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A Feira do Livro Infantil de Bolonha, o mais importante evento internacional dedicado à literatura e à ilustração para crianças e jovens, começa a receber o público na segunda-feira, dia 8. O encontro, que ocorre desde 1964 na Itália e chega agora à 61ª edição, tem a Eslovênia como convidada —mas outro país também deve ter seu nome ouvido com alguma frequência por lá: o Brasil.
A feira conta neste ano com aproximadamente 1.500 exibidores de cem países e uma programação robusta de exposições, oficinas, palestras e encontros. O blog estará por lá e acompanhará o evento.
Já na segunda, dia 8, a feira sediará o anúncio dos vencedores do prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil. O Brasil é o único país com dois finalistas. Entre os escritores, Marina Colasanti concorre ao troféu ao lado de Heinz Janisch, da Áustria; Lee Geum-yi, da Coreia do Sul; Bart Moeyaert, da Bélgica; Timo Parvela, da Finlândia; e Edward van de Vendel, da Holanda.
Não é exagero dizer que a escritora, nascida na Eritreia e moradora do Rio de Janeiro desde a infância, aparece entre os favoritos. No ano passado, Colasanti ganhou o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.
Já entre os ilustradores, Nelson Cruz é finalista na companhia de Cai Gao, da China; Iwona Chmielewska, da Polônia; Elena Odriozola, da Espanha; Sydney Smith, do Canadá; e Paloma Valdivia, do Chile. Vale lembrar que, em 2021, Cruz e o escritor João Luiz Guimarães ganharam o prêmio Jabuti de melhor livro do ano pelo infantil “Sagatrissuinorana”, lançado pela editora Ôzé.
Ao todo, três brasileiros venceram o Andersen até o momento. Lygia Bojunga ganhou em 1982, enquanto Ana Maria Machado foi contemplada em 2000 e Roger Mello em 2014. Neste ano, Mello tenta seguir os passos de Bojunga e se tornar o segundo autor nacional a levar para casa outro dos principais canecos internacionais da literatura infantojuvenil —o Alma, sigla do Astrid Lindgren Memorial Award.
A divulgação dos vencedores também será feita em Bolonha, na terça, dia 9. Mello é um indicados, mas a lista dos candidatos neste caso é bem maior: são 245 nomes de 68 países.
Quem já chegará a Bolonha premiado é Renato Moriconi. O ilustrador foi um dos ganhadores do BolognaRagazzi Awards, o principal prêmio entregue pela feira italiana. Seu livro “Dia de Lua”, publicado pela editora Jujuba (leia sobre ele aqui), foi a campeão da categoria Toddler, na qual competem edições para bebês e crianças menores.
No conjunto das dez categorias, foram inscritos 3.355 livros de 65 países. Além dos vencedores, são escolhidos também outros cem títulos, considerados pelos jurados como os mais interessantes publicados para o público infantojuvenil no mundo —nessa lista maior, está “Um Homem no Buraco”, de Antonio Gramsci e Raysa Fontana, lançado pela Boitatá (conheça a obra aqui).
Outra tradicional distinção organizada pelo evento é o BOP, sigla em inglês para o troféu que elege as melhores editoras de livros para crianças. Aqui, o Brasil é finalista com a baiana Solisluna, que concorre na categoria para selos das Américas Central e do Sul. Os outros indicados são a colombiana Cataplum Libros, a argentina Libros Silvestres e as chilenas Ediciones Liebre e Muñeca de Trapo. O país só foi laureado uma única vez, em 2013, quando a Cosac Naify foi escolhida.
Por fim, a Mostra de Ilustradores da feira também tem cinco nomes brasileiros. Organizada há quase 60 anos, essa é uma das principais exposições de ilustração do mundo —neste ano, 3.520 nomes de 81 países competiram para expor seus trabalhos por lá. Foram premiados e participarão do evento os brasileiros Bruno de Almeida, Irena Freitas, Fernando Vilela, Guilherme Karsten e Henrique Moreira. Além deles, a iraniana Fereshteh Najafi, que mora em Curitiba, também consta entre os 78 vencedores.
Por falar em ilustradores e em exposições, duas mostras de autores brasileiros ocuparão espaços de Bolonha durante o evento.
Daniel Kondo inaugura “Nós: Gilberto Gil ilustrado por Daniel Kondo”, em que exibe imagens dos livros “Nós, a Gente” e “Andar com Fé”, publicados pela WMF Martins Fontes, nos quais o ilustrador cria imagens para letras de Gil. A mostra, que já havia passado antes por Roma, receberá o público na Universidade de Bolonha a partir de segunda, dia 8.
Dois dias depois, será aberta a exposição do Prêmio Filex de ilustração e livro ilustrado. Organizado pelo Filexpandido, o Festival de Ilustração e Literatura Expandido, o concurso premiou Fereshteh Najafi e Vítor Bellicanta. Ambos terão seus trabalhos expostos ao lado de mais 40 nomes, como Luci Sacoleira, Edson Ikê, Felipe Kehdi, Elisa Carareto, Carol Fernandes e outros. A mostra tem início na quarta, dia 10, no espaço Zoo, em Bolonha.
Enquanto isso, de volta à feira, o Brasil terá seus livros disponíveis principalmente em dois estandes. Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Emília terá um espaço no pavilhão e apresentará obras das editoras Aletria, Barbatana, Boitatá, Brinque-Book, Cai-Cai, Caixote, Companhia das Letrinhas, Escarlate, Francesinha, Elo, Miguilim, Mostarda, Peirópolis, Pequena Zahar, PequeNós, Piu, Pó de Estrelas, Selo Emília, Solisluna, Tibi, Tigrito e WMF Martins Fontes.
O outro estande do Brasil, por sua vez, é organizado pelo Ministério das Relações Exteriores e o Brazilian Publishers —entidade que é uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro e a ApexBrasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.
Ali, estarão expostos títulos das editoras Biruta, Bom Bom Books, Callis, Carochinha, Ciranda Cultural, FTD, Girassol, Global, Instituto Incluir, Jujuba, Mil Caramiolas, On Line, Ôzé, Pallas, Panda Books, Pé da Letra, Pingo de Luz, SM, Solisluna, Telos, Todolivro, Viajante do Tempo e VR.
De acordo com a CBL, a expectativa é que a edição deste ano da feira mantenha o patamar de negócios de 2023, quando Bolonha gerou US$ 448 mil para editoras brasileiras, ou cerca de R$ 2,25 milhões, incluindo nessa cifra as vendas de livros físicos e de direitos autorais.
A programação italiana vai até quinta-feira, dia 11.
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Fonte: Uol