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Dorival foi apresentado como novo técnico da Seleção Brasileira e chamou atenção nas redes sociais por sua maneira de falar. Descubra se você se lembra desse tempo verbal. Dorival fala com frequência no presente do subjuntivo
“O importante é que nós foquemos um pouco mais, nos preparemos um pouco mais, que estejamos muito mais determinados.” A frase, dita pelo Dorival Júnior na sua apresentação como o novo técnico da Seleção Brasileira masculina de futebol, é só um exemplo característico do seu jeito de falar: cheio de verbos no presente do subjuntivo.
📽️ No vídeo acima, veja um compilado de declarações do treinador durante a entrevista coletiva na quinta-feira (11).
Essa particularidade de Dorival não passa batida nas redes sociais. Torcedores e internautas reparam nisso e elogiam o uso correto desse tempo verbal – especialmente por não ser tão usado no dia a dia.
Geralmente, as pessoas falam de uma maneira mais coloquial (quando nem sempre a norma culta é respeitada) ou optam por tempos verbais mais comuns – mesmo em contextos formais.
“O que causa espanto é o uso do presente do subjuntivo na primeira pessoa do plural, que é o ‘nós’, o que é muito difícil, porque normalmente substituímos essa pessoa pelo ‘a gente'”, explica Ávila Oliveira, professor de português e redação do Colégio Unificado, em Porto Alegre.
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Presente do subjuntivo
Presente do subjuntivo
Para começar, é preciso lembrar que o subjuntivo é uma flexão verbal (ou seja, uma variação do verbo) associada a algo incerto ou que ainda não aconteceu. Esse tempo verbal é normalmente utilizado para expressar ordem, desejo, dúvida ou sentimento.
Portanto, o presente do subjuntivo é um tempo verbal que indica uma possibilidade, uma hipótese, uma incerteza, no momento presente.
Desejo que nós realizemos nossos sonhos.
Espero que venhamos aqui mais vezes.
Torço para que consigamos passar de ano.
Tomara que possamos ir ao cinema no fim de semana.
Quero que sigamos nesse rumo.
A flexão do verbo acontece em todas as pessoas do plural e do singular (eu, tu, ele, nós, vós, eles), e é na primeira pessoa do plural que o estranhamento mais acontece.
No dia a dia, quase não utilizamos mais o ‘nós’ para conjugar verbos. O ‘a gente’ tomou esse lugar e, quando ele é utilizado, os verbos ficam flexionados no singular.
Por isso, segundo o professor, os espectadores podem ter estranhado quando Dorival Júnior disse: “É isso que eu espero que alcancemos ao longo desses anos”, e não: “É isso que eu espero que a gente alcance ao longo desses anos”, por exemplo.
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Norma culta é a única maneira correta de falar?
Não! O importante é conseguir se comunicar.
O principal objetivo da língua é comunicar, e isso precisa ser feito de maneira efetiva. Se o ouvinte não entende palavras mais rebuscadas, o interlocutor pode e deve usar termos e uma maneira de falar mais simples que torne a comunicação eficaz.
Para Ávila Oliveira, a norma culta não deve ser considerada como a única forma correta de falar, nem a maneira coloquial deve ser resumida a falar errado. Segundo ele, tudo depende do contexto, do que, como e com quem se fala.
“Pode causar estranhamento falar de maneira informal durante a apresentação de um seminário acadêmico, da mesma maneira que é estranho falar formalmente em um bar com os amigos”, explica o professor.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO
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Fonte: G1