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Certamente você vai tomar vinho um rosé neste verão. O vinho rosé está na moda. Como já demonstrei no post Vinho rosé: a outra onda cor-de-rosa, o consumo desse tipo de vinho vem crescendo sem parar desde o início do milênio. Muitas vinícolas que não produziam rosé agora produzem. A grande maioria delas busca algo no “estilo Provence”.
Dizer que um vinho rosé lembra um provence parece ser o maior elogio que se pode fazer a ele. Mas o que isso quer dizer? Provence é uma região do sul da França próxima ao Mediterrâneo. Nessa região, a produção de vinhos é especializada em rosés, apesar de haver também tintos e brancos. São rosés claros, com aromas delicados de frutas, lavanda e ervas da Provence, que conquistaram o mundo com sua elegância.
Se quer começar a explorá-la, um bom começo é entender o que está escrito nos rótulos. Aqui pego como exemplo o Château Roubine, um vinho especial, trazido pela World Wine, que está em oferta R$ 220,00. Há provences mais baratos, mas raramente eles vão custar menos de R$ 100,00.
Veja abaixo como ler seus rótulos.
1 – Château Roubine
Esse é o nome da vinícola e também o nome do vinho. É comum na França o vinho principal de uma vinícola levar apenas o seu nome.
2 – Cru Classé
Assim como na margem esquerda de Bordeaux, a classificação na Provence é feita em relação às propriedades, não em relação aos vinhos (como na margem direita de Bordeaux) e nem em relação a um terreno que pode abranger várias propriedades (como na Borgonha, em Champagne e na Alsácia).
Essa classificação data de 1955, quando 23 vinícolas, com base no prestígio que já tinham, conseguiram que suas propriedades fossem classificadas como cru classé pelo Instituto Nacional da Origem e da Qualidade (INAO) francês. Um cru é um pedaço de terra e classé quer dizer de classe, superior. Hoje são apenas 18 os cru classé da Provence, pois cinco dos originais deixaram de produzir vinhos. O Château Roubine é um dos poucos cru classé que ainda é uma vinícola familiar.
3 – Premium
Esse é o nome da linha, um nome dado pelo produtor que não tem nada a ver com as regras de rotulagem da região.
4- Côtes de Provence
Côtes de Provence é de longe a maior das três denominações de origem controlada (AOC) da Provence, com 20,3 mil hectares. Além dela, existem as AOCs Coteaux d’Aix-en-Provence (4,4 mil ha) e Coteaux Varois en Provence (3 mil ha). Então, é provável que a maior parte dos vinhos da Provence que você provar sejam Côtes de Provence. Por lá, 92% dos vinhos produzidos são rosés.
Uma AOC é uma região delimitada e também um conjunto de regras que os produtores devem seguir caso queiram estampar o nome da AOC nos seus rótulos. A principal delas é que os vinhos só podem ser feitos com uvas daquela região. No caso de Côtes de Provence, os vinhedos podem render no máximo 5,5 toneladas por hectare. Esse é um rendimento bastante baixo. Isso garante qualidade, pois os compostos que interessam ficam mais concentrados. Porém, eleva os preços já que o número de garrafas produzidas é menor.
As principais uvas tintas de Côtes de Provence são cinsault, grenache, mouvedre, syrah e a menos conhecida tibouren, que é perfeita para rosés, por sua elegância. Os rosés de Côtes de Provence são rosa claro, leves, com aromas de rosas e lavanda, frutas vermelhas, pêssego, melão, cítricos e marshmallow. Na boca, eles são redondos, com uma acidez na medida.
Dentro da Côtes de Provence, há cinco microrregiões que conquistaram o direito de escrever seu nome no rótulo. É o que eles chamam de designação de terroir. São elas Côtes de Provence Sainte-Victoire, Côtes de Provence Fréjus, Côtes de Provence La Londe, Côtes de Provence Pierrefeu e Côtes de Provence Notre-Dame des Anges. Pertencer a uma dessas designações é um sinal de qualidade, mas ser apenas Côtes de Provence não é demérito algum. Há vinhos especiais que não têm designação de terroir, como é o caso do Château Roubine.
Reparem que não aparece a safra no rótulo principal. Neste caso, ela está no contrarrótulo. Procure sempre por ela quando for comprar um rosé. Rosés comuns têm de ser muito jovens, um ou dois anos no máximo. Porque estragam com muita facilidade. Perdem o frescor. No caso de rótulos especiais, como um cru classé, o vinho costuma aguentar mais. Mesmo assim, o Château Roubine que está no mercado é de 2021, ainda bastante jovem, e eu o tomaria agora, não esperaria.
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Fonte: Folha de São Paulo