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É uma exposição de arte ou alguém mora aqui? Pode ser um, outro ou ambos, a depender da interpretação do visitante da mostra “Funil”, em cartaz agora na Casa SP-Arte, em São Paulo.
Idealizada pelo arquiteto Isay Weinfeld e por Lucas Dualde, que comanda o setor de design de interiores do escritório de Weinfeld, a exposição ocupa uma casa de Flávio de Carvalho dos anos 1930, localizada numa vila dos Jardins assinada por ele.
Ocupa talvez seja uma palavra exagerada, dado que a mostra parece valorizar mais a casa onde está do que as obras e o mobiliário expostos. Na entrada, vemos dois sofás projetados pela equipe de Weinfeld sobre um tapete felpudo, e uma mesa de centro da casa do arquiteto.
Nas paredes ao redor desta sala de estar foram colocadas casualmente uma pintura de Lucas Arruda e uma escultura de passarinho de Efraim Almeida, como se alguém morasse ali e tivesse pensado em quais obras ficariam melhor no ambiente.
Jogado num dos sofás, Weinfeld conta que queria “deixar no osso” o ambiente, para fazer uma ocupação respeitosa à esta pequena joia da arquitetura paulistana. “Não quero interferir em nada”, ele afirma.
Ao subirmos a escada para o segundo andar, nos deparamos com um letreiro de Bruno Baptistelli onde se lê “aquitáfoda”, tudo junto mesmo. A maior surpresa é o quarto da esquerda, absolutamente abarrotado de coisas. Há muitas obras de arte e peças de design ali, mas é preciso adivinhar onde muitas delas estão, tipo o jogo “onde está Wally”.
Uma escultura de Sergio Camargo fica no chão, do lado da escrivaninha, próxima a jornais rasgados. Duas esculturas de Julio Villiani no formato de bichinhos fofos repousam sobre uma mesinha lateral no canto da sala, próxima da qual ficam duas cadeiras infantis desenhadas por Zanine Caldas, mestre do mobiliário moderno.
“As pessoas acham que eu sou minimalista, mas você nem consegue entrar [na minha casa] de tanta bugiganga que tem, é muita coisa acumulada. Minha vida é esse quarto, essa mistura de informação, um monte de coisa ao mesmo tempo”, afirma Weinfeld, em tom bem humorado. Em sua obra arquitetônica, o paulistano é conhecido justamente por uma estética minimalista de linhas retas e elegância nos detalhes.
Outro ponto de atenção da exposição são as obras dispostas ao redor de uma coluna, também no piso superior —todas são verticais, para acompanhar o elemento estrutural. Estão ali, por exemplo, uma escultura de Arthur Lescher e um fio colorido com penas e pequenos objetos acoplados, do diretor de arte Giovanni Bianco, conhecido por seus trabalhos com Madonna e que agora estreia nas artes visuais.
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Fonte: Uol