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Além da redação, os estudantes respondem 12 questões de linguagens. A prova dura 5 horas e termina às 19h. Tema da redação da Unesp 2024 sobre a possibilidade de uma vida off-line chama a atenção dos estudantes
Esdras Pereira/g1
Com os portões já abertos, os candidatos da segunda fase do vestibular 2024 da Unesp que terminaram a prova mais cedo, em Araraquara (SP), têm um assunto em comum para conversar: o tema da redação.
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Oficialmente, ele só é divulgado pela Vunesp às 20h, mas o g1 apurou com os participantes que eles tiveram de produzir um texto relacionado à tecnologia, com o tema: “É possível um futuro off-line?”. (veja abaixo as opiniões dos candidatos).
Além da redação, os estudantes respondem 12 questões de linguagens. A prova durou 5 horas e terminou às 19h.
VEJA O CADERNO DE PROVA DO 2º DIA DA 2ª FASE DA UNESP
Redação da Unesp exigiu dos estudantes pensar na possibilidade de um mundo sem internet
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O que os candidatos acharam do tema?
Isaak Ferreira, de 25 anos, achou o tema da redação da Unesp 2024, que aborda a possibilidade de um futuro off-line, democrático e moderno
Esdras Pereira/g1
Candidatos ouvidos pela reportagem gostaram do tema e disseram que tiveram certa facilidade para desenvolvê-lo.
“Um tema extremamente moderno e democrático, até pensando nos impactos que tivemos durante a pandemia. Eu considero ser muito difícil um futuro off-line, mas acredito que precisamos evoluir junto com a tecnologia. Desenvolvi mais ou menos dessa forma”, contou Isaak Ferreira, de 25 anos, que sonha cursar ciências sociais.
Maria Eduarda Catureba Bastos, 19 anos, acha que todo mundo conseguiu fazer a redação da Unesp 2024
Esdras Pereira/g1
Maria Eduarda Catureba Bastos, 19, busca uma vaga em pedagogia. Ela resumiu o segundo dia de provas e, principalmente, o tema da redação.
“Muito mais tranquilo que o primeiro dia. Acho difícil que alguém não consiga elaborar algo.”
Julia Dias Ramos, 18 anos, achou que o tema da redação da Unesp 2024 dava possibilidade para muitas abordagens
Esdras Pereira/g1
Julia Dias Ramos, de 18 anos, acompanhou o raciocínio.
“Foi um tema genérico (da redação), dava para falar de muita coisa. Mas eu, por exemplo, vejo como difícil um futuro off-line. Perco o celular a cada 10 minutos e já dá aquele vazio”, confessou, aos risos.
Tema traz reflexão
A Unesp manteve a linha dos últimos anos, de apresentar perguntas filosóficas em sua redação, na visão do professor de Redação do Curso e Colégio Oficina do Estudante Mateus Leme.
“Nesse ano, novamente, tivemos uma perguntinha filosófica, que não era centrada no Brasil, diferente de outras provas, como o Enem, e exigia uma abordagem mais ampla. O aluno teria que abordar a humanidade como um todo e não apenas o Brasil. Isso foi uma dificuldade a mais.”
Para a professora Samantha Vieira, especializada em redações para processos seletivos, o tema traz uma reflexão necessária, atual e muito bem contextualizada às vivências dos candidatos mais antenados.
“Apesar do recorte mais genérico, os pontos de vista abriram-se para várias possibilidades de problematizações. A argumentação ocorre no cotidiano das escolas, das famílias e nas mais diversificadas situações na sociedade moderna”, afirmou.
Segundo Samantha, o texto dissertativo trouxe a liberdade de posicionamento, o que também pode ser visto pelos textos de apoio.
“Ao analisar o texto 1 do quadrinista contemporâneo Dahmer, obtém-se as informações sobre a persuasão do algoritmo em 4 cenários e pessoas diferentes. O artista plástico deixou claro quem adere as personificações dos algoritmos. No texto 2, o jornal da USP explicita que ‘não dá para pensar em um mundo sem a internet’ ; as porcentagens referenciadas são propositais para embasar o argumento do candidato. Em contrapartida, o não tecnofóbico e professor estadunidense, Jonathan Crary, autor do livro ‘Terra arrasada – Além da era digital, rumo a um mundo pós-capitalista’ refuta o texto 2 da USP. O texto 3 fecha com alta criticidade a temática proposta . Isso porque, o professor universitário é chamado em seu país de ‘metralhadora da internet’. Sendo assim, um dos focos para entendimento era o achatamento das sensibilidades, somado aos vários entraves descritos, como: endividamento, vida desperdiçada, corrosão da memória e da desintegra ao social. Qualquer um desses, poderia virar argumentação plausível para ser progressiva durante a escrita do texto”, explicou.
A professora salientou a variedade de possibilidades de argumentação que o texto oferecia.
“Cabia, por exemplo, pontuar que nas interações comunicativas geradas durante a pandemia, o futuro era mais incerto ainda, logo houve muita dificuldade em permanecer off-line e preparar para as atender às necessidades on-liem que estabeleciam-se num amanhã incerto . Entretanto, a Unesp, também aceita outras perspectivas. Existiu a oportunidade para abordar a Nomofobia, que é o medo irracional de ficar sem o seu celular ou ser impedido de usá-lo por algum motivo, como ausência de conexão à internet ou bateria fraca. Isto é, por outro lado, ficar off-line é necessário, ou tornar-se-á um vício.”
A grande surpresa, na opinião de Samantha, foi a facilitação do tema, mais comum a todos os candidatos, diferentemente dos últimos anos.
“Em 2023, a proposta contemplou a ‘lógica do condomínio: o espaço público está em declínio?’; em 2022 a Unesp também não facilitou : ‘Tudo bem não estar bem?: a tristeza em tempos de felicidade compulsória’, exemplificou.
CALENDÁRIO DA UNESP
12 a 21/12 – provas de habilidades para todos os cursos da capital e para alguns cursos de Bauru;
31/1/2024 – divulgação do resultado final.
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Fonte: G1