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O escritor Rubens Francisco Lucchetti, considerado referência no gênero de horror no Brasil, morreu na madrugada de quinta-feira (4) aos 94 anos. A informação foi confirmada pelo filho do autor.
Ele ficou 15 dias internado em um hospital de Ribeirão Preto para tratar uma pneumonia, mas acabou não resistindo.
A produção do escritor, considerado o papa da “pulp fiction” nacional, inclui desde ficção policial a romances eróticos, mas foi no horror que ele se destacou, sendo considerado o mestre desse gênero no Brasil.
Filho de descendentes de italianos, Lucchetti nasceu na cidade de Santa Rita do Passa Quatro, em São Paulo, e escreveu mais de 1.500 livros e dezenas de filmes ao longo de mais de sete décadas de carreira. Várias de suas obras foram publicadas sob pseudônimos como Vincent Lugosi, Brian Stockler e Isadora Highsmith.
Ele roteirizou filmes de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, incluindo clássicos como “O Estranho Mundo de Zé do Caixão”, “O Despertar da Besta”, “Finis Hominis” e “A Praga” —restaurado e relançado recentemente nos cinemas—, e de Ivan Cardoso, como “O Escorpião Escarlate” e “O Segredo da Múmia”, pelo qual ganhou um Kikito, prêmio máximo nacional concedido no Festival de Cinema de Gramado. Além disso, fez roteiros para gibis de nomes como Nico Rosso e Eugênio Colonnese.
Ele se aproximou do horror ainda criança ao ler as histórias do escritor americano Edgar Allan Poe. Ainda adolescente, começou a publicar contos, poemas e resenhas de livros em jornais locais.
Em Ribeirão Preto, para onde se mudou com a família nos anos 1950, Lucchetti escreveu roteiros de seriados para rádio e TV, fez publicações para revistas policiais como “X-9”, “Detective” e “Contos Magazine”.
Na cidade, ele ainda fez comentários para radionovelas e publicou histórias em jornais da época.
Nos anos 1960, ele decidiu se dedicar em tempo integral ao chamado pulp fiction, livros populares e baratos. “Escrever para mim é uma necessidade física”, disse Lucchetti em uma entrevista ao jornal The New York Times na qual refletiu sobre a velhice. “Uma vida passa no espaço de um suspiro”
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Fonte: Uol