[ad_1]
A cafeteria paulistana Il Barista realizou no último domingo (5) uma degustação de alguns dos finalistas do Cup of Excellence Brasil 2023, a edição brasileira do mais importante concurso de café do mundo, algo como o “Oscar dos cafés”.
A premiação elege anualmente os grãos com maior qualidade sensorial do país –ou seja, os mais saborosos e pontuados, conforme degustações às cegas feitas por juízes especializados (veja na galeria abaixo detalhes de como é feita essa escolha).
Cerca de 30 pessoas participaram da experiência —que foi gratuita, mas mediante reserva, que esgotou rapidamente. Havia pessoas de diferentes níveis de conhecimento sobre a bebida, desde baristas a leigos.
Na mesa de prova estava inclusive o grande vencedor do Cup of Excellence, um grão da valorizada variedade geisha produzido na fazenda Rio Verde, da Ipanema Agrícola, situada em Conceição do Rio Verde, na Mantiqueira de Minas. A saca de 60 kg desse lote campeão foi leiloada por R$ 40,7 mil —cerca de R$ 680 por quilo.
Veja abaixo um pequeno vídeo de como foi a degustação:
Todos os lotes foram preparados no mesmo método: coados no filtro de papel da marca Koar. Como era de se esperar, os cafés eram muito complexos, com acidez elevada —atributo muito valorizado entre especialistas— e sensoriais exóticos, como notas florais e frutadas.
Os mais entendidos degustavam calmamente cada xícara que chegava, apreciando as pequenas porções —eram pequenas mesmo, no máximo o suficiente para dois ou três bons goles, pois as amostras eram limitadas e era preciso servir todos os participantes.
Já os mais leigos estranhavam alguns cafés, por considerarem muito ácidos, por exemplo. Quando o barista serviu um café fermentado, o segundo colocado na sua categoria, que apresentava uma cor marrom clara —como um caramelo— e era muito leve e doce, alguns consumidores disseram achar “mais fraquinho” e que parecia um chá.
Confira na galeria abaixo algumas imagens da degustação, inclusive desse café mais claro, que chamou a atenção de alguns consumidores:
De fato, esses cafés muito sofisticados causam certa estranheza para quem está habituado às bebidas tradicionais, de cor muito escura e elevado amargor. É que esse excesso de amargor é tecnicamente considerado um atributo negativo e indesejável na avaliação especializada.
A degustação teve o apoio da BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association), entidade que representa os produtores de café especial do Brasil, que doou os grãos.
Principal concurso de qualidade para café no mundo, o Cup of Excellence tem três categorias: “Via Seca”, “Via Úmida” e “Experimental” —são três processos diferentes aos quais os grãos podem ser submetidos após a colheita, e que resultam em sabores diferentes.
Os dez finalistas de cada categoria são comercializados em um disputado leilão, nos quais os produtores conseguem vender os grãos por preços muito além dos praticados no mercado convencional.
Muitas das empresas que compram esses cafés premiados são estrangeiras, motivo pelo qual vários dos cafés podem não ser acessíveis ao consumidor brasileiro. Por isso, o evento realizado pelo Il Barista pode ter sido a única oportunidade de degustar alguns dos finalistas no Brasil.
Que a ação sirva de exemplo para que a BSCA apoie e organize mais experiências como essa. Ganham o público brasileiro e o mercado de café especial.
Se você gosta de café, não deixe de acompanhar o Café na Prensa no Instagram @davidmclucena e no X (ex-Twitter) @davidlucena
Qual assunto você gostaria de ver aqui no blog? Envie sugestões para [email protected]
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
[ad_2]
Fonte: Folha de São Paulo