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Nesta vida, há um tempo para tudo. Por exemplo: um tempo para degustar um filme ou seriado com atenção total, absorvendo os detalhes de cada cenário, figurino, expressão facial e escolha musical, e outro para simplesmente ter algo fazendo barulho e companhia enquanto se cozinha, lava louça, faz uma faxina, ou olha o celular.
A série ideal desse segundo tipo, para mim, tem muitas temporadas, cada uma com muitos episódios, e acontece no “mundo real” —mais fácil de acompanhar, ainda que a narrativa às vezes exija algumas coincidências convenientes.
No momento, o seriado que se encaixa nessa descrição e tem feito mais sucesso é “Suits” (Netflix, nove temporadas, 134 episódios), como o colega Maurício Stycer explicou na coluna dele há algumas semanas, mas há várias outras que também cumprem a função perfeitamente bem. Indico aqui sete.
“Lei e Ordem” (1990-2010, 2021- ), “Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais” (1999- )
Há poucas temporadas disponíveis no streaming da chamada “nave-mãe” da franquia de Dick Wolf sobre policiais e promotores em Nova York e seu dia a dia em meio ao que a humanidade tem de pior a oferecer. O Prime Video tem três temporadas um pouco aleatórias, o Universal+ tem duas das mais recentes, pós-reboot (a série havia sido encerrada em 2010 e foi retomada em 2021) e a Globoplay tem as três mais recentes.
A verdade é que isso não afeta muito a experiência de assistir a “Lei e Ordem”, já que os episódios são na maioria bem contidos em si mesmos —alguém acha um corpo, polícia investiga a morte, indicia suspeito, promotores movem mundos e fundos para condená-lo—, com alguns arcos narrativos maiores que a Wikipédia pode ajudar a esclarecer.
Já o spin-off mais bem sucedido da franquia, “Unidade de Vítimas Especiais” (ou “SVU”, a sigla em inglês), pode ser assistido inteiro (25 temporadas!), mas em três serviços diferentes. Neste, os temas são ainda mais pesados, envolvendo violência sexual, crianças, idosos e pessoas com deficiência, tratados com o (pouco) tato usual da televisão americana dos anos 2000.
Os ritmos das duas séries são parecidos e consistentes de episódio para episódio, então é facinho se deixar levar numa maratona intencional ou acidental.
“Lei e Ordem” (“Law & Order”): Prime Video, temporadas 8, 9 e 10; Universal+, temporadas 22 e 23; Globoplay temporadas 21, 22 e 23.
“Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais” (“Law & Order: Special Victims Unit”): Globoplay, temporadas 1-20, 25; Netflix, temporadas 6,7, 9-11; Prime Video, temporadas 14-22; Universal+, temporadas 20, 23-25.
“Monk”(2002-09), “O Mentalista”(2008-15)
Duas séries sobre homens traumatizados que usam seus poderes de observação aguçados para desvendar crimes.
Em “Monk”, Tony Shalhoub é Adrien Monk, um ex-policial em luto pela morte da esposa em um atentado. Com vários sintomas de um “transtorno obsessivo-compulsivo” (ou uma versão televisiva da doença), ele se torna consultor da polícia, usando sua atenção a detalhes para desvendar crimes —mas a série não é a tragédia que essa descrição faz parecer. O tom é quase sempre cômico e leve, bem de acordo com a icônica música de abertura de Randy Newman.
“O Mentalista” também tem um consultor da polícia com uma esposa assassinada. Patrick Jane (Simon Baker) é um ex-médium fake de televisão que passa a auxiliar a força investigativa da Califórnia na busca por um serial killer chamado Red John após este matar sua esposa e sua filha. É uma série mais pesada que “Monk”, mas que flutua no charme de Simon Baker e na sua relação de amizade/romance com a chefe do departamento de polícia que Jane auxilia, Teresa Lisbon (Robyn Tunney).
“Monk”: Netflix, oito temporadas, 125 episódios.
“O Mentalista” (“The Mentalist”): Prime Video e Max, sete temporadas, 151 episódios.
“The Bold Type” (2017-21)
Três melhores amigas —Jane (Katie Stevens), Kat (Aisha Dee) e Sutton (Meghann Fahy)— tentam equilibrar seus relacionamentos amorosos e aspirações profissionais numa revista feminina à la Cosmopolitan (a ex-editora-chefe da revista Joanna Cole é uma das produtoras da série).
Como o programa estreou em 2017, talvez os dilemas das jovens millennials sejam hoje considerados ultrapassados pela geração Z, mas os roteiros se esforçam para tratar assuntos sérios com seriedade e sem descambar para o melodrama.
Quem gostou da segunda temporada de “White Lotus” pode ver do que mais Meghann Fahy —que lá interpretava Daphne— é capaz aqui, e a série é ancorada pela sempre forte Melora Hardin (“The Office”) como a editora-chefe da revista.
Globoplay e Prime Video, cinco temporadas, 52 episódios.
“Eu, a Patroa e as Crianças” (2001-05)
Quer coisa mais reconfortante (se você tem idade para lembrar) do que uma boa e velha sitcom sobre uma família que briga, mas se ama, com risadas enlatadas e um ritmo de piadas constante, em que dá para prever a resposta antes mesmo de a pergunta ser feita?
Taí “Eu, a Patroa e as Crianças”, um exemplar bem típico desse tipo de série. Um pouco envelhecido, é claro, mas sólido.
“My Wife and Kids”. Star+, cinco temporadas, 123 episódios.
“The Joy of Painting w/ Bob Ross” (1983-94)
Praticamente ASMR —aquela categoria de vídeos que produzem sensações gostosas no espectador—, o programa é muito simples: o pintor Bob Ross, em frente a uma tela em branco, com uma paleta de cores e vários pincéis, explica com uma voz suave e paciente, diferentes técnicas para produzir pinturas a óleo de paisagens.
O Plex (plex.tv), um serviço de streaming gratuito que também tem “tv ao vivo”, tem dois canais 100% Bob Ross, um com o áudio original em inglês e outro dublado em espanhol, que passam episódios do programa 24 horas por dia, fora de ordem (foram 31 temporadas e mais de 400 episódios).
“The Joy of Painting w/ Bob Ross” e “The Joy of Painting w/ Bob Ross (Español). Plex.tv
O QUE ESTÁ CHEGANDO
As novidades nas principais plataformas de streaming
“Quem Fizer Ganha”
Produção um tanto amaldiçoada de Taika Waititi (que originalmente escalou Armie Hammer e aí precisou trocá-lo por Will Arnett), filmada em parte ainda antes da pandemia de Covid-19. Baseado na história real do técnico de futebol Thomas Rongen, que recebeu a tarefa de tentar levar a seleção de Samoa Americana, considerada a pior do mundo, à Copa de 2014.
“Next Goal Wins”. Star+, 104 min.
“STEVE! (martin): documentário em 2 partes”
Dirigido por Morgan Neville, o documentarista por trás de “A Um Passo do Estrelato”, revisita, na primeira parte, a ascenção inicial de Steve Martin como um comediante de stand-up e seus primeiros sucessos no cinema. No segundo capítulo, se aprofunda sobre a fase atual da carreira de Martin, que vem em alta com “Only Murders in the Building”.
“STEVE! (martin) a documentary in 2 pieces”. AppleTV+, dois episódios de cerca de 90 min cada um.
“Nell, a Renegada”
Acusada de um assassinato que não cometeu, a jovem Nell Jackson (Louisa Harland, a Orla de “Derry Girls”) se torna a fugitiva mais notória da Inglaterra do século 18. Em sua aventura, ela recebe a ajuda de um espírito mágico chamado Billy Blind (Nick Mohammed, de “Ted Lasso”). Não assisti ainda, mas me lembrou do meu querido “Catarina, a Menina Chamada Passarinha” (Prime Video).
“Renegade Nell”. Disney+, oito episódios.
“Todos Menos Você”
Fenômeno inesperado de bilheteria traz Sidney Sweeney (“Euphoria”) e Glen Powell (“Top Gun: Maverick”) como inimigos que decidem fingir estar namorando para provocar ciúmes na ex dele e afastar a possibilidade de um revival com o ex dela. Você já pode imaginar aonde essa história vai dar.
“Anyone But You”. Max, 103 min.
“Zona de Interesse”
O cotidiano da família Höss em sua vila encostada nos muros do campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Com Sandra Hüller (“Anatomia de Uma Queda”), vencedor de dois Oscars neste ano, de Som e Filme Estrangeiro. Recomendo o uso de fones de ouvido ou um bom som para a experiência completa.
“The Zone of Interest”. Prime Video a partir de domingo (31). 105 min.
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Fonte: Uol