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Seis costelas quebradas, ombro deslocado e pulmão perfurado depois de sofrer uma queda enquanto esquiava em Aspen, nos Estados Unidos. O produtor Luiz Oscar Niemeyer ainda se recuperava quando engrenou as negociações para fechar os contratos do que promete ser o maior show da carreira de Madonna, marcado para 4 de maio na praia de Copacabana, no Rio.
O acidente aconteceu no dia 21 de janeiro, interrompendo as férias que ele se deu para descansar da turnê de Paul McCartney no Brasil, realizada por sua empresa, a Bonus Track, no mês anterior. Em fevereiro, ainda usando a tipoia e tendo de dormir sentado, o produtor diz que recebeu a sinalização de interesse por parte da equipe de Madonna.
O assunto estava adormecido desde meados do ano passado, quando a cantora precisou ser internada por uma infecção bacteriana e suspendeu a turnê “Celebration”, que comemora os 40 anos de carreira.
Niemeyer é sobrinho do arquiteto Oscar Niemeyer, mas ficou conhecido pela história na indústria musical, trazendo aos palcos brasileiros nomes como Bob Dylan, Elton John e Eric Clapton. Foi ele quem fez o show histórico dos Rolling Stones, também na praia de Copacabana, em 2006, com público estimado em mais de 1 milhão de pessoas. E repetiu o formato com Stevie Wonder no Natal de 2012.
Em entrevista à Folha, Niemeyer discordou ao ser questionado se o show da Madonna vai ser feito às pressas, já que o prazo entre a assinatura dos contratos e a noite do espetáculo terá cerca de dois meses.
“O prazo não está curto. Temos a vantagem de ser um show sem venda de ingresso. Quando tem ingressos tem de sair antes para dar tempo de vender. E com relação à produção, nós temos experiência de muitos anos e uma equipe afinada. Começamos a trabalhar em fevereiro”, diz.
O empresário conta, porém, que a ideia inicial de trazer a rainha do pop para dar um show na praia começou a nascer muito antes, em 2021.
“A Daniela Maia me procurou dizendo: ‘estou assumindo a RioTur [empresa de turismo do município] e queria apresentar projetos, ideias. E se fizéssemos algo como o Stones em 2006?’ Respondi que eu não tinha pensado nisso e havia jurado nunca mais fazer nada parecido. Mas se fosse para fazer, a Madonna seria espetacular. Foi só um papo. Ela só me passou o interesse da Prefeitura em levar a cabo um projeto daquela dimensão, independentemente do artista”, relembra.
Daniela é filha de Cesar Maia, o prefeito do Rio na época em que Niemeyer trouxe os Stones, evento que rendeu positiva repercussão econômica e de imagem para a cidade.
Meses depois daquela conversa informal, Niemeyer teria uma viagem a Los Angeles para tratar de contratações do festival Mita e aproveitou para se reunir com membros da equipe que cuida da carreira de Madonna levando uma carta da Prefeitura do Rio para declarar a intenção de abrigar o show. Foi a primeira vez em que formalizou a ideia que agora vai sair do papel.
Quando a reportagem lhe pede para descrever detalhes da produção, o empresário recua. “Histórias de bastidor eu vou ter várias, mas no final, porque certamente vão acontecer muitas coisas quando chegar a comitiva dela. Vamos ter muitas para contar, daquelas que podem ser contadas. Nem todas podem”, diz.
O cachê da cantora é uma das histórias sigilosas. “Você não vai descobrir nunca. Ela não vai revelar, nem eu. Eu sei o valor, porque sou o empresário que está à frente dessa operação. Mas a gente não revela número. E todos os contratos com os patrocinadores também têm cláusulas de confidencialidade. Isso realmente não se fala. Se especula. Mas é uma produção grandiosa”, afirma.
Afastando o clima de suspense que envolve o evento desde as semanas que antecederam o anúncio oficial, Niemeyer diz que nos próximos dias devem ser apresentadas novas informações sobre o planejamento da segurança.
“Vamos ter câmera de reconhecimento facial, revista, fechamento da orla, torres de observação da Polícia Militar. Todas as medidas de segurança que são adotadas no Réveillon estão sendo adotadas aqui pela mesma equipe, os mesmos órgãos que fazem isso todos os anos, há 20 anos”, diz.
Sobre os rumores de que Anitta faria uma participação no espetáculo, ele diz que, neste momento, está sendo discutida a possibilidade de colocar alguma atração para fazer a abertura do show, mas ainda não foi batido o martelo. “A única coisa que eu posso dizer é que eu não abri conversa nenhuma com nenhum artista a esse respeito ainda”, afirma.
O que ele não sabe explicar é como o cantor Naldo Benny teria influenciado a decisão de Madonna de vir ao Brasil, história pouco crível, que virou piada nas redes sociais nesta semana. Na segunda-feira, 1º de abril, Naldo deu entrevista dizendo que está “desenrolando essa parada” e “agitou” a cantora para viajar ao Rio.
Niemeyer ressalva que nunca soube disso, mas também comenta o caso com humor. “Ele é um marqueteiro. Agora, todo mundo só fala do Naldo. Deu certo a brincadeira. Quem sabe? Vai ver que foi ele. O importante é que o negócio vai acontecer, com ou sem o Naldo”, diz o produtor.
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Fonte: Uol