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Louis Tomlinson nunca quis que o One Direction acabasse. Assim como os fãs, ele ansiava pelos novos CDs da boy band. Mas, no caso dele, era para testar novos estilos e participar da composição das músicas.
Ele tem coautoria de hits como “History”, “Midnight Memories” e “Story of My Life”. “E lembre-se, se é One Direction e é um sucesso, eu provavelmente participei da escrita”, diz em um tuíte de 2018. Em seu documentário “All of Those Voices”, lançado em 2023, ele fala sobre o quanto se sentiu honrado de ter feito parte da banda como integrante, mas mais pelos créditos nas canções.
À Folha, ele confirma esse sentimento. “Olhando para trás, essa mudança foi vital para a banda, mas também para mim como compositor”, afirma. “Essa participação me deu a sensação de que, quando eu estou em um mesmo local que grandes compositores e produtores, eu conquistei um espaço na mesa.”
O cantor fez uma breve passagem em São Paulo para promover sua turnê mundial “Faith in the Future”, que vem para o Brasil em maio. Na capital paulista, o show ocorre em 11 de maio, no Allianz Parque. Antes, em 8 de maio, ele se apresentará no Rio de Janeiro e segue para Curitiba em 12 de maio.
O mais velho dos cinco garotos, hoje com 32 anos, possui a voz mais aguda e afirma que teve muito de seus solos cortados no primeiro álbum do One Direction. Já nos dois últimos, “Four” e “Made in The AM”, ele tem bons destaques nas músicas “No Control” e “If I Could Fly”, por exemplo.
“Agora sinto que eu tenho autonomia para fazer o que eu quero, mas também conto com uma base de fãs que me passa confiança. Eu concordo com o que dizem de ‘faça a música que você acredita’, mas a questão é: qual é a validade disso se ninguém vai comprar?”
No começo da banda, em 2010, quando ainda estavam no reality show britânico The X Factor, ele foi declarado informalmente como o líder da turma. Ao longo da trajetória da banda, no entanto, não houve uma liderança propriamente dita, mas um nome que se destacou em detrimento dos outros: Harry Styles.
Por isso, quando a banda acabou, em 2016, Tomlinson afirma que precisou de um tempo para se reencontrar. Nesse intervalo, ele até retornou ao programa de calouros onde foi descoberto, mas desta vez para integrar a bancada de jurados. Foram quatro anos até o lançamento de “Walls”, seu álbum de estreia como artista solo.
Neste lançamento, o cantor apresenta quase que uma extensão do que a banda produzia, com baladas românticas e trechos como o de “Habit”, em que Tomlinson diz repetidamente: “Você é o hábito que eu não consigo quebrar”.
Em comparação, Styles se consolidou como um astro do pop após grande repercussão com seus dois primeiros álbuns —o segundo lhe concederia um Grammy com o sucesso “Watermelon Sugar”—, fechando contratos com grifes (Tomlinson lançou sua marca 28 Clothing em 2023) e apostando até em uma carreira de ator. Foi um status que nenhum dos outros integrantes conseguiu atingir.
“Existe um sentimento muito estranho ao fazer seu primeiro álbum assim que você sai de uma banda do tamanho do One Direction”, diz Tomlinson. “Foi uma tarefa muito intimidadora porque nós atingimos tudo enquanto banda, então tive muito medo de fazer algo abaixo deste padrão.”
A mesma insegurança permeou suas apresentações no palco. Apesar de todo o nervosismo e a autocrítica em relação à performance de seu primeiro single “Just Hold On”, com Steve Aoki, ele define esta estreia, em 2016, como sua maior conquista.
“Quando olho para trás, fico muito orgulhoso por ter passado por aquilo e entregado do jeito que consegui”, afirma. A apresentação ocorreu menos de uma semana após a morte de sua mãe, Johannah Deakin, aos 42 anos.
Já no lançamento de seu segundo álbum, “Faith in the Future”, e com o início da turnê mundial homônima, o cenário foi mais favorável. Aqui, Tomlinson continua no pop, mas flerta mais com o indie e investe em composições mais complexas.
Tanto a produção como a decisão do setlist fluíram de forma mais orgânica, diz o cantor. “Sei que soa clichê, mas existe muita pressão na minha área de trabalho e, nos shows, essa troca genuína com o público faz tudo valer a pena.”
Para além de ter conquistado o que chama de uma confiança confortável nesse estágio de sua carreira, o cantor tem planos de abrir uma empresa de gerenciamento de artistas. Ele tuitou essa meta em 2021, mas ainda não deu seguimento ao projeto.
“Eu joguei aquilo para o mundo para me forçar a realizar”, afirma. “Atualmente, meu mundo é totalmente voltado a mim, o que é legal, mas, em dado momento da minha vida, vai ser muito bom também poder ajudar outras pessoas musicalmente.”
Em retrospecto, sua turnê favorita do One Direction foi a terceira do grupo, a “Where We Are”, que veio ao Brasil em 2014 e passou por diversos estádios pelo mundo. “Estávamos no topo da nossa fama naquele momento.”
O mesmo não é dito sobre esta turnê, porque ele diz que consegue avaliar a boy band em um período delimitado e que sua trajetória solo está em construção. “Minha ambição não me permitiria dizer que eu estou no ápice no momento, eu sinto que eu ainda tenho muito a dar.”
Oito anos após o término da boy band, o artista inglês diz que continua recebendo muitas perguntas em relação a um possível retorno dos integrantes. “Eu também me pergunto”, afirma. “Espero que sim, seria ótimo. Tenho orgulho do tempo em que passei na banda, mas eu não faço ideia de quando isso vai acontecer.”
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Fonte: Uol