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Na onda de remakes que marcam a indústria dos games, a estratégia da Nintendo é clara. Prefere reembalar um game antigo com esmero que investir em emuladores para títulos na pista há décadas. Foi assim com “Super Mario RPG” no final do ano passado, e é assim agora com “Mario vs. Donkey Kong”, que chega ao Switch nesta sexta-feira, 20 anos após o lançamento para o Game Boy Advance.
O game de plataforma com quebra-cabeças de 2004 já era uma modernização do “Donkey Kong” de 1994, para Game Boy, e este, por sua vez, uma retomada do “Donkey Kong” seminal, de 1981, quando o Mario nem era Mario. Logo, o game que chega com uma nova roupagem ao Switch tem uma carga histórica, apesar de ser um título com menos vulto. Mesmo R$ 50 mais barato que grandes títulos da empresa, vale investir R$ 250 nele?
É, sem dúvida, uma produção competente, com um acabamento do mesmo nível de remakes recentes, que reproduz todo o conteúdo original e traz adições, como um modo local cooperativo e mais fases, num total de 130.
Pode ser divertido para quem quer entender a rivalidade desses dois ícones à moda antiga —o game todo consiste em pequenos percursos em que Mario deve resgatar seus bonecos do gorila Donkey Kong, que os raptou direto da fábrica.
A cada um, é preciso pular, se pendurar em cordas, ativar ou desativar blocos coloridos, esteiras e desviar de toda sorte de obstáculos e inimigos para pegar uma chave e resgatar os mini-Marios antes que o tempo acabe.
É um jogo que exige pensamento rápido para ver o quebra-cabeça e identificar a solução mais rápida. Os conjuntos de oito fases rápidas ao longo de 16 mundos diferentes —incluindo chefes e um percurso em que Mario deve guiar os bonecos de volta a um baú—, dão um tom dinâmico que casa bem com o console portátil. Em vez de uma maratona, a graça parece ser jogar aos poucos.
Para quem se preocupa com a duração do jogo, pode prever até dez horas de jogatina, somando as fases principais e os mundos adicionais mais difíceis.
É uma pena, porém, que mais da metade desse tempo não seja acompanhado de uma curva de dificuldade crescente. Nas primeiras quatro ou cinco horas, quando se atravessam oito cenários, culminando num duelo maior contra o Donkey Kong, o jogador percorre numa linha reta de desafio, e raramente deve perder —ainda mais com a adição de um modo casual, que salva o jogador da morte em até cinco vezes por fase.
O que encanta na franquia Mario é justamente seu design, capaz de abraçar os iniciantes, mostrar o caminho para o aperfeiçoamento e dar, aos poucos, desafios opcionais que só os mais experientes podem resolver.
Aqui, ao terminar a aventura nos primeiros oito mundos, cada um deles se desdobra num novo conjunto de níveis mais complexos. Também é possível rejogar as fases agora com um tempo mais limitado —mas não é um incentivo que anima de cara.
Por outro lado, ao chegar nos níveis dos mundos “expert”, o jogador pode até tomar um susto com o salto na dificuldade, que exige dominar as técnicas de pulo e ser mais preciso no tempo.
Apesar de não ser nenhum “Mario Kart”, a franquia perfeita para ser jogada em grupo, a adição do modo de dois jogadores é uma grata surpresa. A dinâmica muda um pouco: com um jogador na pele de Toad, a cada fase será preciso achar duas chaves, não apenas uma, para prosseguir.
A fidelidade da Nintendo ao seu material original é notável, mas é difícil não notar, nesse caso, um senso de incompletude —por que o “Mario vs. Donkey Kong” original não integra o catálogo do Game Boy Advance do plano Switch Online? E os outros games dessa pequena franquia, que teve sequências ainda no Nintendo DS e no Wii U, terão de aguardar na fila até quando para serem resgatadas?
Como qualquer meio artístico, os games precisam de preservação —um fardo que recai sobre a comunidade de fãs e, não raro, sobre a pirataria. Enquanto não cuida disso, porém, a Nintendo segue o roteiro, sabendo polir os troféus da sua estante.
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Fonte: Uol