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De uma certa forma, Janaína Torres está retornando às suas origens: a chef trabalha no projeto de um novo negócio, que será o primeiro voo solo depois de sua separação do também cozinheiro Jefferson Rueda. Assim como fez com o bar da Dona Onça, Janaína decidiu usar um apelido próprio para batizar a casa, que vai chamar A Brasileira –como é conhecida, mais recentemente, por colegas fora do país.
O projeto, que prevê dois restaurantes e um empório de produtos nacionais, tem previsão de abrir no ano que vem. O ponto ainda está sendo negociado, mas será no centro de São Paulo, onde estão as outras casas que a chef mantém em sociedade com Rueda (A Casa do Porco, Hot Pork, Sorveteria do Centro e o restaurante Merenda da Cidade).
Até o novo endereço abrir, Janaína pretende ventilar a assinatura A Brasileira em jantares de aquecimento. No meio de abril, por exemplo, usou o nome do projeto em um jantar servido no restaurante do hotel de luxo Palácio Tangará, na zona sul de São Paulo.
Entre as receitas estão pratos como salada de beterraba, galinhada e uma sobremesa que mistura mandioca e chocolate branco.
Nos últimos anos, Janaína vem intensificando a agenda de jantares que realiza fora do país, em locais como Singapura, República Dominicana e Colômbia. Muitos convites, afirma ela, surgiram com premiações como o ranking 50 Best –A Casa do Porco figura nas 12º e 4º posições, respectivamente, na lista de melhores restaurantes do mundo e da América Latina. A chef também foi eleita no fim de março como a melhor chef mulher do mundo pela mesma organização.
O apelido “a brasileira”, diz Janaína, acabou ganhando forma graças aos colegas de fora do país. Além de preparar a comida, “a brasileira”, como começou a ser chamada, é responsável pela festa. “Quando vou cozinhar fora, só levo farinha de mandioca e cachaça. É o que você nunca consegue encontrar”, diz ela.
No novo empreendimento, o salão vai ser dividido em dois –em uma parte serão servidos pratos autorais e em outra, comidas encontradas em mercados e feiras país afora, diz Janaína. “Eu quero contar sobre a realidade cultural do país. Não tenho interesse em saber se acham isso certo ou errado”, conta.
Isso significa, segundo a cozinheira, ter no cardápio itens como espetinhos, empadinha, risoles e pastel de angu que a chef tem a intenção de preparar com milho crioulo.
Essas mesmas receitas vão ser servidas também em “estilo fine dinning”, afirma ela.
Janaína pretende também incluir referências de todo país no cardápio d’A Brasileira. “Vai ser um espaço para apresentar pesquisas que têm como foco a alimentação cotidiana do Brasil e todas as duas influências desde dos povos originários. Quero que as pessoas entendam a personalidade do Brasil através da comida”, diz.
Além dos ingredientes e produtos, disponíveis em uma área de empório, Janaína tem o intuito de usar móveis e utensílios feitos por marcas ou artesãos brasileiros.
A decisão de abrir uma nova casa se deu por motivos distintos: porque não há espaço para mudar receitas do Dona Onça, que têm público cativo, e para abrir caminho para o ex-marido, Jefferson Rueda, voltar para a cozinha d’A Casa do Porco. Janaína esteve à frente do processo criativo do restaurante nos últimos três anos, até o último dia 1º.
“A minha técnica é diferente da tradicional de chefs da escola francesa. Hoje não se subestima mais um chef porque foi autodidata, mas isso ainda incomoda muita gente. Ainda sou atacada hoje e cheguei a ouvir que não sobreviveria sem o Jefferson. Mas fui eu quem comandou a cozinha nos últimos tempos”, diz ela.
Jefferson e Janaína se separaram no ano passado. Há cerca de um mês a chef decidiu adotar novamente o sobrenome Torres, que usava antes do casamento.
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Fonte: Folha de São Paulo