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A primeira edição do Festival Maraty acontecerá em junho, do dia 14 ao 16, e promete levar à cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, shows, debates e exibição de filmes. Tudo isso de forma gratuita. O evento receberá artistas como Ritchie, Renato Teixeira, Dona Onete, Terno Rei e Trio Mocotó. Atrações internacionais devem ser anunciadas em breve.
O evento terá ainda um espaço dedicado ao audiovisual. É o Cinema da Praça, mostra de documentários sobre os principais nomes da música brasileira. Além disso, artistas e pesquisadores promoverão debates sobre esse tema.
A cada nova edição, o Maraty celebrará uma figura importante para o cenário musical do país. Elis Regina será a primeira artista homenageada em razão das comemorações dos 50 anos do álbum “Elis e Tom”.
“Haverá debate, documentário sobre a Elis e shows de artistas que colaboraram com ela”, diz João Marcello Bôscoli, filho da cantora e organizador do festival. “Evidentemente, a gente vai soltar coisas inéditas durante o show, como trechos de conversas dela. Então, é para quem é fã mesmo da Elis.”
O músico diz que o evento nasceu da vontade de formar novas plateias e de criar espaços onde seja possível desacelerar das demandas cotidianas.
Por essa razão, Paraty foi escolhida para receber o festival. “É uma cidade mágica em que você consegue caminhar pelas ruas e ter aquela sensação de acolhimento e de encantamento. O público já fica num estado de espírito muito interessante para ouvir música.”
O festival deve impactar de forma positiva a economia local. Segundo os organizadores, pelo menos 80% dos trabalhadores do evento serão moradores da cidade. Além disso, serviços como iluminação, som e montagem de tendas serão realizados por empresas do próprio município.
“Não queremos atrapalhar o dia a dia da cidade, mas deixar algumas sementes no local para que possamos ser queridos pela população. É um festival que pertence à cidade. Por isso, queremos que ela se sinta parte do evento e tenha o desejo de prestigiar”, diz Bôscoli.
O desejo de integrar o festival a Paraty motivou o convite para que artistas locais realizassem apresentações. Segundo o músico, essa é uma forma de valorizar as expressões artísticas da região. “A gente fala muito das matrizes musicais brasileiras e essas matrizes estão justamente em Paraty, onde há quilombos, aldeias e povoados.”
Segundo ele, a gratuidade é uma característica importante do Maraty por democratizar o acesso à arte. “A questão financeira é a diferença entre poder ir ou não ir a um evento.”
O jornalista musical André Barcinski faz coro a essa opinião. Organizador do evento ao lado de Bôscoli, ele diz que a gratuidade torna o Maraty diferente dos outros festivais. “Via de regra, não são acessíveis para grande parte da população. Eles têm preços altos não porque os promotores são ambiciosos, mas porque é caro mesmo fazer show no Brasil.”
Barcinski considera o ecletismo do line-up outra característica importante. Subirão no palco artistas de gêneros como carimbó, pop, rock, soul, afrobeat e jazz.
Ele acrescenta que muitos eventos de música atualmente priorizam artistas com milhões de seguidores para atrair as pessoas. “Isso é compreensível, mas a gente acha que faltam festivais que veem a música como um instrumento de formação de público”.
É justamente essa lacuna que o Maraty pretende preencher. “A gente quer que um adolescente veja Dona Onete, a rainha do carimbó, e pire nesse ritmo”, diz Barcinski. “A filosofia do festival é substituir o algoritmo pela curadoria.”
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Fonte: Uol