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Com o intuito de ajudar idosos a manter sua privacidade durante o banho, o grupo de alunos desenvolveu o projeto, que emite um alerta sonoro quando detecta uma queda dentro do box do banheiro. Estudantes do interior de SP criam dispositivo que detecta quedas em banheiros
Cuidados com a saúde e bem-estar de idosos é uma preocupação constante dos familiares. O mesmo acontece com um estudante do interior de São Paulo, que se inspirou na própria avó para um projeto do curso técnico em eletroeletrônica, e criou um dispositivo para detectar quedas em banheiros.
Diogo Correia, que se formou na Escola Técnica Estadual (Etec) Trajano Camargo, em Limeira (SP), desenvolveu o projeto com intuito de preservar a privacidade da avó, mas pensando no bem-estar dela. O aparelho criado é capaz de identificar quando uma pessoa cai dentro do box do banheiro e emite um som para que outra pessoa possa ajudar.
Junto com os colegas de sala Davi Bugyi Sarmento e Gabriel Zaros Muterle, e a orientação do coordenador e professor Carlos Alberto Serpeloni, o projeto passou a ser desenvolvido no início de 2023 como o trabalho final de conclusão do curso.
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O aparelho funciona de maneira simples: São sensores que ficam nas paredes do box e detectam quando a pessoa cai e permanece no chão do banheiro por mais de 30 segundos, emitindo um alerta sonoro alto para que alguém possa entrar e ajudar – assista o vídeo do protótipo acima. 👆
O g1 entrevistou os responsáveis pelo projeto para entender mais sobre o funcionamento e processo. Confira, abaixo.👇
Dispositivo criado por alunos de uma Etec em Limeira ajuda a detectar quedas em banheiros
Beatriz Bisan/g1 Piracicaba
Motivação por trás do projeto
Diogo explica que, na época em que começou a desenvolver o projeto, sua avó passava por uma fase que precisava de cuidados constantes, como ajuda para tomar banho. Mas isso causava incômodo na idosa, fazendo com que ela sentisse que sua privacidade estivesse sendo invadida ao ter alguém com ela dentro do banheiro.
“Eu estava pensando em uma forma de poder detectar a queda dela no banho, só que sem alguém precisar estar lá dentro junto com ela, ou sem precisar de uma câmera de segurança. Tinha muito caso dela cair no banho”, conta Diogo.
Com a ideia definida e a motivação em mente, o rapaz passou a unir a vontade do projeto com a necessidade de desenvolver um trabalho para concluir o curso. Ele inicialmente pensou em fazer o protótipo com sensores de luz, e a partir dai a ideia passou a ser elaborada.
Davi, professor Carlos e Diogo explicam sobre o funcionamento do dispositivo detector de quedas criado na ETEC de Limeira
Beatriz Bisan/g1 Piracicaba
Desenvolvimento do protótipo
Depois de definir que o alvo do projeto seriam idosos que precisam de cuidados mas ainda querem manter sua privacidade, os garotos passaram a trabalhar junto ao professor durante as aulas para desenvolver da melhor forma possível um protótipo que atendesse às expectativas.
“O aluno vêm e traz um problema, e a gente ajuda a resolver esse problema através do método do curso. A maneira que solucionamos foi dessa forma, criando um dispositivo eletrônico que vai detectar quando a pessoa cai no box do banheiro e emitir um aviso sonoro”, explica o professor Carlos sobre como surge a ideia de um trabalho.
Os garotos contam que o material bruto usado para formar o protótipo foi básico: algumas placas de acrílico, um boneco de crochê para simular os idosos feitos pela tia de Diogo, uma placa de fenolite e alguns sensores.
“Nós juntamos nosso conhecimento de três anos de curso e usando os materiais da escola mesmo a gente conseguiu desenvolver esse projeto”, ressalta Diogo.
Protótipo desenvolvido pelos alunos em Limeira foi para o projeto de conclusão do curso na Etec
Beatriz Bisan/g1 Piracicaba
No total, para todo o processo de trabalho, foram menos de 12 meses entre a idealização do projeto, seu desenvolvimento e por fim, a finalização e exposição do protótipo.
Diferencial no mercado
Ao falar sobre o que difere o projeto que desenvolveu dos demais que já existem, Diogo pontua sobre a falta de produtos que não dependam da colaboração do idoso para funcionar. Ele conta que pesquisando, encontrou diversos dispositivos usados para detecção de quedas, mas que não são instalados no banheiro, se tratam de acessórios como cordões e relógios.
Por serem itens de fácil manuseios, os detectores já existentes podem ser retirados pelos idosos, que podem optar por não usar os dispositivos. Há também a questão da bateria, que nesses acessórios podem acabar e precisam ser sempre recarregadas.
Diogo explica esses pontos e destaca como o projeto de seu grupo pode ser mais efetivo, não precisando do uso do idoso, nem bateria, não podendo ser facilmente retirado ou desligado, já que o dispositivo ficaria instalado diretamente dentro do banheiro, tornando-o mais confiável.
Destaque ao projeto
Após o desenvolvimento do protótipo ter sido bem sucedido, era hora de deixar o projeto brilhar e expandir os caminhos. O grupo e seu detector foram selecionados como finalistas da 11ª Mostra de Ciências e Tecnologia do Instituto 3M, uma feira que reúne anualmente 100 trabalhos que tiveram destaque durante o ano.
Grupo responsável pelo desenvolvimento do detector de quedas em Limeira foi selecionado para feira de destaques na ciência e tecnologia
Divulgação
“Primeiro é feita uma pré-pesquisa, para avaliar se o produto é viável. Se for, ai participamos da nossa feira interna da escola e os melhores projetos acabamos inscrevendo nas feiras da região. Ai o aluno se inscreve e se for chamado, participa”, detalhou o professor Carlos.
Os alunos comentam que a participação na feira foi importante para que eles mesmos pudessem entender mais sobre o projeto, analisar suas qualidades, defeitos e saber o que poderia ser aprimorado e melhor elaborado.
Rumo ao mercado
Diogo define o principal e maior objetivo no momento: patentear o projeto e evitar algum problema jurídico em relação a ele. Em seguida, ele pontua sobre o desenvolvimento em tamanho real do detector, em banheiros, já que até o momento trabalharam com o protótipo em tamanho reduzido.
Trabalhar o protótipo em tamanho real é um passo importante, pois o grupo tem a intenção de em um futuro não muito distante, fazer a comercialização do produto.
Segundo eles, o objetivo é que seja vendido de forma acessível e barata para que possa ajudar e facilitar a vida dos idosos que precisarem.
***Sob supervisão de Caroline Giantomaso
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Fonte: G1