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Slash, eleito pela revista Time há 15 anos como o segundo maior guitarrista de todos os tempos —apesar de figurar apenas na 105ª posição numa lista da revista especializada Rolling Stone no ano passado—, volta ao Brasil para quatro shows a partir do próximo fim de semana.
Conhecido por uma série de hits de hard rock e baladas que gravou com o Guns N’Roses, grupo do qual participou de 1985 a 1996, Slash já teve pelo menos três bandas. É com a última delas, a Myles Kennedy & The Conspirators, que se apresentará em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
“Eu vou ao Brasil desde o início da década de 1990. Tivemos ótimas experiências desde então, inclusive na última vez em que estivemos lá, no ano retrasado”, diz Slash, por telefone, de Los Angeles, nos Estados Unidos, ao se lembrar da primeira visita dos Guns N’Roses ao país, em 1991, e da última, em 2022, quando a banda tocou em nove cidades brasileiras.
“Acho que as pessoas sentem uma verdadeira paixão vinda da plateia no Brasil. Lembro-me da primeira vez que toquei na América do Sul. Foi em um festival no Brasil [na segunda edição do Rock in Rio], em uma experiência incrível que mudou a minha vida. Não tínhamos ideia do que esperar. Ninguém nos disse nada, e ficamos completamente impressionados com a resposta.”
A banda Myles Kennedy & The Conspirators, que acompanha Slash há uma década, já veio ao Brasil antes —ainda que, desde 2016, o guitarrista tenha voltado a excursionar e gravar novamente com o Guns. A turnê que chega ao Brasil promove “4”, o quarto álbum da colaboração entre os artistas.
Composto por Slash e Myles Kennedy, o disco foi lançado há dois anos. Ele abre com “The River is Rising”, que alcançou a sétima posição nas paradas de rock. Descrita como “estridente” pela Rolling Stone e “eufórica” pela Billboard, que ainda citou “um riff principal crescente, ganchos dissonantes, um refrão contagiante e um solo de guitarra que evoca imagens de uma briga barulhenta de bar”.
“Eu só crio a música e envio para Myles. Ele se inspira para criar a melodia e as letras a partir daí”, afirma Slash, sobre o seu método de trabalho. O guitarrista não quer nem ouvir falar de compor. “Evito isso a todo custo. Simplesmente não gosto de escrever letras.”
Segundo Slash, dizer que o rock está em decadência não se encaixa na realidade. “A cada década, sempre se fala que o rock está impopular e em baixa nas paradas e tudo mais. Venho ouvindo isso a vida toda. Mas ele sempre continua existindo”, diz.
Com 58 anos, o guitarrista vem do tempo em que a música era caçada pela juventude em vinis pretos com capas coloridas. Ele não é fã de como as coisas são hoje. “Se você pedir a um jovem comum para nomear o álbum de uma banda que ele está ouvindo, ou até mesmo uma música, não é como quando eu era criança e você olhava a capa do álbum de trás para a frente e conhecia todos os títulos. Mas a música segue popular como sempre foi. Você tem que se adaptar.”
“Mas o vinil teve um grande retorno nos últimos dez anos”, ele acrescenta. “Eu tenho uma pequena coleção de vinis, e tenho essa opção. Se não gosto do processo de streaming, posso tocar um CD ou posso tocar um disco de longa duração. Não reclamo muito disso.”
Antes de encerrar a entrevista, Slash deixa um aviso: fãs do Guns N’Roses que perderam os shows do ano passado não encontrarão hits da banda na nova turnê. “Quando saio e faço as coisas solo, não acho que as pessoas tenham expectativas de ouvir Guns N’Roses. Antes de eu voltar para o Guns, parei de tocar músicas do Guns no set e não ouvi nenhuma reclamação.”
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Fonte: Uol