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Com a cheia recorde do rio Guaíba, que chegou ao maior nível da história (5,3 metros), a região metropolitana de Porto Alegre vive um desabastecimento de água, energia elétrica e suprimentos. À Folha, moradores relatam dificuldades para comprar água em mercados da capital e entorno.
Redes supermercadistas como Zaffari e Bourbon estão racionando a venda de água –com ou sem gás. Atualmente, cada cliente pode comprar 12 unidades com 500 ml ou dois galões com cinco ou seis litros.
“A demanda é maior do que a disponibilidade do estoque, no momento. No entanto, a empresa reforça que o produto está sendo recebido em sua Central de Distribuição, para posterior envio às lojas”, explica o grupo Zaffari.
Mell Morales, estudante de administração na UFRGS, atua como voluntária na capital. “Parece um cenário de guerra. Não existe mais água na cidade. Hoje, eu fiquei três horas na fila do mercado e, quando chegou a minha vez, não consegui água porque tinha acabado”, afirma.
“A gente começou a pensar se vale mais a pena comprar água de coco ou chá gelado. O medo é ficar sem se hidratar. A gente também compra alimentos processados, porque não dá para cozinhar arroz, feijão ou batata se não tem água e energia elétrica”, diz.
Em nota, o Departamento do Consumidor (Procon-RS), afirma que o fornecedor pode limitar os números em situações de calamidade pública para que a população tenha acesso igualitário e sem qualquer forma de discriminação, mas, em nenhuma hipótese, cenários dramáticos podem ser usados como justificativa para aumento de preços.
“É proibido, portanto, subir preços de lonas, gasolina, combustíveis em geral, medicamentos, água, alimentos, telhas e quaisquer outros produtos ou serviços, aproveitando-se da situação calamitosa provocada pelas fortes chuvas que acometem o estado do Rio Grande do Sul”, diz a nota.
Se o consumidor se sentir lesado, a recomendação das autoridades é que procurem o Procon municipal da sua região. Se não houver, é possível acessar o atendimento eletrônico pelo site do Procon estadual ou procurar uma delegacia de polícia mais próxima.
Moradores dos estados de São Paulo e Paraná, além de parte do Rio Grande do Sul, podem realizar doações de alimentos da cesta básica, produtos de higiene pessoal, material de higiene seco e roupas para as vitimas em agências dos Correios.
O Rio Grande do Sul registrou a marca de 95 mortos, 372 feridos e 131 desaparecidos, além de quatro mortes em investigação, nesta terça-feira (7). Em estado de calamidade pública, devido aos eventos climáticos intensos, cidadãos relataram à Folha dificuldades para comprar água em mercados da capital e região metropolitana.
Em Porto Alegre, o nível do rio Guaíba bateu recorde e registrou o maior nível da história, com 5,3 metros. As enchentes também atingem outros municípios, como Canoas, Gramado e Uruguaiana. Segundo balanço da Defesa Civil, 401 dos 497 cidades gaúchas foram afetadas pelas tempestades –totalizando 79,88% do total. As estradas seguem interditadas e o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, teve todas as operações suspensas por período indeterminado.
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Fonte: Folha de São Paulo