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Guia de turismo Vanessa de Lima, natural de João Pessoa, mas que mora em Santiago há nove anos, narra como a crise ambiental no país tem afetado o turismo: ‘como se estivesse incendiando o nosso escritório’. Dezenas de casas queimaram em Viña del Mar, no Chile, após incêndios florestais
REUTERS/Rodrigo Garrido
Os incêndios florestais que atingem o Chile continuam a deixar destruição nesta segunda-feira (5). Com 112 mortes registradas até o momento, “é como se estivesse incendiando o nosso escritório de trabalho”, relata a guia de turismo Vanessa de Lima, que é de João Pessoa, mas mora em Santiago, capital do país, há nove anos.
Vanessa trabalha no que é conhecido como Vale Central do Chile — entre Santiago, a região da Cordilheira dos Andes, as vinícolas dos vales em torno de Santiago e a Costa Central, onde está incluída principalmente a região de Valparaíso.
“É um lugar que a gente frequenta, quem mora em Santiago e trabalha na costa, a gente visita três quatro vezes na semana. Então, conhecemos com intimidade e estamos vendo esses danos econômicos; estamos vendo a temporada sendo estragada completamente. Algumas famílias que estão perdendo a casa inteira, perdendo a fonte de renda”, afirma.
Vanessa de Lima trabalha como guia de turismo no Chile
Arquivo Pessoal/Vanessa de Lima
Já anunciado pelo presidente Gabriel Boric como uma “tragédia de grande magnitude”, os incêndios florestais que começaram na sexta-feira (2) já são o maior desastre natural do Chile desde 2010, quando um terremoto deixou cerca de 500 mortos.
Vanessa explica que o fenômeno não é incomum nesta época do ano e que a população tem se acostumado com terremotos e tsunamis — o Chile é um dos países mais sísmicos do mundo. Então, é uma sociedade que se prepara ou que se antecipa para os riscos das tragédias naturais.
O que chama atenção desta vez é o fogo em áreas urbanas, levando a perda de importantes, como 98% do Jardim Botânico Nacional de Viña del Mar. A cidade, junto com Valparaíso, é um dos destinos turísticos mais procurados do país. Ambas estão entre as áreas atingidas.
Incêndios florestais provocam destruição no Chile
As duas cidades são grandes destinos de veraneio. Muitas famílias chilenas vão pra passar de duas a três semanas, especialmente neste período de férias. É também é uma região muito turística para cruzeiros.
Vanessa explica que Viña del Mar é mais moderna, concentrando o verão na parte central do Chile em sua vida noturna marcada pelo Cassino Viña del Mar e o Festival de Música Viña del Mar. Já Valparaíso é uma cidade histórica, considerada patrimônio da humanidade pela Unesco.
“É uma área que nesse final de semana, por exemplo, seria uma das mais visitadas do país e que não recebeu os turistas previstos”, disse a guia de turismo.
Foto em Valparaíso – Vista de Viña Del Mar
Vanessa de Lima/Arquivo pessoal
Os incêndios já têm afetado seus negócios. Vanessa afirma que a maioria das agências não está realizando serviços regulares ou está se concentrando em fazer o transporte dos passageiros que já têm voos marcados e estão precisando sair da região.
Por enquanto, os danos estão sendo colaterais. Porém, com o recente toque de recolher aprovado para facilitar a circulação das equipes de resgate e com o transporte regular cortado nos finais de semana, toda a região está em movimento muito específico de reclusão e luto.
Vanessa de Lima com grupo de turistas no Chile
Arquivo Pessoal/Vanessa de Lima
“Nesse primeiro final de semana de fevereiro a gente já esperava que fosse um fim de semana com muito fluxo na estrada porque teria muita gente voltando, terminando as férias e muita gente começando as férias. Com as rodovias isoladas e os ônibus parados, a gente já entende que teve um um efeito econômico bastante significativo na região”, finaliza a guia.
De acordo com o Ministério do Interior, cerca de 14 mil casas foram danificadas pelos incêndios somente nas áreas de Viña del Mar e Quilpué.
Incêndios no Chile
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Fonte: G1