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Com uma longa trajetória como um player importante do mercado, o empresário começou a atuação na economia juntamente com o próprio pai. Roberto Santiago, um dos maiores empresários da Paraíba
Reprodução/CBN
Na primeira entrevista concedida pelo empresário Roberto Santiago, dono dos dois principais shoppings de João Pessoa, ele revelou a trajetório profissional e de vida que percorreu antes de se tornar um dos principais empresário da Paraíba. Com uma longa trajetória como um player importante do mercado, o empresário começou a atuação na economia juntamente com o próprio pai, Divaldo da Nóbrega, até se tornar proprietário do Shopping Manaíra e Shopping Mangabeira.
A conversa faz parte do 4º episódio do videocast “Mercado em Movimento”, da Rádio CBN. O empresário contou a trajetória de vida de sua família nos negócios, que inicialmente eram voltados para outro setor da economia, e também explicou como se consolidou entre os grandes nomes do mercado paraibano e nordestino.
Com apresentação de Plínio Almeida, o videocast “Mercado em Movimento” conversa com diversas personalidades do empreendedorismo estadual, com episódios sendo divulgados toda segunda-feira. Os episódios ficam disponíveis no YouTube da CBN.
Início com cultivo de café
Roberto Santiago e a família são naturais de João Pessoa. Eles começaram a trajetória de investimentos nos negócios no cultivo do café. A ideia dos investimentos iniciais da família, segundo conta o empresário, veio do próprio pai, Divaldo da Nóbrega, que fez sucesso no ramo na Região Metropolitana da capital e atingiu rapidamente bons resultados.
“Meu pai tinha comprado a torrefação de café Santa Rosa. Com 12 anos comecei a trabalhar com ele e herdei dele o sangue de empreendedorismo. Para mim, meu pai sempre foi tudo que eu tenho na minha vida e tudo que eu sei de empreendedorismo foi meu pai que me ensinou. A gente passou uns 20 anos, depois abrimos outras indústrias, fechou o café, mas comecei lá”, contou.
Conforme Roberto, o empreendimento de café ficou concentrado em João Pessoa e, aos poucos, foi se expandindo para cidades da região metropolitana. No entanto, após o negócio crescer, o pai de Roberto decidiu se aventurar em outros ramos, o que trouxe uma quebra financeira para a família.
“Meu pai tinha uma visão muito grande, ele sempre estava muito na frente. Em termos de visão empresarial, ele era um gênio. Ele tinha o café, que tinha limitações proporcionalmente ao que ele queria ser. Foi aí que ele botou uma fábrica de cartonagem, que era o sonho dele. Ele fez um investimento muito grande e achava que ali ia ser o grande ‘pulo’ dele, mas infelizmente não deu certo. Do jeito que ele cresceu muito a queda foi faraônica”, disse.
Esse período de quebra da empresa do pai, em que Roberto também trabalhava, foi categorizado pelo empresário na entrevista como fundamental para os sucessos da organização empresarial que se estruturou posteriormente. O empresário considerou que o momento de insucesso fortaleceu o entendimento da família sobre como o mundo dos negócios funciona.
“Se fosse só o sucesso, com certeza eu não seria quem eu sou. Se você pega alguém que só conheceu o sucesso, o gestor que criou conheceu o fracasso, mas esse sucessor não, então ele não é perfeito, não é completo. Principalmente no Brasil que a gente vive, onde hoje a gente está com a economia boa e de repente muda de uma hora para a outra e se você não tiver estrutura para poder se adaptar a isso, você pode estar muito bem em uma situação e depois não estar mais”, contou.
Atuação como vendedor de loteamentos
Roberto Santiago conta que, com uma herança deixada pela avó materna, a família, por meio do empreendedorismo, e do engajamento do próprio Roberto, conseguiu sair do momento de instabilidade. Naquele momento, ele começou a vender loteamentos que subsidiaram provimentos básicos para a família.
“Quando comecei esses loteamentos, quando eu vendia um lote eu garantia um mês de feira, dois meses. Então o objetivo era esse, o meu universo era garantir a feira. Depois foi garantido meses, anos de feira garantida. Então foi o início de uma trajetória boa”, relatou.
Depois de adentrar nesse mercado para garantir os alimentos para a família, Roberto Santiago se viu em um momento melhor, mas mesmo assim com muita concorrência. No entanto, o olhar de mercado apurado fez com que ele se destacasse e logo fosse um dos principais vendedores de loteamentos na Paraíba.
“A maneira que eu fazia era muito diferente. Eu chegava na cidade do interior, parecia um circo, tinha 40 carros, caminhão outdoor, aquela festa, e aí eu impressionava a cidade como um todo. Isso levantava muito as vendas. Aí o que eu fazia? Aumentava o preço. Se o terreno fosse 10 mil, você que é o dono da área e ia lotear, eu cobrava 25 mil. Comecei a cobrar esse valor e o povo ainda me procurava, enquanto os outros cobravam 10 mil. Aí chegou num ponto em que parei de vender para alguém e passei a comprar eu mesmo”, disse.
Foi nesse momento que Roberto Santiago deixou de ser apenas um vendedor de loteamentos de terrenos para terceiros, através de uma imobiliária, e passou a ser dono de todo o processo de venda de terras, já que com as propriedades em seu nome, ele poderia ganhar para além da comissão e, sim, diretamente, na venda de cada lote.
De acordo com a própria estimativa de Roberto Santiago, ele calcula que vendeu cerca de 70 a 80 mil terrenos enquanto trabalhou com esse ramo.
Manaíra Shopping, em João Pessoa
Divulgação
Manaíra e Mangabeira Shopping
Roberto Santiago, inicialmente, propôs a construção de lojas em um terreno para um amigo que construía casas pré-moldadas. O projeto cresceu até se transformar no Shopping Manaíra. Antes da construção, ele previu que o espaço se tornaria um shopping e decidiu investir nessa direção. Em 1989, o shopping foi inaugurado.
O Mangabeira Shopping, seu segundo empreendimento desse tipo, foi decidido após um estudo de viabilidade. Apesar das dificuldades enfrentadas durante a construção, Roberto decidiu seguir adiante.
““Na hora que a gente planejou o shopping, em 2010, o país estava bombando, crescimento absurdo. Então eu comecei a construir o Mangabeira em 2012, para inaugurar em 2014, que foi o último ano que a economia estava bem. Inaugurei o Shopping em novembro. Em janeiro de 2015 o país quebrou. Não tinha bola de cristal”, contou Roberto sobre as dificuldades que enfrentou na abertura do Shopping.
Após a crise econômica de 2015 no Brasil, o Mangabeira Shopping se consolidou como um importante empreendimento na região. Roberto Santiago destacou que desafios são comuns no setor e afetam empreendedores de todos os tamanhos.
“É tudo proporcional. O pequeno também sofre, o grande também. É tudo proporcional. Não tem essa de que o grande sofre mais e o pequeno sofre menos, não todo mundo sofre”, explicou.
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Fonte: G1