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“Em agosto passado, perdi um grande amigo de infância e fiquei muito abalado. Quando estava visitando minha cidade natal para o velório dele, entrei em contato com seus pais, que compartilharam comigo alguns de seus pertences. Entre eles, havia uma cópia de um antigo mapa salvo em um disquete da época do ensino médio”.
Foi assim que começou, em março do ano passado, a história de um pequeno jogo que ganhou a internet. De uma publicação em um fórum de nicho para uma série de vídeos no YouTube que somam milhões de visualizações.
“MyHouse.wad” é um mapa personalizado (por isso o .wad no título) de “Doom 2”, jogo de 1994 que foi precursor dos FPS —jogos de tiro em primeira pessoa. O que começou ingênuo acabou ganhando contornos das chamadas “creepypasta”, as histórias de terror que viralizam em fóruns e redes sociais.
O desenvolvedor Veddge explica no fórum Doomworld, no ar desde 1998, que usar ferramentas de modificação para recriar sua própria casa era uma sensação na época do jogo. É como os adolescentes de hoje fazendo isso no “Minecraft” ou no “Roblox”.
Mas, ao contrário do que o post diz, o mapa não é apenas uma reprodução da casa onde o tal amigo de infância do criador, Thomas, morou. É o que parece nos primeiros minutos, mas, ao percorrer a casa, eliminar os inimigos e notar padrões estranhos, o jogador percebe que há algo além.
Acontece que “My House” é um mapa inspirado no livro “Casa de Folhas”, de Mark Z. Danielewski, clássico cult do terror publicado em 2000 nos Estados Unidos. A obra será lançada no Brasil pela primeira vez nesta sexta-feira (15) pela editora DarkSide.
O romance começa com o narrador descrevendo seu encontro com os escritos de Zampanò, um idoso recluso encontrado morto. Esse homem conta a história de uma família que vive numa casa na qual as leis da física não se aplicam, onde o lado de fora e o de dentro têm dimensões diferentes. Quanto mais esse narrador lê sobre a casa, mais atordoado e paranoico ele fica.
O jogo, então, parte dessa premissa, de uma casa cuja geometria é impossível, para dar profundidade narrativa a um jogo de 30 anos que é geralmente associado com violência, monstros satânicos e heavy metal, ao bom estilo dos anos 1990.
As estruturas da casa de “My House” se alteram conforme o jogador progride. Uma porta surge no lugar onde havia uma parede. Um quadro pendurado na sala muda de forma. Um espelho vira uma janela. E é entrando e saindo de lugares suspeitos e descobrindo itens secretos que o jogador entende melhor o que está acontecendo.
Assim como o romance que o inspirou, “My House” também busca fazer experimentações formais. Por exemplo, na pasta de arquivos do jogo, há recortes de jornais, fotos antigas e uma espécie de diário de bordo do desenvolvedor.
Nele, Veddge escreve sobre o processo de luto e sobre como se deparou com os disquetes antigos nos quais ele e o amigo salvavam seus mapas autorais. É aí que ele encontra o tal “MyHouse.wad”.
Esses relatos do desenvolvedor anônimo dão dicas sutis sobre como avançar no jogo, cuja duração não passa de algumas horas. Ao ler como esse disquete foi criando vida própria e adicionando sozinho recursos sobre os quais o criador não se lembra de adicionar, o jogador-leitor percebe que não se trata de um simples diário.
Por exemplo, sonhos relatados nesse texto se refletem em cenários no mapa, como um aeroporto misterioso e um prédio brutalista. A ambientação onírica e os gráficos 3D primitivos também ajudam a dar um ar sombrio.
Todo esse mistério envolvendo a casa, o desenvolvedor e os segredos da história fizeram do jogo um hit inesperado em um ano marcado por grandes produções.
Além de “MyHouse.wad”, “Casa de Folhas” inspirou vários outros jogos indie e também títulos do estúdio Remedy, principalmente o aclamado “Control”, de 2019. A própria série “Alan Wake”, cuja sequência lançada no ano passado foi um sucesso, também tem referências ao romance. Que venham mais.
PLAY
dica de game, novo ou antigo, para você testar
MyHouse.wad
(PC)
Volte duas casas.
UPDATE
novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa
- A Nintendo chegou a um acordo judicial nos EUA com a Tropic Haze, desenvolvedora do emulador Yuzu que foi processada por facilitar a pirataria do Switch. A dona do software encerrou suas operações, parou de distribuir o código e aceitou pagar US$ 2,4 milhões à empresa japonesa.
- O programa, que arrecadava fundos por meio de uma campanha de financiamento coletivo, permitia que jogos de Nintendo Switch fossem jogados no PC e no Android. O acordo também levou ao encerramento do emulador Citra, de Nintendo 3DS, desenvolvido pela mesma equipe.
- A empresa japonesa anunciou no domingo (10) as datas de lançamento dos remakes “Paper Mario: The Thousand-Year Door” (23 de maio), “Luigi’s Mansion: Dark Moon” (27 de junho) e a chegada de outros títulos do encanador no Nintendo Switch Online. Além disso, confirmou que o próximo filme do personagem chegará aos cinemas em abril de 2026.
- A Toys For Bob, responsável por “Skylanders” e “Crash Bandicoot 4”, vai se separar da Activision, agora propriedade da Microsoft, após quase 20 anos operando como uma subsidiária. “Essa oportunidade nos permite voltar às nossas raízes como um estúdio pequeno e ágil”, afirmou, em nota. Segundo o estúdio, as duas empresas apoiam a decisão.
- Evento do Xbox realizado na quarta-feira (6) anunciou “The Sinking City 2”, “Creatures of Ava” e a expansão de “Persona 3 Reload”. Também receberam destaque o “Kunitsu-Gami: Path of the Goddess”, da Capcom, e a chegada de “Final Fantasy 14 Online” para o console da Microsoft, em 21 de março.
- A série do Prime Video baseada em “Fallout” ganhou um trailer completo na semana passada. É produzida por Jonathan Nolan e Lisa Joy, de “Westworld”, estrelada por Ella Purnell, Aaron Moten e Walton Goggins, e chega ao streaming em 11 de abril.
- A Gamescom Latam iniciou a venda de ingressos para o evento, que ocorre entre 26 e 30 de junho em São Paulo. As entradas custam a partir de R$ 75 (meia) por dia. É a primeira vez que o principal evento de jogos da Europa será realizado na América Latina, após uma fusão com o BIG Festival.
- A PlayStation anunciou que o exclusivo “Ghost of Tsushima”, desenvolvido pelo estúdio Sucker Punch, chegará aos PCs em 16 de maio. O jogo de ação ambientado no Japão feudal está disponível em pré-venda no Steam e na Epic Games Store por R$ 249,90.
- O Studio Pixel Punk, das brasileiras Tiani Pixel e Fernanda Dias, anunciou na semana passada o primeiro jogo inédito após o sucesso de “Unsighted”, de 2021. “Abyss X Zero” tem gráficos 3D retrô e é definido como um metroidvania com combate estiloso. Ainda não há data de lançamento.
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games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena
12.mar
- “Contra: Operation Galuga”: R$ 199,50 (Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series), preço não disponível (PS4, PS5, PC)
14.mar
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“Dungeon Drafters”: preço não disponível (Nintendo Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series)
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“Star Wars: Battlefront – Classic Collection”: R$ 94,55 (PC), R$ 129,95 (Xbox One, Xbox Series), R$ 173,43 (Nintendo Switch), R$ 187,90 (PS4, PS5)
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“Highwater”: preço não disponível (Nintendo Switch, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series)
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“Panzer Paladin”: R$ 49,90 (Nintendo Switch)
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“Flinthook”: R$ 80 (Nintendo Switch)
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“Mercenary Kings”: R$ 108 (Nintendo Switch)
18.mar
A Nintendo está oferecendo um teste gratuito de 14 dias do serviço de assinatura Nintendo Switch Online, com o qual é possível jogar online e acessar títulos dos consoles anteriores da empresa. A oferta pode ser resgatada até as 3h59 do dia 18 de março, inclusive por quem já testou o serviço antes.
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Fonte: Uol