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Pioneira no mercado de cafés especiais do Brasil, a Octavio Café, pertencente à família Quércia, vai encerrar as atividades de vez.
A fazenda na qual o grupo cultiva os grãos que abasteciam a empresa agora produzirá apenas para exportação e outros clientes nacionais.
A Octavio chegou a ter uma grandiosa cafeteria na avenida Brigadeiro Faria Lima, um dos endereços mais caros de São Paulo. Desde que fechou a loja, na pandemia, a empresa operava apenas no varejo. Os cafés torrados e moídos e em cápsulas continuavam sendo vendidos em redes como Carrefour e Pão de Açúcar.
O Café na Prensa apurou que quase todos os funcionários já foram desligados e que a última torra ocorreu há cerca de um mês. Agora, apenas os cafés em estoque serão comercializados. Alguns dos clientes já foram informados sobre o fim das atividades.
A O’Coffee, fazenda que pertence à família, em Pedregulho (a 430 km de São Paulo), continua operando normalmente. Apesar de ser do mesmo grupo da cafeteria, ela cultiva café para exportação e para outros clientes no mercado doméstico. A Octavio era, pois, apenas um dos vários clientes da fazenda.
Procurada pela reportagem, a empresa confirmou que “tomou a decisão estratégica de descontinuar a produção de cafés torrados para o consumidor final, concentrando-se agora exclusivamente na produção e comercialização de café verde”.
“Esta mudança de foco é motivada pelo fato de que a produção de cafés torrados representa menos de 2% do total, e acreditamos que a dedicação integral ao café verde nos permitirá reforçar ainda mais nossas vantagens competitivas”, diz em nota ao Café na Prensa.
A empresa diz ainda que “está realizando investimentos agrícolas significativos, com o objetivo de aumentar a produtividade, aproveitando o atual momento favorável do mercado”.
Após o fechamento da cafeteria da Faria Lima, que era a principal vitrine da marca, em 2020, a empresa começou a entrar em declínio. O foco do grupo passou a ser a fazenda, cujas vendas de café verde eram mais lucrativas.
Assim, enquanto o segmento de cafés especiais vivia um crescimento extremamente acelerado, a Octavio Café, uma das pioneiras do setor, não acompanhava a alta dos concorrentes.
O fechamento das operações no varejo põe fim a uma empresa que marcou o mercado de café nacional. A Octavio, voltada para cafés especiais, nasceu em 2004, quase ao mesmo tempo do surgimento do movimento da gourmetização cafeeira no Brasil.
A grandiosa loja da Faria Lima, construída em um terreno de 1.600 metros quadrados –na época anunciada como a maior cafeteria da América Latina–, foi inaugurada em 2007, quando ainda havia poucos endereços dedicados aos cafés especiais no país.
Com operação cara e localização nobre, a loja não chegou a dar grandes lucros –mas também não era deficitária. O que importava ali, contudo, era a visibilidade que ela dava à marca.
Ao longo dos anos, a Octavio formou inúmeros baristas, que até hoje se destacam no mercado.
A empresa pertence à família de Orestes Quércia, que foi governador de São Paulo entre 1987 e 1991 e morreu em 2010. A história dos negócios remonta ao fim do século 19, quando antecessores de Octávio, pai de Orestes, migraram da Itália para o interior de São Paulo e começaram a cultivar café na Alta Mogiana, em um período de expansão do polo cafeeiro.
O Grupo SOLPANAMBY, fundado em 1957 por Orestes Quércia, compreende a Octavio Café, a fazenda O’Coffee e empresas que atuam no mercado imobiliário, como a Panamby, Panamby Incorp e a rede de shoppings centers Jaraguá.
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Fonte: Folha de São Paulo