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Jovem aprovada no curso de medicina veterinária da UFCG fala como se preparou para a prova do Enem e sobre a emoção de ingressar no ensino superior. Renaly Sousa Costa, estudante quilombola aprovada em medicina veterinária pela UFCG.
Foto/Arquivo pessoal
“É muito importante poder levar adiante o nome do quilombo”, afirma Renaly, jovem quilombola aprovada na lista de espera do curso de medicina veterinária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A estudante, que é descendente do Quilombo Cantinho, na Paraíba, conta sobre o orgulho de representar a comunidade da qual faz parte: “Até para que os nossos ancestrais tenham seu devido reconhecimento”.
Estudante de uma escola pública na cidade de Serra Branca, na Paraíba, Renaly Sousa Costa, de 17 anos, conta que a vontade de cursar medicina veterinária surgiu através de uma amiga de infância que tinha o sonho de ser veterinária e, através do amor pelos animais, despertou em Renaly uma admiração pela área que ela ainda não sabia que tinha.
Apesar da certeza do que queria fazer, a jovem conta que também enfrentou momentos difíceis durante seu período de preparação para a prova.
“A coisa mais difícil foi a ansiedade”, desabafou a adolescente, relembrando o sentimento de apreensão constante que a espera pelo resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) causou dentro dela.
Renaly não tenta negar a existência de momentos turbulentos durante a sua trajetória até a aprovação no curso de medicina veterinária na UFCG. “Houve sim, muitos, até pelo fato da adolescência já ser um período turbulento, mas deu tudo certo”, relata, aliviada.
Ainda que o nervosismo estivesse presente durante os meses de estudo para a prova, Renaly fala que não se privou do lazer e de fazer as coisas de que gostava. “Eu sempre tive uma rotina normal de adolescente, saía com os amigos, com o namorado, só nunca deixei de estudar por isso”, ressalta, evidenciando a importância de manter uma rotina constante de estudos.
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Renaly confidencia que a matéria para a qual mais se dedicou foi matemática. “Sempre tive mais dificuldade em matemática, por isso estudava mais vezes”, admite.
A mãe de Renaly, que é professora de matemática em uma escola da rede pública, dava aula no horário em que a filha estudava em casa, mas sempre incentivou a filha a continuar dando o seu melhor. “Ela tirava algumas dúvidas que eu tinha e me apoiava a estudar”, declarou a menina.
Sobre sua rotina de estudos, Renaly conta que, ao todo, passava cerca de 6 horas estudando, somando o tempo dentro e fora da escola. “Sempre tive facilidade em português e interpretação textual, isso me ajudou muito para redação e para as questões de línguas”, diz ela, que pontuou 860 na redação.
Espelho da redação do Enem de Renaly Sousa.
Renaly Sousa/Arquivo pessoal
Ao falar sobre o que espera do início das aulas na Universidade Federal de Campina Grande, Renaly não esconde as altas expectativas. “Estou muito animada e ansiosa na mesma proporção. Não conheço ninguém lá ainda e vou me mudar pra lá sozinha”, confessa, numa mistura de medo e alegria que acompanham o começo de uma nova jornada.
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Fonte: G1