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Uma das melhores harmonizações para a bacalhoada da sexta-feira da paixão, o vinho verde branco é bastante procurado nesta época do ano. Eita! Para! Vinho verde branco? Como assim? Vinho verde não se refere à cor do vinho. É o nome da Denominação de Origem Controlada (DOC), uma região demarcada no noroeste de Portugal, na fronteira com a Espanha. Há vinhos verdes brancos, vinhos verdes tintos, vinhos verdes rosés e, bobeou, hoje tem até vinhos verdes laranjas. É o nome oficial.
Mesmo antes da demarcação da área, em 1908, no entanto, os vinhos da região já eram conhecidos como vinhos verdes, não se sabe bem por que. Uns dizem que é porque eles são muito frescos, outros porque a região tem muito verde. Por ali chove muito e a vegetação é exuberante. Até algumas décadas, os vinhos verdes eram vinhos bastante simples, rústicos, com um pouquinho de gás, mas hoje existem alguns bastante elegantes e sofisticados.
Ainda assim, os rótulos dos vinhos verdes não têm muita padronização que ajude o consumidor a saber o que está levando. Não há, por exemplo, uma maneira única de indicar se o vinho passou por madeira ou não. Não existe uma classificação de qualidade entre eles como existe na Borgonha ou em Bordeaux.
Além do preço, as principais indicações de qualidade vêm da uva e da sub-região (e do prestígio do produtor, é claro, mas só quem entende muito de vinho decora nome de vários produtores).. Vinhos verdes só podem ser feitos com uvas autóctones. A uva mais famosa da região é, sem dúvida, a branca alvarinho. É uma uva que rende vinhos bastante elegantes e, em geral, meio caros. Entre as brancas, gosto muito também da loureiro, da avesso, da azal e da arinto.
O vinho verde tinto tem menos prestígio do que o branco. Das uvas tintas, a mais conhecida é a vinhão. À diferença da alvarinho, ela rende vinhos em geral mais rústicos, tintos bastante ácidos e tânicos. É comum fazerem espumante tinto de vinhão. Acompanha uma feijoada maravilhosamente bem. Melhor do que caipirinha. Recentemente, descobri a alvarelhão, que adorei. Essa, super delicada, rende vinhos claros, translúcidos, de boa acidez e aromas de frutos vermelhos.
Há nove sub-regiões. Se o vinho for um alvarinho, procure pela DOC Monção e Melgaço, onde o clima é um pouco mais seco e mais quente. No caso da loureiro, as melhores sub-regiões são Lima, Cavado e Ave. Para a avesso, Amarante e Baião. Amarante também produz bons tintos, assim como Paiva. Fora Monção e Melgaço, raramente a sub-região é mencionada no rótulo, mas muitas vezes ela aparece no contrarrótulo.
Veja a seguir o exemplo do Anselmo Mendes Alvarinho Muros Antigos 2022 (R$ 246,90, na Decanter):
1 – Assinatura do enólogo e produtor Anselmo Mendes, conhecido como Senhor Alvarinho por ser o profissional que mais explorou e que melhor domina esta casta branca. Este nome vale a pena você guardar.
2- Muros Antigos é uma linha da Anselmo Mendes Vinhos. A linha tem três rótulos diferentes: este alvarinho, um loureiro e um corte, que foi chamado de Muros Antigos Escolha.
3 – Alvarinho é a casta mais nobre da região demarcada dos Vinhos Verdes. Essa uva branca rende vinhos muito elegantes, com aromas, boa acidez e estrutura. É a mesma uva da albariño espanhola.
4 – Indica a safra. Os vinhos verdes são famosos pelo seu frescor. Portanto, na maioria dos casos, é melhor optar por vinhos jovens. No entanto, há vinhos verdes com um bom potencial de guarda. Especialmente, os alvarinhos. Este mesmo, segundo o produtor, tem um potencial de guarda de 10 anos. Outro rótulo dele, o Anselmo Mendes é descrito como tendo potencial de guarda de 20 anos. A dica é: se o vinho for barato, escolha a safra mais recente possível. Fuja, por exemplo, de vinhos de R$ 40,00 no supermercado da safra 2019. Se for caro, pode comprar safras mais antigas.
5 – Monção e Melgaço são duas vilas da região portuguesa do Minho. Nos seus arredores, estão as melhores condições de terroir para a alvarinho. Então, criou-se a denominação de origem controlada (DOC) Vinho Verde Alvarinho Monção e Melgaço, que só pode ser usada por vinhos produzidos com uvas alvarinho produzidas nessa sub-região. Já a DOC Vinho Verde pode ser usada por vinhos produzidos na região demarcada do Vinho Verde, que coincide mais ou menos com a região do Minho no mapa político de Portugal. Além disso, há uma série de regras para essas DOCs. Contudo, existem ainda vinhos que usam a indicação geográfica (IG) Minho, que tem regras menos rígidas. Ter a DOC é um sinal de qualidade.
6 – Indica o volume da garrafa.
7 -Anselmo Mendes, além de ser o nome do dono, é o nome da vinícola.
8 – Dosagem alcoólica 12,5%
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Fonte: Folha de São Paulo