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As salas de rua ocupam um lugar de memória na história dos cinemas de São Paulo e de qualquer outra cidade. São cinemas de valor não só histórico, mas também afetivo —Kleber Mendonça Filho fez um belo panorama com as antigas salas do seu Recife em “Retratos Falados”, que representou o Brasil no Oscar de filme internacional deste ano.
Em São Paulo, o júri do Guia Folha escolheu o Espaço Itaú de Cinema – Augusta como o melhor entre os cinemas de rua, um complexo clássico e ameaçado, mas que resiste.
“O pessoal gosta às vezes de dizer que o cinema morreu, mas estamos vivos”, afirma Adhemar Oliveira, diretor de programação do grupo Espaço. Ele não fala especificamente sobre as salas de rua, mas sobre o cinema de modo geral. “Acontece a mesma coisa com outros meios, como o teatro, mas estamos aí. Quando surgiu o DVD, o streaming… A gente sobrevive”, afirma
Inaugurado em 1993, como Espaço Banco Nacional de Cinema, o complexo de três salas ocupou a área de outro antigo cinema da Augusta, o Cine Majestic. Pouco depois, o cinema ganhou o anexo, do outro lado da rua, onde funcionava antes uma sala do Instituto Goethe, também querida por cinéfilos —é ali que está o Café Fellini e a diminuta sala 5, com apenas 33 lugares.
Ao longo das décadas, a nomenclatura mudou por causa do patrocínio dos bancos, mas o cinema com suas cinco salas e programação focada em títulos premiados e do cinema alternativo continua sendo atração na Augusta.
Do lado principal, a bombonnière também é comandada pela equipe do Café Fellini, com os mesmos bolos e cafés. No lado oposto do hall, há uma livraria com obras ligadas principalmente a filmes e diretores, além de outras coisinhas. Na semana da estreia de “Zona de Interesse”, um ingresso poderia ser trocado pelo livro que originou o longa.
Para além dos dramas existencialistas, o gênero do momento no cinema é o suspense. De um lado, o anexo vive um imbróglio com a construtora Viva 11 e ainda corre riscos de ser fechado. Do outro, a instituição financeira Itaú confirmou que está deixando o cinema, informação antecipada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. O banco afirma que vai continuar se dedicando à sua plataforma de streaming e aos apoios culturais via leis de incentivo.
O grupo Espaço não fala ainda oficialmente sobre o assunto, mas se sabe que negocia com outras parcerias a continuidade das salas. Aguardemos os próximos capítulos. Recentemente, outro complexo tradicional ali perto também teve sua continuidade ameaçada, o Belas Artes, quase na esquina da rua Consolação com a avenida Paulista.
O cinema, que chegou a ficar fechado entre 2011 e 2014, estava há cinco anos com um grupo cervejeiro que costuma fazer investimentos agressivos em eventos como o Carnaval. Agora atende pelo nome
Reag Belas Artes, com apoio da plataforma de investimentos. E ainda vende cerveja.
Espaço Itaú de Cinema – Augusta
R. Augusta, 1.475 e 1.470 (anexo), Consolação, região central
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Fonte: Uol