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E lá vem outro Dia Internacional do Hambúrguer. Lá na minha coluna Receitas do Marcão, tem uma receitinha marota do Oklahoma onion burger, cheio de cebola, que eu adoro.
A Folha publicou, em seu Instagram, um reel a partir de um texto que fiz cinco anos atrás, sobre os predicados que considero imprescindíveis no hambúrguer.
Até que estou numa vibe positiva, né?
Então bora destilar um pouco de ranhetice e mau humor, com as coisas que me irritam demais nas hamburguerias.
1. Pão murcho
É o aspecto mais negligenciado do hambúrguer, de longe.
Fulaninho se preocupa com o blend de carnes, com o bacon artesanal, com o picles, mas se esquece de que, antes de tudo, o hambúrguer é um sanduíche.
O pão é parte fundamental de qualquer sanduíche. Deveria ser prioridade cuidar para entregar um pão para o cliente.
Mas o que mais se vê é pão de hambúrguer velho e/ou de baixa qualidade, que se desmancha todo antes que você consiga comer a carne.
2. Queijo tipo cheddar
Não existe cheddar no Brasil. Nem mesmo o que se vende como “cheddar inglês” é cheddar. O queijo cheddar, na Inglaterra, é branco –o que chega aqui é um red leicester, laranja, de um bom produtor (que também faz cheddar), embalado como se fosse cheddar.
Cheddar laranja é coisa de americano, que também inventou os queijos processados tipo cheddar, que vão da fatia que derrete fácil à pasta inescrutável.
Foi isso que transformamos, aqui no Brasil, em “cheddar”.
É um requeijão tingido e aromatizado. Estraga qualquer coisa.
Como se um pouco dessa gosma não bastasse, tem gente que serve “piscina” de coisa laranja.
3. O gigante desconjuntado
Hambúrguer é feito para ser comido com as mãos, como qualquer sanduíche.
Se precisa de garfo e faca para comer, não é bom.
Se é tão alto que não dá para morder as duas fatias de pão e tudo o que há entre elas, não é bom.
Se vem mergulhado num molho que lambuza a mão, não é bom.
4. O monstro deslumbrado
Ele é primo do gigante do item anterior.
Ocorre quando o chapeiro se julga artista e vai empilhando elementos que só fazem esconder o sabor da carne: queijo brie, geleia de mirtilo, maionese trufada, 29 fatias de bacon artesanal…
5. Carnes “nobres” moídas no pão
Desconfie quando a hamburgueria vender wagyu, angus, picanha, dry aged.
Carne moída, do ponto de vista de quem come o hambúrguer, é carne moída: impossível saber o que há lá.
Toda carne moída é macia, porque o processo desfaz as fibras que deixam alguns cortes duros.
É desperdício de grana usar carne cara para fazer hambúrguer.
Agora: se você moer um acém de R$ 25/kg e disser que é uma picanha de R$ 70/kg, quem vai poder te contestar?
É um crime muito perfeito, sedutor demais.
6. Batata frita congelada
Não tá escrito o tanto de hamburgueria que faz o blend mais ph0d@ de carnes, usa bacon artesanal πk, maionese caseira com receita secreta da vovó, aí chega batatinha… congelada.
Fuén.
Batatas industriais, pré-fritas, que você mesmo poderia ter comprado no supermercado e feito na airfryer. Não interessa se é ondulada, canoa, risonha ou o escambau.
Não dá.
Se alguém se propõe a vender hambúrguer, tem também a obrigação de aprender a fritar batatas decentemente.
7. Sachês e guardanapos envelopados
É o legado da pandemia.
Ketchup, mostarda e maionese naqueles sachês impossíveis de abrir.
Guardanapos embrulhados em papel –além de ser um conceito bizarro, você sempre já está com a mão lambuzada quando vai tentar abrir a bagaça.
Insustentável. Desperdício de comida e montanhas de lixo.
Mesmo sem pandemia, muitos lugares mantém esse inferno.
Porque é mais prático. Para eles, não para você.
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Fonte: Folha de São Paulo