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É preciso reconhecer que a proposta de “X-Men ’97”, série animada que começa a ser exibida pelo Disney+ nesta quarta (20), é singular. A ideia é retomar os desenhos animados que fizeram muito sucesso, produzidos entre 1992 e 1997.
Mas não se trata de um reboot ou uma remodelagem ousada. Os produtores querem simplesmente produzir uma sexta temporada para ser a sequência natural das cinco exibidas há três décadas.
Para fãs com saudade ou novos adeptos, o Disney+ está com a série antiga disponível. Pura nostalgia? Sim, mas a Marvel acerta muito a mão nessa tarefa.
Os roteiros dos três primeiros episódios disponibilizados à imprensa são sensacionais. Retomam as melhores características das aventuras dos heróis mutantes que fizeram os gibis dos X-Men serem os mais lidos no final do século 20 —batalhas épicas, questões pessoais complexas entre os integrantes e muitas referências a temas pertinentes, como racismo e xenofobia.
Além do título explícito, já que retoma a história que parou em 1997, a série reproduz a mesma abertura de cada episódio feita para as temporadas antigas.
As mudanças são detalhes visuais. Cada personagem recebeu um “banho de loja”, ganhando alterações sutis nos uniformes e, o que mais se destaca, novos cortes de cabelo, deixando para três o look antiquado. As mutantes Tempestade e Jean Grey perderam o cabelo “poodle” dos anos 1990.
Mesmo com a intenção de retomar o original, é facilmente perceptível a modernização da animação. Embora permaneça fiel ao 2D, o visual é trabalhado em detalhes com as tecnologias disponíveis hoje para a criação em 3D. Isso permite que, principalmente nas cenas de luta, as imagens sejam bonitas e fluidas, num nível inalcançável há 30 anos.
No enredo, a série começa algum tempo depois do dramático último capítulo da quinta temporada, exibido pela primeira vez em 20 de setembro de 1997. O líder dos mutantes, Professor Xavier, é gravemente ferido e levado por uma raça alienígena para tentar ser salvo com a tecnologia médica de outro planeta.
Aparentemente a tentativa fracassou, e o grupo de heróis vive seu luto. A formação da equipe é a mesma da fase áurea dos quadrinhos: Ciclope, Jean Grey, Wolverine, Tempestade, Fera, Jubileu, Gambit, Morfo, Rogue e Bishop.
O Ciclope se esforça para tomar o lugar de seu mentor, mas está coberto de incertezas. Além disso, Jean Grey está grávida, e o casal mutante questiona se deve permanecer na equipe com uma criança para criar.
O episódio inicial narra o encontro dos X-Men com o garoto Roberto da Costa, que se tornará o mutante conhecido como Mancha Solar, o primeiro herói brasileiro a aparecer num gibi da Marvel. Na trama, eles combatem mercenários que tiveram acesso a armas dos Sentinelas, robôs derrotados anteriormente pelos heróis
Mas a série começa para valer no final do episódio, quando reaparece Magneto, vilão-mor da saga dos X-Men e, ao lado de Xavier, o mais poderoso mutante. Sua vinda é para cumprir o desejo manifestado no testamento de Xavier, que seus pupilos desconheciam, no qual ele passa ao antigo inimigo a liderança da equipe.
Os heróis não acreditam no discurso de Magneto, que promete assumir a postura conciliatória de Xavier no convívio entre mutantes e humanos. A única que se aproxima dele é Rogue, reacendendo um relacionamento romântico que os dois protagonizaram há tempos. É, mais uma vez, o lado “novelinha” que muito ajudou a tornar as histórias dos X-Men tão populares.
Para dar prova de boas intenções, o novo líder aceita se submeter a um julgamento na ONU, sob acusação de crimes contra a humanidade. Mas, durante a audiência, o local é invadido por milícias contrárias aos mutantes, dando início a um combate bem violento.
Os spoilers param aqui, porque a trama fica cada vez mais intrincada e já é impossível parar de ver. A série estreia agora no Disney+ com os primeiros dois episódios, de um total de dez que serão lançados semanalmente até maio, às quartas-feiras. Mas, ao mesmo tempo em que as aventuras indicam uma série fadada ao sucesso, há problemas nos bastidores da produção.
Às vésperas do lançamento, a Marvel anunciou a demissão do showrunner Beau DeMayo. Roteirista de todos os episódios, é reconhecido como um grande talento, mas também um profissional de difícil relacionamento dentro de suas equipes.
Ele não se manifestou até agora sobre a demissão. A Marvel não deu detalhes, mas fala-se em “decepção” com brigas dentro do estúdio e o comportamento dele nas redes. Os chefes não teriam gostado de ver DeMayo criar uma conta no OnlyFans, que poderia ser usada para divulgar fatos que a Disney não quer que sejam expostos ao público.
Todos os roteiros da segunda temporada, já em produção, foram escritos por DeMayo. Nas últimas semanas, ele estava começando a escrever uma terceira temporada. Com a amostra de qualidade impecável dos primeiros e empolgantes episódios, é impossível imaginar que a Disney, dona da Marvel, não vá continuar a tocar “X-Men ’97”.
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Fonte: Uol