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Quem se interessa em ver um roqueiro veterano que deixou sua marca na história do rock mas há décadas não faz nada de muito relevante?
Mais ou menos 8.000 pessoas, a julgar pelo público do show do Slash nesta quarta-feira, em São Paulo, que quase lotou a casa de espetáculos onde o ex-guitarrista do Guns N’ Roses se apresentou com sua banda mais recente, Slash featuring Myles Kennedy & the Conspirators.
Como esperado, Slash subiu ao palco de cartola, calça de couro, óculos escuros e sua inseparável guitarra Gibson —só que desta vez não era para tocar “Sweet Child O’ Mine”. Sua atual banda está no quarto disco e só apresenta músicas próprias.
Eles tocam um hard rock arroz com feijão, que satisfaz mas não empolga. O público estava mais interessado em fazer selfies ou tiras fotos de Slash, e não cantava as músicas junto, porque talvez nem as conhecesse, se considerarmos que havia bem mais camisetas do Guns N’ Roses na plateia do que estampadas com o logo da banda no palco.
Dito isso, Slash não só toca muito bem e tira de sua guitarra um som inconfundível como ele é um showman, a ponto de quase virar uma caricatura de si mesmo. Levando isso em conta, a banda toda abre espaço para ele no palco, muito mais do que grupos de rock dão a seus guitarristas em apresentações ao vivo.
Praticamente todas as músicas têm solos de Slash, que passeia pelo palco como se estivesse em casa enquanto inclina a guitarra para a vertical na hora de dedilhar as cordas. Ele é a estrela. A plateia grita. O outro guitarrista fica ofuscado, até porque é difícil competir com um dos instrumentistas mais importantes da história do rock, que muita gente passou a adolescência ouvindo.
A apresentação em São Paulo foi o segundo dos quatro shows de Slash featuring Myles Kennedy & the Conspirators no Brasil. É de se admirar que um estilo de música —hard rock— e um guitarrista —Slash— que estão fora dos holofotes há bastante tempo ainda atraiam tanta gente. Todos sabem quem é o guitarrista da cartola, mas ninguém sabe o que ele fez depois do Guns N’ Roses.
Slash troca de guitarra algumas vezes durante o show, o que é um presente para quem gosta do som do instrumento, o protagonista da apresentação. A certa altura, a banda fez uma cover de “Always on the Run”, do Lenny Kravitz, uma música na qual a guitarra aparece bem mais do que nas outras.
Mas tudo bem. Tanto o público de cabelo branco quanto os jovens estavam ali para isso, mesmo —o resto era bônus.
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Fonte: Uol