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A quatro meses dos Jogos Olímpicos, a pressão começa a aumentar nas ruas de Paris —desde uma “dança antirracista” para defender a cantora Aya Nakamura, cotada para cantar na abertura do evento com músicas de Edith Piaf, até ativistas que fazem as estátuas da cidade “falarem” sobre a situação das pessoas nas ruas.
Ativistas do SOS Racisme organizaram neste domingo (24) um “baile antirracista” sob a sede do partido de extrema direita Reunião Nacional, o RN, para protestar contra as declarações de Marine Le Pen sobre uma possível participação da cantora Nakamura na cerimônia em 26 de julho.
A cantora francófona mais ouvida no mundo desde a sua canção “Djadja”, de 2018, tem sofrido ataques desde a publicação, no final de fevereiro, do semanário L’Express da sua possível interpretação de canções de Edith Piaf durante a cerimônia de abertura.
A participação da cantora franco-malinesa Aya Nakamura, uma das grandes estrelas da música na atualidade, na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris vem gerando polêmica na França desde o final de fevereiro pelo que o comitê organizador do evento chamou de “ataques racistas”.
Presidente dos deputados do RN, Le Pen se opôs a esta possibilidade, acusando o presidente Emmanuel Macron de querer “dividir” e “humilhar os franceses”, devido à “sua roupa”, à “sua vulgaridade” ou ao fato de que ela “não canta em francês”.
Em resposta, cerca de 20 ativistas antirracismo dançaram canções da franco-maliense e de Edith Piaf em frente à sede do partido, que estava fechada, como confirmou um jornalista da AFP.
“Estamos nos preparando para receber todos por ocasião dos Jogos Olímpicos e temos uma polêmica porque alguns querem enviar nossa mais importante artista francófona, simbolicamente ou não tão simbolicamente, para Bamako”, lamentou o presidente da SOS Racisme, Dominique Sopo.
A possibilidade de Nakamura se apresentar foi mencionada no início do mês, durante um evento de campanha eleitoral do partido de extrema direita Reconquista, de Eric Zemmour, o que gerou vaias do público.
Um pequeno grupo radical pendurou uma faixa em uma ponte sobre o rio Sena, dizendo: “De forma alguma, Aya, isto é Paris, não o mercado de Bamako”, capital do Mali, em alusão à origem da cantora.
“Podem ser racistas, mas não surdos. E é isso que lhes dói! Não devo nada a eles”, reagiu a cantora.
O comitê organizador da cerimônia se disse ofendido pelos ataques racistas e declarou apoio à artista de 28 anos. A polêmica prosseguiu nas redes sociais durante a semana passada. A ministra dos Esportes, Amelie Oudea-Castera, usou a plataforma X para afirmar seu apoio à artista.
Em fevereiro passado, Nakamura ganhou um prêmio Victoire —o equivalente francês do Grammy— de melhor artista feminina. “Não era um combate, mas agora tem que cantar [na cerimônia], vamos apoiá-la”, afirmou um outro cantor, Dadju.
Nesta sexta (15), a promotoria anunciou que investigadores abriram um inquérito para investigar os ataques racistas, após um pedido da organização francesa Licra, ou Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo.
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Fonte: Uol