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Ao final da cerimônia do Emmy na madrugada da última terça (16), “Better Call Saul” entrou para uma lista indesejada: a de séries que nunca ganharam um prêmio da Academia de Televisão, o mais prestigioso do meio.
Prêmios como o Oscar, os Emmys e (principalmente) o Globo de Ouro não querem dizer nada, exceto quando o seu favorito ganha. Mas ainda que a Academia de Televisão distribua láureas em mais de 120 categorias (até o Barack Obama tem dois), vira e mexe alguém sai de mãos abanando, mesmo depois de temporadas e temporadas.
“Better Call Saul” (Netflix), seriado derivado de “Breaking Bad”, entrou para essa lista na madrugada de terça (16), apesar de ter somado 53 indicações ao longo de seis temporadas. A situação causou revolta entre fãs —como sói acontecer— e entre críticos (acho que o Alan Sepinwall, da Rolling Stone, não deve ter dormido essa semana, só de raiva de ver Rhea Seehorn sair do auditório sem nenhuma estatuazinha).
Mas “Saul” não está sozinho: há muitas séries consideradas de alta qualidade, favoritas da audiência e dos especialistas, que nunca foram premiadas. Sintoma do “peak TV”, mas também das regras do jogo, da composição do colégio eleitoral, da competição, do acaso.
Listo aqui cinco outras séries que também nunca levaram um Emmy para casa, apesar das expectativas e de seu prestígio.
“The Leftovers”
Baseada no livro de Tom Perrotta de mesmo nome e contando com o autor entre seus roteiristas, “The Leftovers” é, sem dúvidas, a minha série favorita (o que isso diz sobre mim caberá ao leitor julgar).
A história se passa três anos após um acontecimento global inexplicado e inexplicável: num mesmo instante, em 14 de outubro de 2011, 2% da população mundial simplesmente desapareceu sem deixar rastros. Quem ficou para trás tem agora que achar um jeito de continuar vivendo num mundo onde nem a ciência nem a religião têm respostas.
Além dos roteiros, guiados por Damon Lindelof (cocriador de “Lost”, mas que aprendeu a lição e não tenta solucionar mistérios mais), da direção experiente de Mimi Leder e da trilha sonora de Max Richter, a série merecia atenção por seu elenco, em especial a sempre excelente Carrie Coon (“A Idade Dourada”). Em três temporadas, “The Leftovers” recebeu apenas uma indicação, para Ann Dowd, como atriz convidada.
HBOMax. Três temporadas, 28 episódios.
“A Escuta”
Criação do irascível David Simon, inspirada em seu tempo como repórter policial no jornal The Baltimore Sun, “A Escuta” (ou “The Wire”) é sempre o primeiro exemplo citado de série que foi injustiçada pelos Emmys (mas esta lista é minha! Mua-hua-hua!).
Elogiada por sua visão dos problemas sistêmicos de Baltimore (e dos Estados Unidos como um todo) com relação à guerra às drogas, o trabalho policial, a política, a educação e a mídia, a série foi indicada duas vezes ao Emmy, ambas na categoria de roteiro, mas nunca ganhou. Mesmo seu grande e talentoso elenco, que contava com nomes como Idris Elba, Amy Ryan, Michael K. Williams e Wendell Pierce, passou sem ser notado pela academia.
HBOMax. Cinco temporadas, 60 episódios.
“Jornada nas Estrelas”
Às vezes, a ignorância do Emmy é um sintoma do excesso de televisão disponível. Esse, porém, não é o caso da versão original de “Jornada nas Estrelas”, que foi ao ar quando havia apenas três canais nos Estados Unidos.
Criado por Gene Roddenberry, o seriado acompanha a tripulação da Enterprise, uma nave da Frota Estelar que tem a tarefa de explorar a Via Láctea em busca de novos planetas e formas de vida (onde nenhum homem foi antes etc.).
Em retrospecto é fácil ver a enorme influência que a série teria sobre a cultura pop nas décadas seguintes, mas durante sua exibição as 13 indicações acumuladas (incluindo de Melhor Série – Drama e Melhor Ator Coadjuvante – Drama, para Leonard Nimoy) nunca se converteram em vitórias. Em 2018, a Academia de Televisão reconheceu a importância cultural do programa com o Governors Award.
Netflix. Três temporadas, 79 episódios.
“Bojack Horseman”
A melhor série original da Netflix, sobre um ator decadente de sitcoms dos anos 1990 que também é um cavalo antropomorfizado, foi indicada a apenas três Emmys ao longo de suas seis temporadas: duas vezes na categoria de melhor série de animação, e uma para a atuação vocal de Kristen Schaal.
Não há vergonha nenhuma em perder para “Bob’s Burgers” ou “Os Simpsons” (talvez um pouco de vergonha em perder para Seth McFarlane, de “Family Guy”), e são poucas as categorias da premiação voltadas para animações, mas não deixa de ser lamentável que o design de produção cuidadoso, os roteiros que equilibram com finesse drama e sátira e o restante do elenco vocal, com Will Arnett, Alison Brie, Amy Sedaris e Paul F. Tompkins, tenham ficado sem nenhum reconhecimento.
Netflix. Seis temporadas, 77 episódios.
“The Good Place”
Nem a premissa esperta de “The Good Place”, que esconde ervilhas de filosofia em cada colherada de piadas absurdas, dando uma cara de Programa Importante para uma sitcom, foi capaz de angariar o tipo de aprovação necessário para garantir Emmys.
Na série, Eleanor Shellstrop (Kristen Bell) acorda no “Bom Lugar” depois de morrer, cercada de pessoas boas e pronta para seu descanso eterno em condições perfeitas. O único problema é que ela foi uma pessoa ruim em vida, e até ela sabe que aquele não é o seu lugar.
Em quatro temporadas, a série somou 12 indicações, inclusive de Melhor Comédia e várias para seu forte elenco, encabeçado por Bell e o lendário Ted Danson.
Netflix. Quatro temporadas, 50 episódios.
O QUE ESTÁ CHEGANDO
As novidades nas principais plataformas de streaming
“Cristóbal Balenciaga”
Minissérie espanhola sobre o período em que o famoso estilista espanhol, interpretado por Alberto San Juan, viveu em Paris, a partir de 1937, e sua rivalidade com Christian Dior, Coco Chanel e a cena de moda francesa.
Star+, seis episódios.
“Folhas de Outono”
Pequeno romance do finlandês Aki Kaurismaki sobre um homem alcoólatra e uma moça solitária, que se encontram e desencontram pelo acaso.
Mubi, 81 min.
“Hazbin Hotel”
Animação musical inspirada numa websérie sobre uma princesa do Inferno que decide tentar reabilitar demônios para lidar com a superpopulação no andar debaixo.
PrimeVideo. Uma temporada, oito episódios. Os quatro primeiros estreiam nesta sexta (19), e dois em cada semana seguinte.
“June”
Documentário sobre June Carter Cash, com imagens inéditas da vida da cantora e compositora, indo além de sua relação com John Cash.
Paramount+, 98 min.
“Um Pesadelo Americano”
Documentário true crime sobre o sequestro de Denise Huskins, a quem a polícia de Vallejo, na Califórnia, acusou de forjar o próprio sumiço, à la “Garota Exemplar”.
Netflix, três episódios.
“Ponto Final”
Sandra (Roberta Rodrigues) e Ivan (Rodrigo Sant’Anna) compartilham um local de trabalho (ela é motorista de ônibus, e ele, de van clandestina no mesmo terminal carioca), uma casa e um divórcio.
Netflix, sete episódios.
“Tipo Isso”
Sabi (Bilal Baig) é uma pessoa não binária que trabalha em Toronto como babá de uma família aparentemente perfeita, mas que esconde suas complicações. Não bastasse, a própria família tradicional paquistanesa de Sabi não aceita sua identidade, o que é a fonte de muito estresse.
A terceira temporada, com oito episódios, chegou ao Brasil nesta quinta (18).
HBOMax. Três temporadas, 24 episódios.
“Wonka”
Chega às plataformas digitais a nova história sobre o chocolateiro Willy Wonka, desta vez vivido por Timotheé Chalamet. O musical, dirigido por Paul King (dos filmes do urso Paddington), conta a origem do homem que se tornaria o maior fabricante de chocolates e doces especiais do mundo.
Disponível para aluguel a partir de domingo (21) em Amazon, Claro TV+, YouTube, Vivo Play, Watch Brasil, Microsoft, e Apple TV. 116 min.
VEJA ANTES QUE SEJA TARDE
Uma dica de filme ou série que sairá em breve das plataformas de streaming
“Os Outros”
Grace (Nicole Kidman) vive em uma mansão no interior inglês com seus dois filhos alérgicos ao sol. A casa, porém, começa a parecer ser mal-assombrada e Grace fará de tudo para proteger sua família.
Disponível na Mubi até o dia 31.jan. 105 min.
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Fonte: Uol