[ad_1]
Se você é um amante do vinho deve sentir que há uma barreira que impede que esse amor se realize plenamente: o preço da bebida. E isso não é exclusividade do Brasil.
Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), a demanda global pela bebida chegou em 2023 ao menor nível em 27 anos devido a uma hiperinflação que tem raízes em diferentes fatores, da Guerra da Ucrânia à mudança do clima.
Aqui no Brasil, depois de um pico de consumo na pandemia, vimos os preços escalarem e o que bebemos ontem sem preocupação já não é palatável ao bolso hoje.
Como pode ser feliz, então, quem tem um orçamento restrito e quer beber bem? Só existe felicidade nos vinhos caros? Uma garrafa de R$ 700 é dez vezes melhor que uma de R$ 70? Munida dessas dúvidas, procurei outros especialistas para encontrar os melhores conselhos.
Sabe aquela história de que o segredo da felicidade está na redução das expectativas? Por mais que pareça, essa não é uma sugestão desanimadora, mas inteligente: se você procurar por um vinho mais “fácil”, ou seja, fresco (com acidez alta), sem madeira, feito para ser bebido jovem, tem mais chances de encontrar algo interessante e acessível.
Vinhos baratos que se dizem “complexos”, por outro lado, provavelmente vão desapontar. O sommelier do restaurante Arturito, Bautista Casafus, sugere que se esqueça o estilo “château de Bordeaux”. Segundo ele, há ocasiões em que os vinhos simples brilham até mais do que aqueles supostamente sofisticados.
Mas como saber que um vinho é mais “fácil” quando a garrafa está fechada e você não provou? A primeira solução é óbvia, mas pouca gente faz: perguntar ao sommelier ou atendente. Seja por constrangimento ou temor de não entender nada, existe um certo pânico em falar com esses seres que às vezes parecem se comunicar em outro idioma. Mas: 1. ninguém nasce sabendo; 2. perguntar não ofende.
Sobre a tal diferença entre vinhos de R$ 700 e de R$ 70, a verdade é que a resposta nem sempre está dentro da garrafa. Um vinho pode ser caro por ter, isso sim, mais investimento em marketing, me diz a consultora e sommelière Analu Torres.
Ela lembra que essas garrafas cujos preços têm muitos zeros são feitas em regiões hypadas por vinícolas idem. Portanto, uma dica boa, para ela, é pesquisar novos produtores que sejam cuidadosos, sigam uma filosofia, tenham respeito à terra, mas que não estejam ainda no mainstream. Para beber bem, ela diz, é preciso estudar um pouco, não ter preguiça de pesquisar.
No mapa-múndi do vinho, a sommelière-chefe do Maní, Gabriela Bigarelli, aposta em Portugal para comprar garrafas abaixo de R$ 100, já que o país costuma oferecer preço amigável. Na América do Sul, a sua sugestão é fugir do rótulo que traz a palavra “reserva”, que indica a passagem por madeira. No Brasil, ela cita os rótulos da Pizzato como opção interessante.
Para bom custo-benefício, Casafus recomenda atenção especial aos espumantes brasileiros e aos vinhos que vêm de regiões ainda não bombadas, como Navarra, na Espanha; La Rioja e San Martín, na Argentina; Beira Interior e Trás-Os-Montes, em Portugal, e Loire, Beaujolais e Muscadet, na França.
Vai uma taça?
Gabriela Bigarelli indica o argentino Las Moras Chardonnay Intis (R$ 48, Decanter), o espanhol Calabuig Tempranillo (R$ 78, Zahil) e o chileno Crazy Rows Carignan (R$ 78, World Wine). Bautista Casafus sugere um tinto leve descomplicado e com muita fruta, o Vamos de Parranda Criolla (R$ 99, Dominio Cassis).
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
[ad_2]
Fonte: Folha de São Paulo