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O ano era 2008 quando uma nova era da turminha mais conhecida dos quadrinhos brasileiros foi às bancas. O primeiro volume da “Turma da Mônica Jovem” chegou fazendo barulho e rompendo com expectativas.
Os personagens, como sugere o título, estavam mais velhos; o Cebolinha, agora Cebola, não trocava mais os Rs, Magali fazia dieta e Cascão praticava Parkour; o traço estava bem diferente do já conhecido, adotando o estilo mangá em preto e branco, entre outras mudanças.
A primeira adaptação deste universo para os cinemas, “Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo”, que estreia nesta quinta-feira (18), também apostou na diferença para marcar uma nova era. Sob protesto de muitos fãs, o elenco de “Laços” (2019), “Lições” (2021) e “Turma da Mônica, a Série” (2023) foi trocado por atores mais velhos.
Saíram Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira. Entraram Sophia Valverde (Mônica), Xande Valois (Cebola), Bianca Paiva (Magali) e Théo Salomão (Cascão).
No primeiro dia de aula do ensino médio, a Turma descobre que o Museu do Limoeiro será leiloado para pagar dívidas. Em meio a uma breve rivalidade escolar com Carminha Fru-Fru (Giovanna Chaves), os alunos decidem protestar contra a venda, mas descobrem segredos antigos do bairro e mistérios sobrenaturais pelo caminho.
Apesar do frisson causado nas redes sociais com a troca do elenco, a atuação não é o ponto mais fraco do longa. O quarteto principal, somado à Carol Roberto como Milena, é carismático e tem química em cena, trabalharam bem com o material que foi proposto, mas nem mesmo a turma da Mônica faz milagres.
O filme peca na direção, cortes e roteiro. Algumas cenas são cortadas em momentos chave, alternando entre os personagens, em outras, o corte seco faz com que os diálogos percam o charme e as piadas não atinjam o alvo.
Entre os personagens principais, se destacam o Cascão de Théo Salomão, que incorpora a versão jovem apresentada nos mangás e entrega boas cenas, como alívio cômico. A atuação de Carol Roberto como Milena desperta curiosidade, mas o enredo não permite que a personagem seja aprofundada ou assuma o papel de protagonista prometido nas imagens de divulgação do filme. Apesar de estar presente em todas as cenas da turma, no filme, Milena aparece mais como uma “coadjuvante-plus”.
Outro ponto de atenção são os efeitos especiais. Logo na primeira cena, um panfleto sai voando do escritório do professor Licurgo (Mateus Solano) –que jura que não é louco, ao contrário de sua contraparte interpretada por Rodrigo Santoro no universo de “Laços”–, e cai aos pés da Mônica de Valverde.
A computação gráfica do pedaço de papel dá o tom dos demais efeitos do filme, que se assemelha a produções de baixo orçamento, como séries da rede americana CW, conhecida por produções como Teen Wolf (2011-2017) e Riverdale (2017-2023).
É a partir do segundo terço do roteiro que o filme engata, fazendo referências aos gibis clássicos e aos mangás da primeira série de Turma da Mônica Jovem. Personagens como o “Cabeça de Balde”, a “Jumenta Voadora” e o enredo da “Ordem dos Cozinheiros” prestam homenagem a histórias conhecidas da turma e de seus fãs mais assíduos.
Apesar das falhas, “Reflexos do Medo” apresenta um mistério envolvente em um universo cheio de potencial. Peca por usar uma linguagem infantilizada, sem o charme das outras adaptações live-action, como “Laços” e “Lições”, e por exagerar em soluções muito convenientes para resolver os conflitos da turma.
Para os fãs, é divertido ver os personagens criarem vida e caçar os “easter-eggs” escondidos pelo filme, assim como o clima de mistério e “terror” que permeia alguns mangás já clássicos da Turma Jovem.
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Fonte: Uol