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Há bem pouco tempo, narizes se retorciam para o termo “vinho natural” —e também para seus odores. A ideia genérica era a de que seriam esquisitos, fedidos e cheios de defeitos, uma coisa meio hippie. Mas, nos últimos anos, a desconfiança cedeu e o movimento dos naturais ficou mais forte por aqui: são esses os vinhos que compõem as cartas de alguns dos bares e restaurantes mais badalados do país.
Talvez o fato de o paladar mundial hoje clamar por bebidas mais leves e frescas elucide esse boom, considerando que é fácil encontrar naturais com esse perfil. Outra explicação para seu sucesso está na preocupação com a saúde, afinal eles são feitos idealmente com uvas orgânicas e não permitem a adição de insumos enológicos, conservantes e outros. Portanto convencionou-se chamá-los também de vinhos “de baixa intervenção”.
O vinho natural tem conseguido rejuvenescer o público consumidor da bebida. Com rótulos modernos e nomes divertidos, ele é mais imprevisível do que os vinhos que seguem regras das denominações de origem. Os produtores naturais costumam experimentar uvas ancestrais e diferentes métodos de vinificação. O resultado é um espectro de cor muito mais vibrante e aromas que correm longe da roda tradicional criada nos anos 1980 e usada até hoje por sommeliers para descrever vinhos.
Ouvi de uma especialista que quem os bebe com frequência é guiado por um desejo frenético de encontrar o líquido do santo graal. Não é fácil, considerando que esses vinhos são o que chamamos de “vivos”, sem conservantes, e evoluem de maneiras imprevisíveis: um mesmo lote de um mesmo produtor engarrafado em dois vasilhames diferentes pode mostrar mundos díspares na taça. Quem tomou esse vinho natural perfeito, então, passará o resto da vida procurando, em outras garrafas, perfeição semelhante.
Se é o seu caso, se você achou tudo o que leu acima interessante, ou se o vinho natural já é o seu lance, reserve para eles os dias 29 e 30 deste mês, quando acontece a feira que é o equivalente ao Lollapalooza dessa bebida, a Naturebas. Lá será possível provar e comprar mais de 3.000 rótulos diretamente de mais de 150 produtores.
Os organizadores Liz Cereja e Leo Reis, que comandam também um dos templos dos naturais em São Paulo, a Enoteca Saint VinSaint, explicam que o foco está na América do Sul, embora também seja possível conhecer, provar e comprar de figurões europeus, como os italianos da Agrícola Foradori e do Vigneto San Vito; o Domaine Les Terres Promises, da França; e a Pheasant Tears, da Geórgia.
O ingresso da Naturebas, que acontecerá no Pavilhão da Bienal, custa a partir de R$ 229 mais taxas (na Ticket360) e dá direito a uma taça para provar todos os vinhos apresentados ali, além de outras bebidas —cervejas, saquês, sidras etc. Para quem achou o ingresso caro, os organizadores informam que é com essa verba que bancam toda a feira, uma vez que não é cobrada taxa de participação dos produtores e o evento não tem fins lucrativos. Os ingressos de sábado já estão esgotados, mas ainda há para o domingo.
Quem não conseguir ir à Naturebas ou preferir um evento menor pode se divertir no Segunda Taça, feira organizada pela sommelière e empresária Gabriela Monteleone, que aproveita a presença de alguns produtores do evento do fim de semana. No Futuro Refeitório, no dia 1° de julho, das 16h às 22h. Ingressos no Sympla.
Vai uma taça?
Hoje vamos com três naturais: o brasileiro Pét-Nat Casa Viccas Rosé (R$ 144), espumante feito com Merlot e Glera pelo método ancestral, que traz notas de pão de levain, além de fruta vermelha; o laranja uruguaio Bizarra (Todovino, R$ 146), que de tão intenso lembra um fortificado e é ótimo para o inverno; o tinto Cara Sucia Cereza (Domínio Cassis, R$ 112), leve, fácil de beber e que lembra cereja.
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Fonte: Folha de São Paulo