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Existia uma certa expectativa para que algum dos autores brasileiros finalistas dos dois principais prêmios internacionais da literatura infantojuvenil vencesse pelo menos um dos troféus.
Enquanto Marina Colasanti e Nelson Cruz concorriam ao Hans Christian Andersen, considerado o Nobel dos livros para crianças e jovens, o ilustrador Roger Mello estava indicado ao Alma, sigla do sueco Astrid Lindgren Memorial Award. Mas nenhum deles foi escolhido vencedor.
As premiações divulgaram seus ganhadores em cerimônias ocorridas nesta segunda e nesta terça, dias 8 e 9, durante a Feira do Livro Infantil de Bolonha, que vai até quinta, dia 11, na cidade italiana.
O primeiro a divulgar os laureados foi o Andersen. Na categoria para escritores, o escolhido foi Heinz Janisch, um dos principais nomes da literatura infantojuvenil da Áustria.
Nascido em 1960, ele é autor de diversos títulos lançados ao redor do mundo —incluindo o Brasil, onde alguns foram traduzidos, principalmente para leitores menores. É o caso de “Eu Sou Assim e Vou te Mostrar” e “A Ponte”, ambos da editora Brinque-Book, além de “Eu Tenho um Pequeno Problema, Disse o Urso” (Salamandra) e “Até os Deuses Amam Futebol” (Biruta), por exemplo.
Já entre os ilustradores, o vencedor foi o canadense Sydney Smith, que também tem uma obra extensa e é conhecido por criar narrativas visuais nas quais trabalha sobretudo com o silêncio e imagens que quase nunca gritam, mas trilham um caminho poético e quase contemplativo.
No Brasil, ele acaba de lançar “O Jardim da Minha Baba” pela Pequena Zahar, que tem texto de Jordan Scott. A dupla também lançou pela mesma editora “Eu Falo como um Rio”. Mas talvez sua obra mais famosa seja “Pequenino na Cidade”, publicado também pela Pequena Zahar.
Atualmente, o Brasil conta com três troféus do Hans Christian Andersen e agora terá que esperar ao menos dois anos pelo quarto, já que o prêmio é bianual. Lygia Bojunga venceu em 1982, enquanto Ana Maria Machado foi contemplada em 2000 e Roger Mello em 2014.
Mello, aliás, era um dos indicados deste ano ao Alma, sigla do Astrid Lindgren Memorial Award, cuja divulgação dos vencedores também foi feita em Bolonha. O escolhido foi a instituição Indigenous Literacy Foundation, da Austrália, que promove projetos literários com 427 povos indígenas do país.
Além de trabalhar com contações de histórias e incentivar programas de incentivo à leitura, a organização já doou mais de 750 mil livros e publicou cerca de 110 títulos em 31 línguas originárias.
“Nos últimos anos, por causa da pandemia, foi difícil viajar. Não conseguimos premiar projetos de incentivo à leitura, porque achamos importante visitar as instituições e seus locais de trabalho antes de tomar a decisão final”, disse ao blog o sueco Mårten Sandén, que fez parte do júri.
Segundo ele, alguns aspectos foram determinantes para a escolha. “Um deles, é claro, foi o fornecimento de literatura para crianças e jovens que não têm livros. Mas não só. Eles fazem isso com obras escritas em dezenas de idiomas próprios, que contam histórias próprias desses grupos, o que acaba ajudando a preservar essas culturas e muitos desses idiomas.”
A Indigenous Literacy Foundation receberá 5 milhões de coroas suecas, ou cerca de R$ 2,3 milhões. A escritora Lygia Bojunga é a única brasileira a ter vencido o prêmio até o momento.
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Fonte: Uol