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Quando a britânica Ellie Goldstein nasceu, em dezembro de 2001, os médicos disseram que ela nunca conseguiria andar ou falar devido à síndrome de Down.
Ela logo provou que eles estavam errados. Ellie fez história como a primeira modelo com Down a ser capa da Vogue.
Agora com 22 anos, ela acaba de comprar a sua própria casa em Essex, na Inglaterra, e publicou recentemente um livro sobre a sua vida, chamado “Against All Odds” —”Contra Todas as Chances”, em tradução livre.
A seguir, leia o relato feito pela modelo e por sua mãe, Yvonne, sobre como Ellie tem desafiado as expectativas desde o dia em que nasceu.
Relato de Yvonne
“Quando Ellie nasceu, ficamos chocados ao saber que ela tinha síndrome de Down.
Os médicos disseram que ela nunca andaria ou falaria e uma enfermeira sugeriu que deveríamos deixá-la no hospital. Lutei para aceitar seu diagnóstico e me conectar com ela.
Disseram-nos que Ellie precisava de uma cirurgia cardíaca, então eu estava muito nervosa em me apegar a ela. Quando ela tinha cinco meses, passou por uma operação de 10 horas para fechar buracos no coração. Ela passou 10 dias na UTI e mais uma semana na unidade de alta dependência de cuidados.
Depois de três semanas, pudemos levá-la para casa e sua personalidade atrevida e determinada começou a brilhar. Meu marido e eu decidimos criá-la primeiro como Ellie e deixar de lado o fato de ela ter síndrome de Down.
Apesar do que os médicos disseram, ela já conseguia andar aos 18 meses, já falava aos três anos e já conseguia ler quando começou a escola. Ellie continuou no ensino regular e depois a transferimos para uma escola especializada.
Quando ela era adolescente, decidimos contar a Ellie que ela tinha síndrome de Down. Ficamos nervosos com a reação dela e mostramos a ela um livro especial, mas ela dizia: ‘Não tenho essa aparência. Eu sou eu’.
Eu estava preocupada que isso pudesse abalar a confiança dela, mas isso não aconteceu.
Um dia, meu amigo me contou sobre uma nova agência de talentos chamada Zebedee, que queria trabalhar com pessoas com deficiência e diferenças visíveis, então decidi candidatar a Ellie.
Pouco depois, Ellie foi escolhida para estrelar o anúncio de Natal da (rede de cosméticos e medicamentos) Superdrug em 2018. Sua carreira realmente decolou a partir daí. Minha mãe sempre dizia: ‘Ela definitivamente será alguém um dia’. Ela é muito persistente e combativa, mas é isso que a torna Ellie.
Ellie ainda me choca muito, ela adora a câmera e atenção das pessoas, posso ver o quanto ela gosta e adora e isso faz tudo valer a pena.
Ellie comprou recentemente sua própria casa com o dinheiro que ganhou como modelo, mas não sabemos se algum dia ela conseguirá morar sozinha. Estamos morando ao lado dela por enquanto, embora tenhamos mantido a casa de nossa família, e estamos tentando encorajá-la a ser mais independente, mas ela ainda está muito vulnerável.
Temos que prepará-la para saber como ela lidará um dia quando não estivermos por perto. Sua irmã mais velha, Amy, obviamente cuidará dela, mas nunca colocaríamos toda essa responsabilidade sobre ela.
Espero que o comportamento das pessoas em relação à síndrome de Down tenha mudado desde que Ellie nasceu, mas ainda há muita ignorância. Muitas vezes, na rua, as pessoas me fazem perguntas sobre Ellie e não falam com ela. Eles não percebem que ela pode falar e quão forte personalidade ela tem.
Relato de Ellie
Eu sempre quis ser modelo, mas não via ninguém que se parecesse comigo nas capas de revistas, então não tinha certeza se conseguiria, mas agora estou vivendo meu sonho.
Não sabia que um dia seria famosa, mas me divirto muito me arrumando e usando vestidos lindos. Fiz três desfiles na London Fashion Week este ano e foram brilhantes.
Olhando para este ano, houve tantas coisas boas, mas a melhor parte provavelmente foi quando meu livro foi publicado. Fiquei muito orgulhosa e muito animada. Eu pensei: “Uau, é meu próprio livro, posso realmente lê-lo”.
Este ano também estive filmando um documentário do Channel 4 sobre minha agência, que será exibido na TV no ano que vem, mal posso esperar para assisti-lo.
Estou no último ano da faculdade de Artes Cênicas e realmente quero continuar sendo modelo e atuando quando eu concluir. Eu nunca fico nervosa. Sou muito confiante e muito atrevida.
Quando fiz o ensaio para a Vogue, não sabia se minha foto iria para a capa. Meus professores favoritos estavam lá quando fiquei sabendo, eu estava na faculdade e chorava e gritava. Meus amigos disseram “Nós amamos você”, “Estamos orgulhosos de você” e “Muito bem”.
A primeira Barbie com síndrome de Down foi lançada no início de 2023 e me pediram para fazer uma sessão de fotos. Eu me senti honrada e orgulhosa.
Quando vi a boneca pensei “Meu Deus, adorei”. Foi ótimo ver uma boneca que se parece comigo.
Minha coisa favorita absoluta no mundo é dançar. Um dia eu adoraria estar no [programa de competição de dança da TV britânica] Strictly Come Dancing. Fui assistir a filmagem há algumas semanas, mas eu não queria estar na plateia, queria estar na pista de dança!
Acabei de comprar uma casa nova e mal posso esperar pelo Natal. Adoro ficar com meu sobrinho de dois anos e abrir muitos presentes. Adoro ser tia dele e dou muitos abraços nele.
Estou provando que as pessoas estão erradas e sou um modelo para pessoas como eu. Os médicos disseram que eu não falaria, mas agora não paro de falar! Você deve sempre acreditar em si mesma.
Um dia quero ser modelo em Nova York, no tapete vermelho e na passarela.
Nunca desista de seus desejos e sonhos, seja quem você é e seja sempre feliz. Basta ir em frente e arrasar.”
Os depoimentos foram concedidos a Charlie Jones, da BBC News
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Fonte: Uol