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Iniciativas paraibanas que venceram o Prêmio LED são de Serra Branca e Esperança. Jani e Lindemberg são vencedores paraibanos do Prêmio LED 2024
Globo/Divulgação
O “Especial LED”, programa da Rede Globo que reconhece iniciativas que fazem a diferença na educação, será exibido nesta quinta-feira (11). Essa edição do Prêmio LED tem dois projetos vencedores que são da Paraíba: o “Cine Jericóllywood”, idealizado em Serra Branca, e o “Esperança no Espaço”, no município de Esperança.
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O programa vai ao ar na emissora, logo após o Big Brother Brasil (BBB). Ao todo, serão contadas as histórias de seis ganhadores. Além do reconhecimento, todas as iniciativas ganharam R$ 200 mil e passaram a integrar a rede de Embaixadores da Comunidade LED.
Relembre abaixo quais são e como atuam os projetos paraibanos que venceram o Prêmio LED.
Conheça o ‘Cine Jericóllywood’, projeto paraibano que venceu o Prêmio LED
Arquivo Pessoal/Janiglécia Tavares
Cine Jericóllywood transforma a educação por meio do audiovisual
Serra Branca, cidade onde foi criado o “Cine Jericóllywood”, foi um dos municípios visitados pela TV Globo para gravar o especial do Prêmio LED. Idealizado pela professora Janiglécia Tavares, a iniciativa adapta livros em filmes de stop motion (animação feita a partir de fotos) e curta-metragem, com a atuação dos alunos, pais e moradores da comunidade.
A professora contou como e quando a ideia de montar o projeto surgiu.
“Na época da pandemia os alunos estavam meio ausentes, então precisava de algo que pudesse chamar a atenção deles. Recordei que durante meu curso na Faculdade de Letras e Espanhol, um professor fez um projeto de audiovisual e eu achei muito interessante, percebi que podia usar essa linguagem agora no letramento das crianças, incentivando a terem um pensamento crítico, além de escrever, ler e se comunicar melhor”, explicou.
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O projeto é trabalhado de forma interdisciplinar e às sextas-feiras os alunos se dedicam somente a ele. O processo ocupa o ano letivo inteiro até os curtas estarem finalmente prontos.
O Cine Jericóllywood foi ficando maior e saiu da escola para toda a comunidade, alguns alunos puderam viajar e visitar espaços culturais dentro e fora do estado. Jani destaca que a importância do audiovisual na vida das crianças “é algo que vai além do espaço da educação, eles conseguem conversar com mais maturidade, é visível a diferença que faz o contato com a arte. Os pais também comentam as mudanças positivas na comunicação dos filhos”.
A professora também comemorou o fato de ser uma das ganhadoras do Prêmio LED.
“Teremos visibilidade, outras escolas vão conhecer e aderir porque qualquer escola pode pegar nosso material em arquivo de PDF e implementar em sua sala de aula. O projeto é muito sobre resgatar valores, as crianças são sempre direcionados a conhecerem mais sobre a nossa realidade e estamos trabalhando para todo município aderir ao projeto. Vencer o Prêmio LED mostra a importância que a nossa comunidade tem e que eles tiveram no projeto”.
Construção de telescópio dentro da Cadeia Pública de Esperança, na Paraíba
Lindemberg Gonçalves Lima/Arquivo pessoal
‘Esperança no Espaço’ promove ressocialização de detentos na Paraíba
“O Prêmio LED vai abrir muitas portas para a gente, vai fazer com que a astronomia chegue a muito mais lugares e a ressocialização atinja mais pessoas que estão no sistema prisional brasileiro”. Foi assim que Lindemberg Lima, criador do “Esperança no Espaço”, avaliou a vitória no premiação.
Diretor da Cadeia Pública da cidade de Esperança, na Paraíba, Lindemberg sempre foi apaixonado pelo universo astronômico e sempre sonhou em ver o espaço. Por falta de recursos quando criança, esse sonho foi adiado e, somente durante a pandemia, conseguiu realizar.
Com a vontade observar o céu, Lindemberg foi em busca de descobrir como produzir o próprio telescópio em casa.
“Eu decidi fazer um telescópio de forma artesanal e descobri algumas cartilhas que ensinavam isso. Consegui fazer um telescópio e descobri que é um equipamento extremamente eficiente. Eu vi coisas que eu jamais imaginei conseguir ver”, declarou o fundador do projeto que venceu o Prêmio LED.
Aos poucos, a notícia da construção do telescópio se espalhou pela unidade prisional.
“Eu estou quase todos os dias aqui na cadeia e, conversando com o pessoal e contando que estava fazendo um telescópio, tantos meus companheiros de trabalho quanto os reeducandos duvidaram”, relembra.
Com o sucesso da tentativa, um dos detentos fez a grande pergunta que fez surgir o projeto.
“Ele perguntou se quando saísse da cadeia eu poderia fazer um telescópio daquele para ele, eu respondi que não, que eu poderia fazer com ele aqui dentro da cadeia e ele fazendo comigo. Começamos a fazer e notamos que essa construção desse telescópio, que era feito nos horários vagos aqui, fez com que todo mundo ficasse curioso, querendo ver o resultado e quando a gente terminou todos ficaram maravilhados”.
A partir disso, surgiu a ideia de criar um projeto de ressocialização, onde telescópios seriam produzidos dentro da unidade prisional e doados para escolas da região, onde serviriam como material de estudo para crianças e adolescentes.
“Hoje já são em torno de 4 mil alunos da rede pública beneficiados com os telescópios. Começamos com oito reeducandos, três deles já ganharam a liberdade e um, inclusive, já está trabalhando e fabricando telescópios”.
Além das observações realizadas nas escolas, o projeto também visa levar esse conhecimento para a comunidade. “Temos um cronograma aqui junto com um grupo que foi formado entre professores, cidadãos e astrônomos, onde a gente quer levar os telescópios para as praças pública, para a zona rural e paras outras cidades, tornando a astronomia mais popular”.
Segundo Lindemberg, esse é um ponto de extrema importância uma vez que, além da curiosidade da população, é uma forma de tirar o estigma atribuído aos presos e fazer com que a população acredite no processo prisional. “Ver que a sociedade abraça a atitude muda a pessoa, muda a perspectiva dela”, concluiu.
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Fonte: G1