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Daniela Mercury fez na noite deste domingo (28) um dos shows mais aguardados da 25ª edição do Festival de Verão Salvador. O evento acontece na capital baiana neste fim de semana.
Mercury recebeu o bloco afro Ilê Aiyê, que completa 50 anos de existência em 2024, e a cantora e atual ministra da Cultura Margareth Menezes. Três entidades do Carnaval baiano, eles cantaram juntos e separados, em encontros que remeteram à história da música dessa festa de rua em Salvador.
Mercury começou com “Macunaíma”, faixa de 2022 que é uma ode ao modernismo brasileiro, carregada de mensagens políticas. Eleitora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, ela diz “vamos eleger a democracia” —a música saiu no ano da última eleição.
Em certa altura, aliás, Mercury afirmou que Lula e a primeira-dama, Janja, estavam assistindo ao show. O Festival de Verão está sendo transmitido ao vivo na TV a cabo e no streaming, com compactos exibidos posteriormente na TV Globo.
Mercury puxou “O Canto da Cidade”, canção que dá nome ao seu segundo álbum, de 1992, e que alavancou sua carreira nacionalmente. A resposta foi o canto em uníssono da plateia do festival, que pulou e abriu as rodas em “Maimbê Dandá”.
A entrada do Ilê Aiyê, com os tambores e dançarinas, foi a um som que misturou um drum and bass, tipo de batida eletrônica, pagodão e samba. Mercury surgiu cantando com os integrantes do bloco após uma virada com “O Mais Belo dos Belos”, na boca do público baiano.
A performance trouxe um espetáculo visual, com as Deusas do Ébano do Ilê tomando a passarela, enquanto, atrás, Mercury e seus bailarinos também fizeram passos próprios. Em seguida, ela puxou “Exalou”, outra música do bloco, cantada ao lado da cantora Graça Onasilê, quem Mercury disse que a ensinou a cantar o samba do Ilê.
Um dos motes do Festival de Verão, desde que ele se repaginou a partir do ano passado, é promover encontros no palco. Nem sempre há química, boa vontade dos artistas ou repertórios que se compatibilizem nos shows em conjunto.
Não foi o caso do show de Mercury. Desde o fim dos anos 1980, ela mantém um diálogo artístico com o Ilê Aiyê, o mais antigo bloco afro do Brasil. No palco do Festival de Verão, o entrosamento foi total, e a cantora puxou canções do bloco do jeito que elas são entoadas por ele —sem instrumentos de melodia, só com voz e percussão.
Algumas dessas músicas do bloco, aliás, assim como a batida do samba afro com influências de ijexá do Ilê Aiyê, já foram gravadas por Mercury em seus discos mais famosos. Foi um show que destacou a conexão de Mercury com a música negra da Bahia —seja através do samba afro peculiar do Ilê, seja com o samba-reggae do Olodum, que ganhou projeção na voz de Margareth Menezes.
A ministra da Cultura subiu ao palco para cantar, sem Mercury, uma sequência com “Negrume da Noite” e “Raça Negra”, essas do Ilê, e “Fonte de Desejo”, dela. Emendou depois o hino carnavalesco “Faraó, Divindade do Egito”, acompanhada por um coro de dezenas de milhares de vozes.
Depois da performance, a plateia gritou “ministra” efusivamente enquanto aplaudia Menezes. Ela chorou no palco, abraçada por Mercury.
O repórter viajou a convite do Festival de Verão Salvador
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Fonte: Uol