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O autor dos livros do personagem Babar, o francês Laurent de Brunhoff, morreu na última sexta-feira (24), aos 98 anos, em sua casa, na Flórida. Sua viúva, Phyllis Rose, informou que nas últimas duas semanas ele se encontrava sob cuidados paliativos.
De Brunhoff ficou famoso por dar continuidade ao trabalho criado por seu pai, Jean de Brunhoff, que inventou o famoso elefante coroado rei que fez sucesso em histórias ilustradas.
Quando tinha 12 anos de idade, Laurent perdeu seu pai, morto por causa da tuberculose. Já adulto, resgatou Babar e fez dele o protagonista de dezenas de livros, nos quais usava menos texto do que o pai fazia, mas reproduzia fielmente as ilustrações criadas por Jean no passado.
Babar virou um sucesso de franquia mundial. “Juntos, pai e filho teceram um mundo fictício tão integrado que é quase impossível detectar onde um parou e o outro começou”, escreveu a autora Ann S Haskell em 1981, no jornal New York Times.
A série vendeu milhões de cópias em todo o mundo e foi adaptada para um programa de televisão e filmes de animação. Entre os fãs das histórias do elefante estavam Charles de Gaulle e Maurice Sendak, autor de “Onde Vivem os Monstros”, eleito recentemente o melhor livro infantil de todos os tempos.
“Se ele tivesse vindo em minha direção, eu teria acolhido aquele pequeno elefante e o sufocado com carinho”, escreveu Sendak certa vez sobre Babar.
De Brunhoff era o mais velho dos três filhos de Jean de Brunhoff e da pintora Cecile de Brunhoff. Babar surgiu quando Cecile improvisava uma história para contar aos filhos.
“Minha mãe começou a nos contar uma história para nos distrair”, disse de Brunhoff à National Geographic em 2014. “Adoramos, e no dia seguinte corremos para o escritório do nosso pai, que ficava no canto do jardim, para contar a ele sobre isso. Ele se divertiu muito e começou a desenhar. E foi assim que nasceu a história de Babar.”
A estreia aconteceu em 1931 pela editora Le Jardin Des Modes. Babar teve ótima recepção, e Jean de Brunhoff fez mais quatro livros com o personagem antes de morrer, seis anos depois, aos 37 anos. O tio de Laurent, Michael, ajudou a publicar duas obras adicionais, e depois da Segunda Guerra Mundial, Laurent, à época pintor, decidiu trazê-lo de volta.
“Gradualmente comecei a sentir fortemente que existia uma tradição Babar e que deveria ser perpetuada”, escreveu ele no New York Times em 1952.
De Brunhoff foi casado duas vezes, atualmente com a crítica e biógrafa Phyllis Rose. Ele deixa dois filhos, Anne e Antoine.
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Fonte: Uol