seus livros publicados no Brasil. Não só “On Giving Up”, obra em que faz essa defesa enfática dos benefícios de abrir mão de projetos, mas também “Winnicott”, seu estudo de referência sobre o pai da psicologia infantil. Ambos sairão este ano pela Ubu.
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Fonte: Uol