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O produtor executivo de “Zona de Interesse”, Danny Cohen, tornou-se o primeiro membro da equipe de produção do filme a abordar publicamente o discurso do diretor Jonathan Glazer no Oscar, dizendo: “Eu simplesmente discordo fundamentalmente de Jonathan”.
Ao aceitar o prêmio no último domingo (10) por melhor filme estrangeiro, Glazer comparou seu filme sobre o Holocausto ao conflito atual em Gaza. Ele foi acompanhado no palco pelo produtor James Wilson e pelo produtor executivo Len Blavatnik.
“Todas as nossas escolhas foram feitas para refletir e nos confrontar no presente, não para dizer olhem o que eles fizeram naquela época, mas sim olhem o que fazemos agora”, disse Glazer, de acordo com a transcrição oficial do discurso do Oscar.
“Nosso filme mostra como a desumanização leva ao pior cenário, moldando nosso passado e presente. Neste momento, estamos aqui como pessoas que refutam que o seu judaísmo e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou muitas pessoas inocentes ao conflito, sejam os israelenses vítimas do 7 de outubro ou [os palestinos] do ataque em Gaza.”
O diretor se referiu a ocupação de Israel de territórios palestinos, ação que ocorre há anos apesar da desaprovação da ONU.
Cohen, o produtor, disse que foi contatado por muitas pessoas da comunidade judaica que achavam que o filme era crucial para a educação sobre o Holocausto e ficaram chateadas por ele ter sido “confundido com o que está acontecendo agora [em Gaza], fosse a intenção de Jonathan ou não ao fazer a comparação.”
O produtor acrescentou que não apoiava os comentários de Glazer. “Eu simplesmente discordo fundamentalmente de Jonathan sobre isso”, disse ele.
“A guerra e a continuação da guerra são da responsabilidade do Hamas, uma organização terrorista genocida que continua a manter e abusar dos reféns, que não usa os seus túneis para proteger os civis inocentes de Gaza, mas para se esconder e permitir que palestinos morram. Penso que a guerra é trágica e terrível e a perda de vidas civis é terrível, mas culpo o Hamas por isso.”
Nesta quinta (14), a Fundação dos Sobreviventes do Holocausto dos EUA atacou Glazer pelo que descreveu como seu discurso “moralmente indefensável” no Oscar.
Numa carta publicada no site da organização, o presidente da fundação, David Schaecter, escreveu: “Você fez um filme sobre o Holocausto e ganhou um Oscar. E você é judeu. Bom para você. Mas é vergonhoso que você presuma falar em nome dos seis milhões de judeus, incluindo um milhão e meio de crianças, que foram assassinados apenas por causa da sua identidade judaica.”
“Você deveria ter vergonha de usar Auschwitz para criticar Israel. Se a criação, existência e sobrevivência do Estado de Israel como um Estado judeu equivale a ‘ocupação’ na sua mente, então obviamente você não aprendeu nada com o seu filme.”
Glazer também recebeu apoio aos seus comentários, como da organização de veteranos militares israelenses Breaking the Silence, que postou uma declaração nas redes sociais dizendo “[Glazer] tomou uma posição inequívoca contra a utilização cínica do judaísmo e do Holocausto em nome da ocupação”.
“Recusamos aceitar a facilidade com que o sangue e as vidas de civis são usados como justificação para ideologias políticas, ou como moeda de troca. A empatia não é um jogo de soma zero.”
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Fonte: Uol