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O jornalista Luiz Horta, especialista em vinho e também grande apreciador de café e chá, já viajou muito a trabalho, sempre em busca de bons goles e bocados. Por isso, ao ser questionado sobre suas cafeterias preferidas no mundo, elenca uma lista que passa por São Paulo, Paris, Londres e Cidade do México.
Horta, que era muito amigo –e não parente– de Nina Horta (1939-2019), cronista gastronômica que era colunista da Folha, diz que entre suas cafeterias preferidas em São Paulo está a Kofi & Co., situada dentro do instituto Le Cordon Bleu, onde está uma biblioteca com cerca de 2.500 livros que pertenciam a Nina Horta.
Luiz Horta, que foi também ele mesmo colunista da Folha e atualmente publica a newsletter Hortaletter, diz que, se pudesse escolher qualquer pessoa para tomar um café e ter dois dedos de prosa, escolheria o compositor alemão J.S.Bach e o pianista canadense Glenn Gould, que considera seu melhor intérprete. “Já imaginou estes dois tocando ao vivo num café?”, questiona.
Esta é a seção “Um Café e Dois Dedos de Prosa”, na qual toda semana alguma personalidade –seja especialista ou mera apreciadora– responde cinco perguntas sobre a bebida.
Confira abaixo a entrevista com Horta e não deixe de voltar toda sexta-feira para conferir as respostas dos próximos participantes. Aliás, se você, leitor, pudesse indicar qualquer personalidade para participar desta seção, quem gostaria de ver por aqui?
Um café e dois dedos de prosa com… Luiz Horta
1. Se tivesse que escolher um café para tomar pelo resto da vida, como seria?
Coado, com grāos dos “grand crus” da Etiópia, torrados pelo The Barn de Berlim.
2. O que não pode faltar na sua pausa para o café?
Um canelé ou um saco de sequilhos de araruta, que devoro como pipoca.
3. Qual sua cafeteria preferida no mundo?
A lista é longa e tem muito a ver com a qualidade dos grãos em oferta e do preparo, mas também da cidade que está lá fora, pois depois do café volto para ela. Entāo Verlet, em Paris; H.R.Higgins, em Londres; e na querida Cidade do México, com maravilhosos grãos mexicanos: Almanegra, Buna e Camino a Comala.
Aqui em São Paulo sou fā do Coffee Lab, onde tudo começou para mim, e também do Kofi & Co, dentro do Le Cordon Bleu, que me dá a alegria de poder voltar a fuçar os livros da minha melhor amiga na vida, a Nina Horta. A biblioteca gastronômica dela foi doada para a escola e fica lá, disponível, em frente ao café, no Culinary Village (e tem canelés!).
4. O café do futuro será…
O futuro sempre é utopia, sonho de uma noite de inverno. No meu nāo haveria café com robusta, todo mundo beberia café bom, de arábica (nem haveria mais vinho com uva isabella e outras uvas nāo viníferas. A vantagem da velhice é poder ser totalmente sincero). Sei que vou soar esnobe, mas sou um esnobe democrático, quero o melhor para todo mundo.
5. Se pudesse escolher qualquer pessoa, com quem gostaria de tomar um café e ter dois dedos de prosa?
Com J.S.Bach junto a seu melhor intérprete, o pianista canadense Glenn Gould, dois nomes do meu panteāo de ídolos desaparecidos. Já imaginou estes dois tocando ao vivo num café?
Sabe que Bach tem uma cantata cômica dedicada ao assunto café? A “Kaffeekantate”, número BWV 211 (pode ser escutada num destes aplicativos de música), em que num determinado momento há uma ária para soprano com esta letra: “ah, que delícia é o café/ mais adorável que mil beijos/mais gostoso que vinho moscatel/café, preciso de café/se alguém quiser me agradar/ah, me dê um pouco de café!”.
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Fonte: Folha de São Paulo