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Letras das músicas têm ficado mais simples e repetitivas nas últimas quatro décadas, afirma uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (28).
O conteúdo das músicas também ficou mais raivoso e egocêntrico, diz o estudo feito por uma equipe de pesquisadores europeus. Eles analisaram as letras de mais de 12 mil canções em inglês de diversos gêneros, como rap, country, pop, R&B e rock, lançadas entre 1990 a 2020.
Publicado na revista Scientific Reports, o estudo lembra que o cantor Bob Dylan, ícone dos anos 1960, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2016.
Eva Zangerle, autora principal do estudo e especialista em sistemas de recomendação musical na Universidade de Innsbruck, na Áustria, enfatizou que as letras podem ser um “espelho da sociedade” que reflete como os valores, emoções e preocupações de uma cultura mudam ao longo do tempo.
“O que temos testemunhado nos últimos 40 anos é uma mudança drástica no cenário musical, desde como a música é vendida até como é produzida”, diz Zangerle à AFP.
A internet e o streaming causaram uma grande perturbação na indústria musical em comparação com a década de 1980, quando a música era consumida em vinis e fitas cassete.
Os pesquisadores examinaram as emoções expressas nas letras, quantas palavras diferentes e complicadas eram usadas e com que frequência eram repetidas. Depois, procuraram tendências dentro dos gêneros.
“O que descobrimos é que, em todos os gêneros, as letras tinham uma tendência a se tornar mais simples e repetitivas”, diz Zangerle.
Também confirmou pesquisas anteriores que mostravam uma diminuição de conteúdos alegres. Além disso, os cantores estão usando cada vez mais palavras como “eu” ou “meu”.
O rap se destaca na pesquisa, já que as letras costumam desempenhar um papel essencial nesse estilo de música. O número de linhas repetidas é mais presente no rap, diz Zangerle.
Uma análise do rastreamento de letras no site Genius mostrou que os fãs de rock buscavam mais frequentemente letras de músicas antigas do que novas. Por outro lado, os fãs de country buscam mais frequentemente letras de músicas novas.
A música mudou na era do streaming porque “os primeiros dez ou 15 segundos são decisivos para decidir se pulamos a música ou não”, afirma Zangerle.
Nesse sentido, não há mais tempo para que as músicas tenham introduções longas e elaboradas. Agora elas precisam captar os ouvintes imediatamente para evitar se perder no fluxo de reprodução ilimitado e algorítmico do streaming.
Em resumo, as músicas com mais refrões que repetem letras básicas parecem ser mais populares. “As letras devem ser mais fáceis de pegar hoje em dia, simplesmente porque são mais fáceis de memorizar”, diz Zangerle.
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Fonte: Uol