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Além do prêmio em dinheiro, que totaliza R$ 300 mil, ex-participantes destacam a diversidade entre os colegas e a chance de conhecer outras pessoas motivadas como ganhos da iniciativa. Weverton Alves na apresentação final do Desafio LED 2022.
Thaty Aguiar/Globo
O Desafio LED já premiou diversos projetos que buscam inspirar, ajudar e conectar estudantes, resolvendo problemas do cenário educacional do país. Mas, segundo os vencedores das duas primeiras edições da iniciativa, o prêmio vai além do valor financeiro.
“Poder participar de uma iniciativa como essa e ter a chance de conhecer mentores e colegas que também se mobilizam pela melhora da educação do país é algo único”, diz Maria Eduarda de Carvalho, premiada na edição de 2023.
💡 O “Desafio LED” é uma ação do Movimento LED – Luz na Educação, iniciativa da Globo e da Fundação Roberto Marinho em parceria com a escola Mastertech, que premia em, no total, R$ 300 mil iniciativas de estudantes que indiquem a solução para um problema educacional.
👉🏾 A iniciativa busca dar espaço e ajudar jovens com boas ideias e com disposição para entrar em ação a montar projetos que possam fazer a diferença no cenário educacional do país.
🗓️ A edição de 2024 está com as inscrições abertas e quem ainda não se inscreveu tem até às 23h59 de 31 de março para preencher o formulário. Para participar, é preciso ter 18 anos ou mais e estar matriculado em um curso com pelo menos 100 horas de carga horária. (Veja outros detalhes mais abaixo.)
Desafio LED: veja como criar proposta para problemas da educação e concorra a até R$85 mil
Benefícios do Desafio LED
Apesar do prêmio em dinheiro, que varia de R$ 30 mil a R$ 85 mil, para os cinco melhores projetos, os vencedores das edições anteriores do Desafio LED acreditam que o maior prêmio veio da experiência como um todo.
Entre os principais benefícios listados pelos ex-participantes, estão:
Reconhecimento de capacidades e orientação para o pleno desenvolvimento das ideias;
Disponibilização de conhecimentos e ferramentas para definir e buscar os objetivos dos projetos;
Oportunidade de colocar a mão na massa;
Oportunidade de conhecer e interagir com outros jovens atuantes;
Chance de superar desafios e ampliar os horizontes.
“Só por ter tido a minha ideia validada, apoiada e desenvolvida no Desafio, valeu minha participação”, diz Weverton Alves, um dos vencedores da edição de 2022.
O Desafio LED é uma oportunidade aberta a qualquer estudante do país, o que é outro aspecto positivo apontado pelos participantes.
Na minha edição, além de mim, do Ceará, tiveram participantes de outros estados do Nordeste, mas também teve gente do Rio [de Janeiro], São Paulo, Amazonas, Minas [Gerais]. É uma oportunidade única de ampliar a rede de contato com pessoas que também não querem ficar parados e põem a mão na massa.
Apresentação final do Desafio LED 2023.
Divulgação/Globo
Abaixo, conheça alguns projetos já premiados e os estudantes que estão por trás das iniciativas:
MADUC – o app que conecta alunos de ensino médio à universitários
Participar do Desafio LED mudou a vida da cearense Gabriela Leite. Ela cursa engenharia de materiais na Universidade Federal do Cariri (UFCA), no Ceará, mas diz que, no fundo, sempre quis ser programadora. E foi esse desejo do passado que a impulsionou a participar da primeira edição do Desafio LED, em 2022.
Ela conta que soube da oportunidade há poucas horas para o encerramento do período de inscrições, mas a proposta do projeto chamou sua atenção. Atraída pela frase motivadora da edição (Conte qual o maior problema que você enfrentou ou enfrenta na sua trajetória educacional e dê uma ideia para resolvê-lo), Gabriela decidiu que não deixaria aquela chance passar.
Fiquei sabendo do Desafio umas oito da noite e as inscrições iam até 23h59 daquele dia. Escrevi um texto e submeti minha inscrição, mas juro que eu não imaginava que eu seria selecionada. Foi assim uma das surpresas mais felizes da minha vida.
A ideia proposta por Gabriela era simples: uma plataforma de matching entre estudantes de ensino médio e de ensino superior, que viabilizasse aos jovens da educação básica conhecerem mais dos cursos superiores.
A inspiração veio de sua vivência pessoal de ingressar em um curso, mas querer atuar em outra área. “Eu entrei no curso por um impulso, mas não tinha tido a experiência universitária, não sabia o que era estar nesse ambiente, e não tive, durante meu ensino médio, alguém com esse conhecimento para me orientar, lembra.
Graças ao “match da educação”, ou Maduc, que foi aprimorado durante as oficinas oferecidas durante a iniciativa, Gabriela chegou à final da primeira edição e ficou em 1º lugar na classificação geral.
O Desafio LED foi transformador para mim. Eu aprendi muito, desenvolvi capacidades que achei que eu não tinha. A capacitação e apoio que recebemos foram incríveis.
Hoje, Gabriela conta com apoio de uma equipe de designers e programadores que a ajuda desenvolver o aplicativo e a identidade visual do Maduc.
Agora, a grande expectativa é para o lançamento do aplicativo, que pode acontecer ainda em 2024, após definição de alguns detalhes técnicos. Uma vez no ar, o app pensado por Gabriela vai ajudar estudantes de ensino médio a se aproximarem de alunos universitários para conversarem sobre as perspectivas para a próxima etapa educacional.
MENTORIA NA PERIFA – projeto que oferece orientações gratuitas a jovens de baixa renda que querem melhores oportunidades
Registr de como funciona a mentoria oferecida no projeto Mentoria na Periva, vencedor do Desafio LED 2022.
Weverton Alves/Arquivo pessoal
O paulistano Weverton Alves, morador do Grajaú, na Zona Sul da capital paulista, também foi premiado na primeira edição do Desafio LED.
Ele é idealizador do Mentoria na Perifa, um projeto estruturado para orientar jovens de baixa renda que querem conhecer, se aproximar ou repensar possibilidades profissionais e acadêmicas para seus futuros.
Vindo da escola pública e graduado em Comunicação Social graças ao Prouni, Weverton conta que teve quase nenhum direcionamento sobre as possibilidades para seu futuro e notou que muitos dos seus colegas tiveram experiências parecidas.
Como sempre gostei de compartilhar meu conhecimento com as pessoas, sentia a necessidade de fazer algum movimento para fazer com que os jovens enxergassem que, por mais que venha de uma realidade desafiadora, ele tem, sim, potencial de transformar a nossa comunidade, transformar o nosso país, quem sabe o mundo.
Durante sua participação no Desafio LED, Weverton desenvolveu o que viria a ser a Mentoria na Perifa, que hoje funciona da seguinte maneira:
Jovens de baixa renda, principalmente de 18 a 30 anos, procuram mentoria para entender melhor quais oportunidades eles podem buscar para seguir determinadas carreiras ou menos para acessar o ensino superior.
Para isso, cada mentorado tem o perfil traçado para que ele seja direcionado a um mentor que possa ajudá-lo a entender melhor seus objetivos. As mentorias são individuais e os encontros virtuais de uma hora acontecem uma vez por semana.
Os mentores são voluntários que querem, assim como Weverton, compartilhar seus conhecimentos e ampliar a rede de troca entre quem quer buscar conhecimento e quem tem conhecimento a oferecer.
Nós temos uma trilha que trabalhamos durante as mentorias. Nessas trilhas, abordamos temas para desenvolver os projetos de vida profissional dos mentorados, como autoconhecimento, identificação de oportunidades reais, capacidades de comunicação, gerenciamento de tempo, coisas assim.
A partir dessas orientações, os mentores ajudam a criar projetos de vida profissional que leve em conta o que o jovem quer estudar, com o que ele quer trabalhar, ou, caso ele já saiba, ajudam a criar meios para gerar oportunidades educacionais ou de emprego.
Apesar de ver os frutos de seu trabalho e se orgulhar de ter ajudado muitos jovens a definirem melhor seus objetivos de vida, Weverton já planeja os próximos passos. “Estamos pensando em tentar também mentorias coletivas e, quem sabe, desenvolver um aplicativo mais para a frente. Vamos ver se isso dá certo”.
ENTRE PONTOS – a plataforma que conecta jovens estudantes a fim de reduzir a vulnerabilidade nas ruas
Outra ideia premiada pelo Desafio LED, mas na edição de 2023, foi a da estudante de engenharia de controle e automação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Eduarda de Carvalho.
Ela desenvolveu um protótipo para uma plataforma que permite a estudantes encontrarem colegas que fazem percursos semelhantes para irem juntos à escola, a fim de reduzir a vulnerabilidade nas ruas.
Moradora de Niterói, a idealizadora da ideia saía cedo de casa para ir até a cidade do Rio de Janeiro, onde cursava o ensino médio. Nesse percurso, Maria Eduarda se sentia exposta e temia por sua integridade física.
Primeiro, me surgiu a ideia de desenvolver um aplicativo de caronas, mas já existe uma ideia parecida. Então decidi migrar do transporte privado, da carona, para o transporte público, que é onde estava minha dor.
A jovem acredita que a plataforma será útil especialmente para mulheres, que tendem a se sentir mais vulneráveis quando estão sozinhas nas ruas e nos transportes públicos. Mas ela entende que a ideia também pode beneficiar qualquer pessoa que habite locais de grande insegurança pública, por exemplo.
O objetivo de Maria Eduarda é fazer de sua ideia um elemento de segurança, liberdade e conexão entre pessoas que já dividem o mesmo percurso, para fazerem isso com maior confiança.
“Hoje, a Entre Pontos ainda é um protótipo, mas minha ideia é que, quando finalizada, a plataforma tenha duas funções principais. Uma de matching de percursos e horários, e outra de pontos de encontro, para que as pessoas se sintam mais seguras em fazer os trajetos mais cotidianos”, finaliza.
COMPARTILHAÍ – app para facilitar a doação, venda e aluguel de materiais de graduação entre os estudantes das faculdades públicas
A mineira Lorena Trigueiro estava de férias da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde cursa odontologia, quando viu uma chamada comercial para o Desafio LED 2023.
Provocada pela frase motivadora da edição (Qual parte do teu mundo educacional precisa de mais conexão? Lembre-se que ela pode ser digital ou não), já no momento de inscrição, ela teve a ideia para seu projeto: um aplicativo que viabilizasse a doação, troca ou compra e venda de materiais de graduação entre os estudantes.
Desde o início do curso, eu passo por esse problema que é a dificuldade de ter acesso a materiais de graduação de uma forma mais fácil. Só na primeira lista de materiais, para o terceiro semestre do curso, gastei R$ 6 mil. Então, tive que ir atrás de material emprestado ou de alugar de algum aluno.
Depois de ouvir relatos parecidos dos colegas, a jovem entendeu que, se tantos estudantes passavam por dificuldades que prejudicavam sua participação e permanência no ensino superior, havia um problema que precisava de solução.
Hoje, prestes a se graduar e após ter ficado em 5º lugar no Desafio LED, a jovem quer lançar ainda em 2024 uma primeira versão do site voltado apenas para alunos matriculados em universidades públicas. Mas ela não quer parar por aí, e pensa que, em um futuro não muito distante, a ferramenta pode ser disponibilizada também para ex-alunos e para estudantes de instituições privadas.
Cronograma e detalhamento das etapas do Desafio LED
🙋🏾♀️ Quem pode participar? Estudantes com mais de 18 anos. É preciso morar no Brasil e estar com matrícula ativa no primeiro semestre de 2024. São válidas matrículas em cursos livres, técnicos, de graduação ou de extensão, nacionais ou internacionais, formais ou não formais, com grade curricular mínima de 100 horas/aula.
🏆 5 ideias serão premiadas com um valor total de R$ 300 mil:
1º e 2º lugar: R$ 85 mil cada;
3º: R$ 60 mil;
4º: R$ 40 mil;
5º: R$ 30 mil.
📑 Confira em detalhes as CINCO ETAPAS do Desafio LED + g1:
Pergunta motivadora do Desafio LED 2024.
Reprodução
Inscrição: de 1º de fevereiro a 31 de março. Nesta etapa, os candidatos preenchem o formulário de inscrição (https://bit.ly/DESAFIO-LED-2024) e respondem à pergunta “Partindo da sua experiência pessoal, qual solução você desenvolveria para melhorar a utilização da tecnologia na educação?”.
Seleção das histórias: A princípio, são escolhidas 80 participantes para a primeira oficina de inovação. Após a oficina, os candidatos fazem uma nova submissão da ideia e os 40 melhores projetos avançam para a próxima etapa.
Seleção dos projetos: é realizada uma nova oficina de inovação, com o objetivo de idealizar os protótipos dos 40 projetos. Após a oficina, os candidatos fazem uma nova submissão da ideia e os 20 melhores projetos avançam para a próxima etapa.
Seleção dos protótipos: acontece a terceira oficina de inovação, com foco em storytelling, para os candidatos adequem a apresentação dos protótipos ao evento final. Após a oficina, os candidatos fazem uma nova submissão da ideia e os 10 melhores projetos avançam para a próxima etapa.
Fase final: é feita uma mentoria individual para os 10 candidatos finais e uma apresentação para a banca, que seleciona os 5 finalistas. Os escolhidos participarão presencialmente do encerramento do Desafio LED no Rio de Janeiro, onde receberão as respectivas premiações.
VÍDEOS DE EDUCAÇÃO
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Fonte: G1