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Quem já recebeu de volta um pratinho de comida ou viu uma garfada ser recusada, sabe que despertar em crianças o interesse por legumes, raízes e frutas não é tarefa simples. Estratégias e preparos que ajudam nessa situação são o tema do terceiro capítulo da série da Folha “Cozinha Rápida em Casa”.
A introdução alimentar se inicia aos seis meses, quando a criança começa, aos poucos, a provar alimentos pastosos e, mais tarde, sólidos, explica Márcio Miasato, gastropediatra dos hospitais Sírio Libanês e Sabará.
Cada criança, a partir desse momento, tem a própria personalidade e ritmo para experimentar alimentos. Mas especialistas concordam que esconder ingredientes dentro de outros preparos não é o melhor plano.
“Se uma criança se habitua com um espinafre ‘maquiado’ dentro da comida, quando ficar mais velha e estiver comendo na escola ou em um restaurante tem chance de não reconhecer e pensar que não gosta daquilo”, diz Pat Feldman, culinarista, autora do site pat.feldman.com.br e de livros como “As Primeiras Papinhas do Bebê”, disponível online.
Outro ponto levantado por ela é a importância da criança participar do preparo da comida e, quando possível, visitar mercados e feiras —o que ajuda a criar uma memória de ingredientes e se habituar com cores e aromas.
Segundo Miasato, é esperado que crianças entre dois e cinco anos tenham algum tipo de seletividade alimentar. “A criança fica com guarda-chuva menor. Até quem comia de tudo começa perder interesse por gostos e texturas. Isso acontece por um padrão genético ou comportamental”, afirma.
É importante, nesse caso, não forçar a alimentação, mas continuar oferecendo vegetais e legumes, testando apresentações e variações, explica Miasato.
A seguir, veja dicas de preparos que podem tornar essa tarefa mais fácil. Além de Feldman, participaram Patricia Helú, autora do livro “Primeiro Nutrir” (ed. Companhia de Mesa) e Marina Hernandez, chef da Escola Wilma Kövesi de Cozinha.
Para encontrar preparos completos, acesse o CozinhAÍ, ferramenta da Folha que usa inteligência artificial para gerar receitas culinárias.
A série “Cozinha Rápida em Casa” foi pensada para tornar mais prática a rotina de preparar alimentos —na hora de comprar ingredientes, escolher receitas ou congelar a comida.
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Arroz completo
Antes de preparar o grão, substitua a água do cozimento por caldo de carne, de legumes, um pouco de leite de coco e até pela água de cozimento da beterraba, sugere Pat Feldman. Isso ajuda a dar mais sabor, cor e estimular o paladar. “Mas também é interessante acostumar a criança com a ideia de que o arroz não é sempre branco”, diz. Couve-flor triturada no liquidificador, cenoura em cubos e brócolis em floretes pequenos podem ser adicionadas no início da cocção. Pouco antes do arroz ficar pronto, também é possível adicionar espinafre bem picado e cenoura ralada e tampar por alguns minutos. Além disso, também vale tornar o arroz prato principal: você pode acrescentar sobras de frango desfiadas, milho, ervilha, vagem, pimentão, abobrinha e ovo, cobrindo com queijo parmesão por cima.
Bolinho sem fritura
Com uma base de raízes cozidas —mandioca, mandioquinha e batata-doce—, é possível fazer bolinhos assados no forno que podem ser combinados com os vegetais que tiver na geladeira. Para dar certo, mantenha uma regra em mente: evite ao máximo a concentração de água para não ter de adicionar farinha para dar liga, o que deixa a massa pesada, explica Marina Hernandez, da Escola Wilma Kövesi. Primeiro, cozinhe o ingrediente em água até que esteja macio ao espetar um garfo —antes do ingrediente desmanchar ou começar a quebrar. Escorra imediatamente, parta ao meio e espere o vapor desaparecer. Use um espremedor de batata para fazer um purê, adicione queijo ralado e ovo (veja proporção na receita a seguir). Adicione, à massa, verduras como escarola, espinafre e couve já cozidas e picadas. Com o mesmo raciocínio, também dá para incluir brócolis, cenoura, vagem, couve-flor e beterraba.
Legumes e tubérculos empanados
Patricia Helú ensina, em seu livro, uma fórmula para fazer batatas que tem jeito de fritas, mas são feitas no forno. Depois de descascar e cortar as batatas em palitos, cozinhe no vapor por cerca de oito minutos. Seque e tempere com orégano seco, uma pitada de cebola ou alho em pó e sal (para crianças acima de um ano). Asse em forno pré-aquecido por dez minutos, depois vire e termine de assar até ficar dourado. Já Pat Feldman sugere algo parecido: é só colocar brócolis ou couve-flor em assadeira untada e cobrir com parmesão ralado no lado fino. Cozinhe em forno a 220ºC sem pré-aquecer até dourar.
Nhoque colorido
Assim como no caso dos bolinhos, o segredo do preparo do nhoque é evitar, ao máximo, o acúmulo de água na massa. Para variar a versão de batata, use abóbora, mandioquinha e batata-doce-laranja assadas no forno a 200°C cobertos com papel-alumínio até ficarem macios. Depois, amasse até ficar um purê grosso e misture com farinha de trigo suficiente para modelar em formato de cilindro (mas evite usar muito) e, cortando depois em pedaços menores. Siga o preparo tradicional do nhoque, cozinhando em água fervente —retire com escumadeira quando o nhoque estiver flutuando. Também dá para usar beterraba: neste caso, é preciso assar até ficar macia e passar pelo processador. Use os mesmos passos para modelar.
Sobremesa sem chocolate
Panquecas são uma boa forma de evitar o chocolate na hora da sobremesa ou lanche. Para fazer, Pat Feldman mistura duas colheres de sopa de aveia fina com meia xícara de leite, iogurte ou leite de coco, uma pitada de sal e uma de açúcar. Quando estiver uniforme, é só cozinhar em frigideira untada em fogo baixo, virando para dourar dos dois lados —não se desespere se ela quebrar, é preciso mais treino. Com a medida, você pode fazer uma panqueca de 15 centímetros ou três menores. Complemente bananas, frutas vermelhas ou incremente com maçã grelhada com mel e canela ou pêssego grelhado com castanhas.
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Fonte: Folha de São Paulo