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Foi com surpresa que muitos receberam a notícia de que a HBO, sinônimo de séries de qualidade há décadas, deixaria de ser um streaming por si só para dar lugar à Max, num divórcio entre as duas palavras que formavam, até ontem, a HBO Max.
Repaginada, com novo nome e cor, a plataforma estreia enfim no Brasil nesta terça-feira, dia 27, sob a promessa de se estabelecer como um serviço mais diverso, para além das séries ditas “premium”.
É que havia confusão entre os assinantes. Eles esperavam de qualquer série original da HBO Max o nível de produção elevado de “Succession”, “Game of Thrones” e “Família Soprano”, pensados para os canais da HBO na televisão.
“Eu quero que as séries da HBO sejam séries da HBO. Quero que sejam especiais e que formem uma marca própria”, disse Casey Bloys, CEO da HBO, num evento da empresa em Nova York em novembro.
A HBO deveria ser um pedigree, não uma agregadora de filmes e séries produzidos pelas mais diversas subsidiárias da Warner Bros. Discovery, empresa da qual faz parte, reiteram agora Fernando Medín, presidente de seu braço latino-americano, e Juan Solá, que chefia a parte de streaming da empresa no território.
Assim, a Max estreia no Brasil nove meses depois de passar pela mesma jogada nos Estados Unidos, incluindo na plataforma uma aba especial destinada apenas a séries da HBO. Esta é a terceira reencarnação do serviço, que até julho de 2020 atendia pelo nome HBO Go.
Da mesma forma, marcas como Cartoon Network, de programação infantil, Adult Swim, de desenhos adultos, Discovery, voltada a conteúdos de ciência e história, e Max Originals vão compor os conteúdos de um acervo de mais de 37.000 horas.
“A gente não está abandonando [a HBO], mas estamos aumentando a quantidade de conteúdo na plataforma, trazendo obras que não se encaixam nessa marca, como estilo de vida, comportamento, culinária. Queríamos ser mais abrangentes, porque no mercado de streaming não há espaço para todo mundo. Precisamos de uma proposta que atenda a todos, de uma marca aberta”, afirma Medín.
Com estreia marcada para domingo, “O Regime”, terceira parceria de Kate Winslet com a HBO, será o primeiro grande lançamento após a mudança da HBO Max para Max na América Latina. Para este ano ainda estão programadas as séries “O Simpatizante”, do sul-acoreano Park Chan-wook, “The Franchise”, de Sam Mendes, e “Pinguim”, derivado do filme “Batman”.
Em 2026, deve chegar ainda uma série que vai refilmar a trajetória que “Harry Potter” já traçou nos cinemas, readaptando todos os livros de J. K. Rowling, na estratégia de investir em personagens conhecidos que todos os grandes estúdios estão adotando.
Entre as prioridades de investimento estão ainda eventos ao vivo, como premiações e campeonatos esportivos.
O lançamento da Max no Brasil vem num momento bom para a Warner Bros. Discovery, que na semana passada se firmou como o primeiro conglomerado de Hollywood a conseguir obter lucro com sua plataforma de streaming por um ano completo. Foram US$ 103 milhões, ou cerca de R$ 513 milhões, no ano passado, após uma perda de US$ 2,1 bilhões em 2022.
No furor criado pela Netflix e potencializado pela pandemia, todos os estúdios tradicionais americanos passaram a investir pesado em plataformas de conteúdo sob demanda, mas em meio à concorrência crescente muitas empresas tiveram que pôr o pé no freio, já que as empreitadas estavam dando prejuízo.
A própria HBO Max passou por um momento semelhante e optou por cancelar produções que já estavam quase finalizadas e retirar de seu acervo conteúdos de baixa popularidade, conseguindo abatimentos nos impostos devidos nos Estados Unidos.
Questionados se a estratégia não contraria a própria essência do streaming, Medín e Solá dizem que a retirada faz justamente o contrário, já que essas produções acabam licenciadas para outras plataformas, ganhando sobrevida. Programas nacionais como “Jornada Astral” e “Sandy + Chef”, no entanto, deixaram a HBO Max há um ano e meio e não apareceram em lugar nenhum.
Outro desafio que a Max enfrentará é a regulamentação do streaming, discutida em Brasília e que tem entre suas propostas o estabelecimento de uma cota de conteúdos nacionais.
Medín titubeia ao ser questionado sobre o posicionamento no debate. “Isso [as normas estabelecidas pela regulamentação] está hoje no campo da especulação e do debate. Hoje é impossível saber qual vai ser a proposta adotada, mas há uma tendência geral de diálogo na indústria. Quando a proposta estiver clara, a gente vai correr atrás do que estiver estabelecido”, afirma.
Pensando nisso, a Max entra no terreno das telenovelas, com uma refilmagem de “Dona Beja” e a original “Beleza Fatal”. Também estão nos planos uma série baseada em “Cidade de Deus” e a animação “Astronauta”, dos quadrinhos de Mauricio de Sousa.
A Max estreia no Brasil com assinaturas mensais de R$ 29,90, no plano com anúncios, R$ 39,90 e R$ 55,90. Quem terá sua assinatura convertida para o novo serviço.
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Fonte: Uol