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Diretor Artístico do Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo, Mário Zaccaro foi demitido no dia 1º deste mês e, agora, 20 dias depois, a decisão vem recebendo críticas de ex-colegas e do Sindicato dos Músicos Profissionais no Estado de São Paulo.
Em nota divulgada nesta semana e compartilhada pelo perfil do Coro Lírico Municipal em suas redes sociais, o sindicato manifestou repúdio à demissão e fala em ironia ao comentar o fim do prazo, também no dia 1º deste mês, da estabilidade garantida no último acordo coletivo firmado com os músicos.
Zaccaro diz à Folha que ficou surpreso com a demissão e que se sentiu desrespeitado. “O Municipal virou um laboratório para pessoas que não sabem nada sobre ópera ou música. A questão real é que sempre fui um crítico ferrenho da OS Sustenidos”, diz sobre a administradora do teatro.
“Não acho que haverá renovação com a minha saída, hoje estou infinitamente melhor como maestro. Ano passado, ficou clara a intenção de sucatear o coro.”
“Informamos que encerramos a nossa colaboração com o maestro Mário Zaccaro, com profundo respeito e reconhecimento a sua trajetória profissional e ao trabalho que realizou desde 1994 à frente do Coro Lírico”, diz o Theatro Municipal de São Paulo em nota.
“Em breve entraremos em contato com os/as integrantes do Lírico para conversar a respeito do processo de escolha da nova liderança.” Até lá, a nota afirma que a direção artística ficará a cargo da maestra Érica Hindrikson.
A casa diz ainda que considera este “o momento de promover uma renovação na direção do Coro Lírico, grupo que é de fundamental importância não somente para este teatro como também para a cena artística do Brasil”, e que Zaccaro será homenageado durante a temporada da ópera “Carmen” e convidado a reger um programa especial ainda neste ano.
É mais um capítulo no pé de guerra vivido entre a organização social Sustenidos, que administra o teatro, e o Coro Lírico Municipal, que se arrasta há meses.
“Pontuamos o lamentável episódio pelo qual este corpo artístico passou no início de 2023, quando o Coro foi alvo de um suposto ‘processo de reavaliação’, com a finalidade de demissões em massa, assumido pela mesma gestão. Testes estes nos quais o próprio maestro Mário Zaccaro não faria parte da banca, pois também teria o mesmo destino”, diz a nota do sindicato.
“Reiteramos a nossa preocupação com a situação e a manutenção dos quadros do Coro Lírico, assim como as tratativas para o próximo acordo coletivo, pois a intenção declarada de ‘renovação’ parece voltar a pretender cortes, sem critérios técnicos, que não se relacionam à excelência dos profissionais que lá atuam”, afirma ainda, antes de dizer que o sindicato estará “vigilante”.
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Fonte: Uol