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Cercado de filas e reservas disputadas, o restaurante Don Julio já virou atração turística em Buenos Aires.
A casa, especializada em parrilla, é considerada a melhor da Argentina pelo 50 Best, tido como o Oscar da gastronomia. O Don Julio conquistou o terceiro lugar entre os melhores da América Latina, em uma versão regional da premiação, anunciada nesta terça (28) em cerimônia no Rio de Janeiro.
A churrascaria, fundada em 1999, é comandada por Pablo Rivero, que herdou a casa do século 19 no bairro Palermo dos pais e avós e transformou o local em um dos restaurantes mais populares do país.
Sobretudo entre os brasileiros, que compõem parte dos muitos turistas que frequentam o local. “O brasileiro gosta do Don Julio porque existe uma relação muito particular entre o restaurante e o povo do Brasil”, diz Rivero. “Quando era mais novo, há uns 20 anos, vinha passar o verão no Rio e as pessoas me reconheciam na rua. O Don Julio nem era tão famoso no mundo naquela época, mas no Brasil sempre foi.”
A proximidade entre as culturas dos dois países vizinhos pode ajudar a explicar essa popularidade, segundo ele. “Há algo que não dá para explicar, que tem a ver com as pessoas aqui do Brasil se sentirem confortáveis, e nós nos sentirmos confortáveis com elas. Já se construiu um relacionamento de clientes de muitos anos.”
Os prêmios colecionados mundo afora ajudam a construir a força do nome Don Julio. No 50 Best, o restaurante conquistou o topo do ranking da América Latina em 2020 e ocupa a 19ª posição da lista global. Neste ano, foi eleita a melhor casa de carnes pelo World’s 101 Best Steak Restaurants. Também recebeu uma estrela Michelin, no ano em que o guia gastronômico foi publicado pela primeira vez na Argentina.
“Tentamos sempre melhorar, mas não buscando resultado em uma lista. Não trabalhamos para sermos os primeiros, não somos alta gastronomia. Entendo que eles devem ser listados e premiados, mas o melhor restaurante é aquele que você mais gosta.”
Segundo ele, listas como a do 50 Best dão visibilidade a muitos projetos e ajudam as pessoas a levarem em conta alguns restaurantes na hora de sair para comer, mas elas vão perdendo sua relevância com o tempo e conforme o hábito do consumidor muda.
Rivero esteve no Rio de Janeiro para participar da premiação e, além do Rio, ele, que se diz apaixonado pelo país, conhece Natal, Maceió, Fortaleza, Bahia e São Paulo.
A relação de proximidade, aliás, alimenta intenção de um dia ter negócio por aqui. “Gostaria de abrir um restaurante de carnes, mas não que eu vá abrir agora. Estamos em um momento em que procuramos aprofundar nosso projeto de região produtiva.”
Em uma área de 230 hectares a 90 km de Buenos Aires são cultivados os gados Angus e Hereford utilizados pela parilla Don Julio. Por lá, Rivero também produz as hortaliças e os laticínios que abastecem suas cozinhas.
Ele também comanda o El Preferido de Palermo, 17º melhor da América Latina pelo 50 Best, uma casa dedicada às milanesas. Além dos restaurantes, um açougue completa seu portfólio de empreendimentos.
O gado da fazenda é criado ao ar livre e alimentado com pastagens naturais, sem uso de fertilizantes. Conhecidas pela qualidade, as carnes são armazenadas em câmaras frias quando chegam a Buenos Aires e maturadas por pelo menos 21 dias antes de irem à mesa.
O melhor restaurante brasileiro do mundo, segundo o 50 Best, também é especializado em carnes: A Casa do Porco, que ficou em quarto lugar no ranking regional. “Lá é incrível. Gosto de muitos restaurantes daqui. No Brasil, existe uma diversidade enorme de cozinheiros e estilos, muita delicadeza na cozinha”, conta Rivero.
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Fonte: Folha de São Paulo