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Deixou para comprar o espumante do Réveillon na última hora? Não dá mais tempo de buscar por ofertas especiais na internet? Não tem problema. Compra no supermercado mais próximo de sua casa. No geral, supermercado não é o melhor lugar para comprar vinhos, tanto em termos de preço quanto de variedade.
No caso dos espumantes, no entanto, é bastante fácil encontrar bons rótulos por bons preços. Creio que isso se deve ao fato de o Brasil produzir ótimos espumantes em todas as faixas de preço. Com espumante nacional, dificilmente você erra. Lembre-se apenas de olhar se ele é brut (seco) ou demi-sec (doce).
Espumantes são vinhos com bolhas de gás carbônico. Como isso se produz? Na maior parte das vezes, com duas fermentações alcoólicas. Fermentação é a transformação que a levedura provoca. No caso da alcoólica, ela come açúcar e libera álcool e gás carbônico. Na produção dos vinhos comuns, esse gás carbônico é solto no meio ambiente. No caso dos espumantes, ele é aprisionado.
Os dois métodos mais comuns de produção de espumantes são o tradicional e o charmat. Nos dois casos, há duas fermentações. Na primeira se forma o álcool e o gás é liberado. Na segunda, que é provocada pela adição de mais açúcar e mais leveduras no vinho base (esse produzido na primeira fermentação), o ambiente é fechado e o gás fica preso. No método charmat, a segunda fermentação acontece num tanque pressurizado. No tradicional, ela acontece na garrafa.
No geral, os espumantes do método charmat são mais frescos e frutados. Os do método tradicional têm mais aromas de frutos secos e brioche. Isso, no entanto, não é obrigatório.
Abaixo uma lista de espumantes ótimos que você encontra nos supermercados. Todos de bom preço.
Escolhi só secos, mas, se preferir algo mais doce, vá de moscatel. Há vários brasileiros de ótima qualidade. No supermercado do lado da sua casa, pode ser que não tenha nenhum desses, mas certamente terá um espumante brasileiro. Pode comprar sem medo. Uma dica é olhar o texto que fiz há umas semanas sobre como ler um rótulo de espumantes brasileiros.
Saint Germain Brut
Produzido pela Vinícola Aurora, pelo método charmat, este espumante é uma ótima alternativa quando você quer gastar muito pouco. Provei pela primeira vez na vinícola e lembro que espontaneamente comentei: “Que gostoso!’. A Lourdes, diretora de marketing da época, que conheci naquele dia e depois tornou-se minha amiga, me contou, então, que eu era a primeira jornalista a aceitar provar aquele produto porque ele era barato demais. Provei, gostei e publiquei elogios. Depois disso, já o vi em várias publicações. Sempre bem classificado. Eu sirvo sempre para abrir os trabalhos.
No site da Aurora, não estão especificadas as uvas que entram no corte. Como é um produto muito barato, imagino que varie de acordo com a disponibilidade da safra, mas certamente tem chardonnay e tem riesling itálico, as duas brancas mais produzidas na Serra Gaúcha, de onde ele vem. A garrafa de 660 ml (um pouco menor do que a normal que tem 750 ml) custa R$ 26,90 no Carrefour.
Ode Rosé Brut
Quando estive no Rio de Janeiro pela última vez, a grande descoberta que fiz foi o supermercado Zona Sul bem em frente ao apartamento em que eu estava hospedada, em Ipanema. Mais especificamente, os vinhos do Zona Sul. Sei que não é novidade, mas eu sempre que ia ao Rio ficava em hotel. Então, nunca tinha explorado muito nenhum supermercado.
Este é um espumante feito especialmente para o Zona Sul, um rosé, do método charmat. Um corte de pinot noir e riesling itálico. Quem produz é a ótima Courmayeur, um vinícola gaúcha de médio porte que tem se destacado bastante por seus espumantes. O preço é muito bom, R$ 46,80.
Amitié Brut
A Vinícola Amitié é bastante nova e vem crescendo muito. Fundada em 2018 pela enóloga Juciane Casagrande Doro e a sommelière Andreia Gentilini Milan, ela era uma vinícola cigana, ou seja, sem sede própria. Fez muito sucesso desde o início. Em 2023, as sócias inauguraram uma sede. Começaram com espumantes, mas hoje têm um portfólio bastante amplo.
Este é um de seus rótulos mais antigos. Feito pelo método charmat, com as uvas chardonnay e malvasia toscana, é um vinho fresco e aromático. Custa R$ 54,90, no Zona Sul.
Arte Tradicional Brut
Este é um clássico, um dos melhores custos-benefício do país. Sempre compro para meu próprio consumo. É produzido pela Casa Valduga, pelo método tradicional, o mesmo de Champagne. As uvas também são as mesmas, chardonnay e pinot noir.Acima
Acima, disse que os espumantes do método tradicional costumam ter mais aromas de frutos secos e brioche. Isso acontece porque, no método tradicional, o vinho costuma ficar mais tempo em contato com as borras (restos das leveduras). São elas que conferem esses aromas para o espumante.
No caso do Arte, o contato com as borras é de um ano no mínimo. Ou seja, depois de
acabada a segunda fermentação, a garrafa descansa com as borras por 12 meses antes de passar pelo degorgement (quando se abre a garrafa e, muito rapidamente para o gás não escapar, tira-se as borras que ficam acumuladas no gargalo, pois a garrafa descansa deitada). Custa R$ 69,80, no Zaffari (esse foi o melhor preço de supermercado que encontrei).
Fausto Brut
Outro ótimo espumante do método tradicional por um ótimo preço. No site da vinícola, encontramos que ele é um corte de 93% chardonnay e 7% pinot noir. Não há informações específicas sobre o tempo de contato com as borras. Está dito apenas que é breve. De fato, ele está mais para fresco e frutado do que para aromas de panificação.
A Pizzato é uma vinícola gaúcha de médio porte bastante reconhecida pela qualidade de seus vinhos. Esta linha é mais barata, mas mantém o padrão. Custa R$ 69,99, no Pão de Açúcar.
Salton Ouro Brut Rosé
A Salton é uma das maiores e mais tradicionais vinícolas do Brasil. Produz vinhos e espumantes em todas as faixas de preços. No fim do ano passado, estive no showroom deles aqui em São Paulo e provei alguns dos rótulos mais caros, como o Évidence Cuveé Sur Lie (R$ 125,00) e o rosé Lucia Canei (R$ 175,00). Maravilhosos.
Pouco depois, fui jantar com meu irmão, e ele apareceu com duas garrafas do Ouro Rosé que tinha comprado por uma pechincha no supermercado em frente. Não pus muita fé. Tinha na lembrança alguns espumantes mais baratos da Salton que não tinham me agradado tanto. O preconceito, no entanto, sumiu no primeiro gole. O vinho é uma delícia. Fresco, com aromas de frutas vermelhas, foi muito bem com o curry que estávamos comendo.
É feito pelo método charmat, com uvas chardonnay e pinot noir. Fica 6 meses em contato com as borras. Então, tem um certo corpo e untuosidade. Custa R$ 70,00, na Casa Santa Luzia.
Cave Amadeu Rústico Nature
A vinícola Família Geisse, que produz este espumante, é tida como modelo de qualidade por todo o setor. O enólogo chileno Mario Geisse, seu fundador, é um dos principais responsáveis pela evolução dos espumantes no Brasil. Foi ele, por exemplo, quem descobriu que Pinto Bandeira, hoje uma denominação de origem, era o terroir perfeito para a produção de espumantes.
A linha Cave Amadeu é a mais simples, mas o padrão é o mesmo. Este é um espumante sur lie, ou seja, ele não passa pelo degorgement. É vendido com as borras ainda na garrafa e a tampinha de cerveja que os espumantes costumam usar antes do degorgement.
O estilo sur lie está muito na moda no Brasil. Os espumantes desse estilo costumam ter bastante aromas de panificação. Quanto? O consumidor é que decide. Quanto mais tempo custar para ser aberto, mais aromas de frutas secas e brioche terá. Custa R$ 124,00, na Casa Santa Luzia.
Chandon Blanc de Noir Extra Brut
A trajetória da vinícola Chandon do Rio Grande do Sul, parte do grupo francês que produz o champanhe Möet & Chandon, coincide muito com a história do desenvolvimento da tecnologia e do know-how para a produção de espumantes no Brasil. Quando se instalou no sul, nos anos 1970, ela trouxe enólogos de fora (Mario Geisse era um deles) e investiu em pesquisa. Deu treinamento e suporte técnico para viticultores que quisessem investir na produção de uvas finas (e não nas de mesa, como era regra na época).
Trabalhou muito em cima do desenvolvimento do método charmat e, até hoje, só faz espumantes por ele. Eles são a prova de que o método charrmat também pode produzir espumantes complexos. Basta deixar o tanque parado (o que custa caríssimo) com o espumante em contato com as borras, como eles fazem com o Excellence (R$ 212,90), que fica 12 meses sobre as borras.
O Blanc de Noir tem 6 meses de contato. Um pouco mais que o cuveé de entrada que tem 4. É o mais recente lançamento da marca. É um 100% pinot noir e, apesar de branco, tem aromas de frutas vermelhas, além do pêssego e das amêndoas. Está por R$ 129,90 (menos do que no site da Chandon), no St. Marche.
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Fonte: Folha de São Paulo