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Conheci de fato Porto Alegre um mês e meio antes das águas do Guaíba tomarem suas ruas. Antes só estive por ali de passagem. Agora, passei seis dias na cidade, durante os quais visitei vinícolas urbanas, bares e restaurantes e conheci um monte de gente talentosa e animada. A capital gaúcha, hoje ainda um cenário meio apocalíptico, em março era uma festa.
Cheguei poucos dias antes do South Summit, um badalado encontro de inovação que reúne Brasil e Espanha. Fui a convite dos irmãos Antônio Alberto Júnior e Alessandro Rios, sócios do condomínio Vivert e da Vinícola Alma Gerais, ambos em Minas Gerais. Durante o encontro, os irmãos lançaram o projeto da Enovila, um condomínio em Bom Sucesso, Sul de Minas Gerais, com vinhedos e toda a estrutura para que seus condôminos produzam seus próprios vinhos. Um projeto bem bacana do qual devo falar muito em breve. Agora preciso voltar a Porto Alegre.
Porto Alegre, com suas vinícolas urbanas e seus arredores cultivados, é o destino mais novo para o enoturismo no Rio Grande do Sul, uma alternativa a mais para o viajante apaixonado por vinhos. Há alguns anos acompanho o desenvolvimento deste pólo vitivinícola. Quando soube que eu teria quatro dias livres na cidade, entre outro trabalho na Serra do Sudeste e o summit, cheguei a pensar em subir para a Serra Gaúcha. Contudo, logo lembrei que precisava conhecer Porto Alegre e suas vinícolas.
Aqui vou contar sobre as vinícolas que visitei. Abaixo veja o link do Instagram para um post no qual comento alguns vinhos que tomei desses produtores.
A cena de vinícolas urbanas é recente em Porto Alegre. As primeiras iniciativas na área urbana da capital gaúcha são de 2016. Nos arredores, o movimento começou um pouco mais cedo, por volta de 2010. Em toda a região, no entanto, antes disso, já havia quem comprasse uva na Serra Gaúcha e produzisse vinho artesanal para consumo próprio. Afinal, a principal região produtora de uvas viníferas do Brasil fica muito próxima de POA .
“Para mim, vinícola era algo que devia obrigatoriamente incluir um vinhedo”, conta o dentista Carlo de Leo, um sujeito urbano, que não tem nenhum parente na Serra Gaúcha e nenhum avô que produzia o próprio vinho. “Até que recebi um paciente que, há mais de 20 anos, faz vinho na casa dele. Um italiano que compra as uvas sempre do mesmo produtor, traz para Porto Alegre e vinifica em casa. Ele não vende. É para consumo próprio e dos amigos. Fiquei super interessado e, em 2019, ele me convidou para fazer a safra 2020 com ele”.
Em 2020, porém, veio a pandemia e o paciente de Carlo, que já tinha uma certa idade, desistiu de fazer vinho naquele ano. Carlo, no entanto, prosseguiu e encontrou outras pessoas que o ajudaram e ensinaram muita coisa sobre vinificação. “Em 2021, eu me programei para fazer vinho aqui na minha casa”, conta. Assim, na garagem de um casarão dos anos 1970, na Vila Assunção, zona Sul da capital, muito próximo à margem do Guaíba (mas, por sorte,no alto de uma ladeira), nasceu a micro vinícola Cave Poseidon. O nome é uma homenagem ao deus grego do mar. Carlo é velejador e organiza degustações em passeios de barco pelo Guaíba, além de degustações na sua casa. No auge das enchentes, podia ser visto em barcos a motor participando do resgate de pessoas isoladas (veja vídeo abaixo).
Em sua garagem, faz várias experiências. Em 2023, produziu oito rótulos diferentes. Apesar de nova, a vinícola já está com tudo dentro da lei. Com isso, consegue vender seus vinhos pelo Instagram e para estabelecimentos comerciais ou restaurantes, mas boa parte da produção ainda é financiada por um esquema com sete (amigos) associados que compram antecipadamente cada um deles cerca de 100 garrafas. Esse grupo participa até com algumas sugestões do que fazer ou não a cada safra.
Carlo acredita que o movimento de vinícolas urbanas nas grandes cidades do mundo inteiro lembra muito o movimento das cervejas artesanais e que, como este, vai crescer. “Sei de várias pessoas que estão começando a produzir vinhos em garagens e cozinhas da cidade”, conta. “Mas não acredito que vai viralizar tanto quanto a cerveja artesanal. É muito mais difícil conseguir os insumos.”
Porto Alegre, certamente, tem um cenário muito propício para essa moda pegar. À diferença de Londres ou Nova York, duas cidades que também têm uma cena forte de vinícolas urbanas, mas cujas zonas produtoras próximas têm poucas décadas de produção, a capital do Rio Grande do Sul fica perto de uma região que produz uva e vinho desde o século 19, a Serra Gaúcha. Com isso, a metrópole abriga pessoas que nasceram em Bento Gonçalves, Garibaldi, Caxias do Sul e outras localidades da serra. Gente que muitas vezes tem a produção de vinhos no histórico da família.
Ana e Caio Mincarone, mãe e filho, sócios da Cantina Mincarone, por exemplo, descendem de Manoel Peterlongo, engenheiro agrimensor italiano que, em 1915, fundou a vinícola Peterlongo em Garibaldi e investiu na produção de espumantes de qualidade, sendo uma das figuras mais importantes no desenvolvimento desse tipo de vinho, que hoje é o carro-chefe da produção nacional . Ana nasceu em Bento Gonçalves, mas logo mudou-se para a capital e, por muitos anos, nem pensou em produzir vinhos. A ideia só surgiu quando foi morar na praia do Rosa, em Santa Catarina, e conheceu a também gaúcha Lizete Vicari, uma das figuras mais relevantes do cenário de vinhos naturais no Brasil.
“Aprendi a fazer vinho com ela”, diz Ana. “Em 2016, a Lili se mudou para Bento Gonçalves e um dia me chamou para ajudá-la. O Caio foi junto para fotografar”. Caio, que tinha uma revista de surf e skate, passou a ajudar também e acabou se associando à mãe para produzirem os próprios vinhos. “Foi meio por um acaso”, conta Caio. “Um dia a gente estava na casa da Lizete e alguém ligou oferecendo um carregamento de ribolla gialla e sauvignon blanc. Ela perguntou se a gente queria comprar junto. Topamos. Fizemos tudo junto, do começo ao fim, e dividimos os vinhos. Foi a melhor aula de vinificação que podíamos ter”.
Hoje a Cantina Mincarone está instalada em uma chácara no limite entre Porto Alegre e Viamão, uma zona já meio rural, tem equipamentos próprios e até um pequeno vinhedo, mas continua comprando uvas. Segundo Ana e Caio, a maioria dos fornecedores estão em Vacaria (Campos de Cima da Serra) e Encruzilhada do Sul (Serra do Sudeste). Os vinhos Minca fazem muito sucesso na feira Naturebas e estão na carta de ótimos bares de vinho e restaurantes.
As cenas dos vinhos naturais e das vinícolas urbanas muitas vezes se sobrepõem. Tanto que a maior parte das vinícolas urbanas (ou semi urbanas) de Porto Alegre estarão na Naturebas, que acontece sábado (29) e domingo (30) em São Paulo. Na capital gaúcha, um templo do vinho natural (ou de baixa intervenção, como hoje é mais comum dizer) é a Casa Vivá, no elegante bairro Moinhos de Vento. A casa, que já funcionou numa portinha e hoje está instalada num casarão que abriga um elegante restaurante de comida sazonal e local, tem uma coleção bastante completa dos vinhos de baixa intervenção do Brasil e do mundo (1112 rótulos diferentes no dia em que conversamos), além de uma bela queijaria.
O que pouca gente sabe é que ali funciona também uma micro vinícola urbana, a Vivá Vinhos Naturais. “Nós começamos em 2020, com uva comprada e alugamos um espaço”, conta Cristian Avila Silva, sócio da vinícola (com Fausto Trindade) e da Casa Vivá (com a mulher, a chef Kely Bavaresco). Em 2022, eles lançaram nove rótulos diferentes. “Era para em 2023 montarmos uma cantina (estrutura industrial), mas aí resolvi ampliar a Casa Vivá e mudamos para uma casa maior e estamos fazendo vinho aqui mesmo”. Segundo ele, os planos são estruturar essa vinícola e abri-la para o público, que poderá até participar de determinadas partes do processo, que, claro, é todo de mínima intervenção.
Esse movimento moderno se mistura com um velho costume de alguns porto-alegrenses. Embora a formação da população de Porto Alegre seja diferente da da Serra Gaúcha, com a imigração italiana tendo ali um papel menor do que na serra, e lembrando que a produção de vinho na serra está intrinsecamente ligada à história desses imigrantes, também na capital sempre houve quem fizesse o próprio vinho e até plantasse uvas no quintal.
“Meu bisavô Januário Greco, era um imigrante italiano que prosperou em Porto Alegre”, conta o engenheiro Eduardo Gastaldo, proprietário da Ruiz Gastaldo Vinícola Urbana (Ruiz é o sobrenome de sua mulher, Camila). “Trouxe o primeiro automóvel para a cidade. Montou o primeiro cinema com som. Era um apaixonado por vinhos e, nos anos 1920, plantava uvas nos jardins da sua casa, na Avenida Independência, aqui no centro de Porto Alegre. Fazia seu vinho. Minha avó e meu pai não seguiram essa paixão”.
A princípio, parecia que Eduardo também não seguiria.Trabalhava com seu sogro numa empresa de refrigeração e estava muito bem posto na vida. Porém, justamente o sogro, um argentino, começou a instigá-lo a tomar bons vinhos. “Sou engenheiro de formação e gosto de entender como as coisas se constroem. Então, uma coisa levou à outra.”
Em 2017, Eduardo decidiu fazer vinho. Comprou alguns equipamentos, mas não a desengaçadeira (máquina de separar a uva do cacho). Foi à Serra Gaúcha, comprou uvas já desengaçadas, enfiou numa caixa d’água na caçamba de sua caminhonete e desceu para Porto Alegre. “A uva já veio fermentando no caminho”, brinca meio falando a verdade. A ideia era fazer vinho para consumo próprio, mas os amigos gostaram tanto que decidiu adequar a garagem de sua casa para cumprir as normas da prefeitura e do ministério da agricultura para transformar o local numa vinícola profissional.
Em 2019, estava com a papelada regularizada e começou a operar. Em seguida, no entanto, aconteceu o que a gente sabe que aconteceu em 2020: a pandemia. Porém, isso não prejudicou os negócios. Eduardo organizou uma série de confrarias online e vendeu bem. “A Camila, então, veio para mim e disse: ‘Uma hora essa pandemia vai acabar. Vamos preparar o espaço para receber visitas quando isso acontecer’. E foi o que fizemos”. De lá para cá, a vinícola se tornou um ponto de referência na cidade.
Quando no resto do Brasil ninguém pensava em estudar enologia, no Rio Grande do Sul, nos anos 1980, essa já era uma carreira na mira de muitos jovens, mesmo os da capital. “Eu me formei em agronomia e enologia”, conta Paulo Backes. “Mas isso só serviu para me ensinar a tomar vinho. Fiz carreira como paisagista e, paralelamente, fotógrafo”. Como fotógrafo, uns nove anos atrás, Paulo foi contratado por um banco de imagens para produzir fotos de vinhedos, uvas e vinhos.
“Aí a mosquinha me picou”, conta. “Um dia, em 2016, fui à feira, aqui em Porto Alegre mesmo, e voltei com 30 quilos de uva, três baldes de moscato bailey (uma híbrida criada no Japão). Minha mulher perguntou: ‘O que você vai fazer com isso?’. ‘Vinho’, respondi. Aí começou a brincadeira.” Em 2017, fez vinhos em Monte Belo do Sul, na Serra Gaúcha, com uvas de Santa Catarina. Depois, foi vinificar em Garibaldi com Wilmar Bettú, uma lenda viva da viticultura brasileira. Junto com o sócio, o publicitário, Mário Saavedra, criou uma espécie de vinícola cigana com a marca Monte Vinhos de Autor. A sede da vinícola, no entanto, hoje existe. Está em Porto Alegre, no centro histórico – por sinal, a água da enchente chegou a 50 metros da casa. Ali será construída a vinícola. Por enquanto, já é o ponto de encontro de seus clientes, local de degustações.
Entre os vinhateiros urbanos de Porto Alegre, há até um dos enólogos mais famosos do Brasil, alguém que teve importância vital no desenvolvimento da vitivinicultura na Serra Gaúcha, Adolfo Lona. Lona, para quem não sabe, na verdade, é argentino. Chegou ao Brasil em 1973 para trabalhar na Martini & Rossi, em Garibaldi, no desenvolvimento dos espumantes De Greville. Fez história por aqui. Além de produzir o primeiro brut rosé e o primeiro moscatel de método Asti, nos anos 1980, criou o Baron de Lantier, um tinto que causou furor na época do lançamento. Lembro de meu pai e meu tio Paulo bebendo e comentando. Eu mesma bebi, mas não lembro como era.
Lona trabalhou para a Martini & Rossi por 31 anos, até que em 2004 saiu para criar seu próprio projeto, a Vinícola Adolfo Lona. Essa vinícola também sempre foi um sucesso, mas ela nunca teve vinhos ou mesmo uma estrutura industrial completa. Parte do processo, Lona fazia em instalações alugadas.
O enólogo mantinha uma casa em Porto Alegre e viajava da capital para a serra com frequência para tocar seu negócio. “Na passagem de 2020 para 2021, peguei covid e fiquei internado 15 dias”, conta Lona. “Depois disso, decidi que não queria mais viajar toda hora”. Começou então a montar uma vinícola urbana com a estrutura necessária para todas as etapas da vinificação. A cave, que é razoavelmente grande para uma vinícola urbana, terá também um espaço para receber turistas e locais interessados. A única viagem necessária será para comprar uva.
Pelas bordas
Na verdade, há vinhedos em Porto Alegre. A maioria deles, na área rural da Grande Porto Alegre, em municípios vizinhos. Como acontece na maioria das grandes cidades do Brasil, a periferia de Porto Alegre é um misto de dormitório de trabalhadores do centro, área de produção de hortaliças e uma concentração de imóveis de temporada como chácaras, sítios e condomínios. Nessas chácaras e sítios, estão surgindo pequenos vinhedos.
Visitei três desses projetos. Todos em Viamão. O município parece concentrar boas condições de terroir para a viticultura. “Aqui é mais ensolarado”, conta Eduardo Giovannini, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul e responsável pela implantação do curso superior de tecnologia em viticultura e enologia do campus Bento Gonçalves. Giovannini é também proprietário da Quinta da Barroca da Tília. “Além da terra ser mais barata, aqui o clima é melhor. Tem menos cobertura de nuvens. Chove menos no verão. Estamos perto do mar. A terra é pobre. O terreno, formado por paleodunas surgidas do recuo do Oceano Atlântico há 450.000 anos, é feito de areias profundas, onde raízes de videira precisam buscar os raros elementos presentes no quartzo.”
Pensando nessas qualidades do terroir, em 2010, Giovannini e sua mulher, a engenheira agrônoma Simone Gonçalves Teixeira Giovannini, compraram 33 hectares em Viamão. Nesses, implantaram 4 hectares de vinhedos. O casal gosta de fazer experiências. Tem ali uvas pouco comuns no Brasil, como a italiana vermentino, a francesa mouvedre, a georgiana saperavi e, a paixão do casal, a italiana nebbiolo. Segundo Giovannini, nebbiolo é a vocação de Viamão. Ali eles têm também uma bela área de recepção para os turistas. A casa foi inspirada no filme Um ano bom (Ridley Scott, 2006), que se passa numa vinícola da Provence.
A região onde está a vinícola é bonita. Por ali, a maioria das propriedades ainda são casas de campo de moradores de Porto Alegre. Não muito longe dali, onde está a Vinícola Pianegonda, por muitos anos existiu apenas o sítio de fins-de-semana e férias da família de Gabriel Pianegonda. Ali ele passava as férias com os pais. Ali conheceu Vanessa, cujos pais têm um sítio um pouco mais para a frente, e casou-se com ela.
Na lua-de-mel, em 2015, foram para Mendoza, na Argentina. “Eu não sabia nada de vinho”, diz Gabriel. “Fomos visitar a vinícola Pulenta e me deram um chardonnay para degustar. Aí o cara falou: ‘Tem aroma de abacaxi’. ‘Não é que tem mesmo’, pensei. E me apaixonei. Decidi que ia voltar e fazer vinho. Fiz mesmo.”
Logo que voltou fez alguns cursos curtos e, agora, está cursando enologia à distância, mas, paralelamente a isso, em 2015 mesmo, começou a implantar vinhedos no sítio da família. Sem saber nada, plantou tannat e cabernet sauvignon. Não viu sequer se o porta-enxerto era o correto para o solo. O resultado foi que deu poucas uvas e, consequentemente, poucas garrafas, e não conseguiu manter o vinhedo com práticas biodinâmicas como pretendia. “Mas, desde 2016, é tudo biodinâmico. Estamos ainda esperando para dizer se deu certo ou não. Se não ter, faremos agricultura regenerativa antes de tentar novamente.”
Pretende tirar o chardonnay e plantar nebbiolo e alvarinho que são mais resistentes. “Está todo mundo plantando nebbiolo”, conta. Será Viamão o novo Langhe (região produtora de nebbiolo na Itália)? Pode ser. Mas é bom lembrar que muitos dos produtores da região são alunos do casal Giovannini, que tem uma paixão confessa por essa casta. A maior parte dos vinhos da Pianegonda hoje, no entanto, são com uvas compradas fora. De preferência, no mínimo, de produtores que tenham práticas sustentáveis. Gabriel organiza sempre degustações na sua propriedade.
Um pouco longe dali, numa zona mais rural, chegamos por estradas de terra à Quinta da Tuíra. Ali quem nos recepciona é Getúlio Teixeira. Dá para dizer que a vida de vinhateiro é a terceira vida de Getúlio. Administrador de empresas, trabalhou na Companhia Riograndense de Telecomunicações. Depois, estudou direito, se formou aos 52 anos, em 2003, e trabalhou como advogado até 2018. Antes de largar o direito, no entanto, já começou com o Em 2011, depois de assistir um Globo Rural no qual um enólogo da Embrapa ensinava a fazer vinho artesanal.
“Anotei e fui fazer”, conta. “Comprei as uvas de mesa bordô e isabel, que eu não conhecia porque só tomava vinho fino. Ficou muito ruim”. Na marra, aprendeu que, se fizesse com uva europeia, tipo cabernet ou merlot, tinha mais chances de dar certo. Mas estava no fim de fevereiro e quase tudo já tinha sido colhido na Serra Gaúcha. Alguém falou para ele tentar em São Joaquim, Santa Catarina. Lá é mais alto. Portanto, mais frio. Portanto, a uva amadurece mais devagar. Portanto, a colheita é mais tardia. Deu certo. conseguiu comprar 300 quilos de merlot e 300 de cabernet sauvignon. “O primeiro vinho ficou muito bom, tomei as 90 garrafas”, diz.. “Mas, só em 2012, saiu a primeira safra válida.”
Os vinhos de Getúlio são todos de baixa intervenção. Hoje ele tem uma terra e está implantando vinhedos orgânicos. O nome da vinícola, Tuíra, é uma homenagem a guerreira do povo Kayapó, que luta pelo meio ambiente. Nada mais apropriado neste momento.
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Fonte: Folha de São Paulo