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A Netflix quer encher os bolsos com os assaltos de “La Casa de Papel” de novo. Sucesso absoluto de audiência do streaming, e marco da cultura pop dos últimos anos, a série espanhola vai ganhar uma trama derivada que volta no tempo e conta o passado de Berlim, um dos personagens mais queridos dos fãs.
Em “Berlim”, que estreia nesta sexta-feira, o bandido ainda se apresenta como Andrés de Fonollosa. Vivido por Pedro Alonso, o personagem comanda uma quadrilha que planeja roubar o equivalente a € 44 milhões em joias numa única noite. O objetivo deles é adentrar o subterrâneo para alcançar o tesouro por meio das catacumbas de Paris.
É uma série feita nos mesmos moldes de “La Casa de Papel”. Estão aqui os planos de roubo megalomaníacos e os criminosos que parecem mais adolescentes travessos. O roteiro volta a apostar também na mistura de ação desenfreada, humor e romance que já tinha dado certo no seriado original, desta vez com uma pitada a mais de tensão sexual.
Tentar fazer uma espécie de comédia romântica foi o jeito que os criadores encontraram de diferenciar “Berlim” de “La Casa de Papel”, eles dizem.
“Me perguntaram recentemente se a série estrearia mesmo perto do Natal. Foi como se a pessoa questionasse ‘como vão fazer uma série familiar com esse senhor psicopata, assassino, que diz barbaridades e que é tão sombrio?’”, conta Esther Martínez Lobato, uma das roteiristas de “La Casa de Papel”, por videoconferência.
“Queríamos que as pessoas pudessem desfrutar ‘Berlim’ sem ver a opressão, o sequestro, as armas, a violência e a ansiedade que havia na série original. Precisávamos buscar a tensão e o interesse em outros lugares e também oferecer ao espectador uma alternativa aos telejornais. O mundo estava ficando complicado”, diz.
Só que a nova série não é tão fofa como os autores fazem parecer. Na história, Berlim busca uma amada e seus colegas vivem seus próprios romances, é verdade, mas o que mais interessa é o desenrolar do roubo e as falcatruas que fizeram o bandido virar destaque entre os espectadores.
Isso é um ponto positivo. Afinal, “La Casa” fisgou sua audiência justamente por envolver personagens que se equilibram entre a canalhice e o carisma em esquemas de roubos cheios de reviravoltas e completamente irreais.
Os autores de “Berlim” garantem continuar pouco interessados em escrever histórias realistas. “Nunca tentamos retratar a vida real, isso é entediante. O espectador é livre para escolher se verá essa história com certo nível de fantasia”, afirma Álex Pina, criador do universo.
Ele já escreveu uma série de absurdos. Nas primeiras temporadas de “La Casa”, os assaltantes invadem a Casa da Moeda espanhola montados em motos, viram mocinhos aos olhos da população, fazem guardas de bobos e convencem uma policial bem-sucedida a largar sua carreira para virar assaltante e viver uma paixão avassaladora.
Isso nunca foi problema para os milhões de fãs que a série conquistou ao redor do mundo. No Brasil, a trama rendeu um hit de funk do MC WM com o artista e dançarinos vestidos com os macacões vermelhos dos assaltantes no clipe. Réplicas da máscara usada pelos personagens podem ser compradas em centros comerciais até hoje.
Depois de “La Casa de Papel”, outras produções de países que não sejam os Estados Unidos ou o Reino Unido fizeram sucesso mundial no streaming. O maior destaque é a sul-coreana “Round 6”, que virou a série mais vista de todo o catálogo da Netflix em 2021. Bombaram também a alemã “Dark” e uma série de doramas, as novelas asiáticas.
Os criadores creditam o sucesso desses títulos ao poder de exportação do streaming. Dizem que era impossível ver uma série espanhola atravessando fronteiras geográficas antes de plataformas como a Netflix se espalharem pelo mundo.
“O conteúdo que podíamos ver era o que o grande gigante americano exportava, que tinha a capacidade de chegar a qualquer canto. Nós tínhamos muito mais dificuldade”, afirma Pina, o roteirista.
Quando “Berlim” foi anunciada, em 2021, deu a impressão que os criadores estavam fazendo mea-culpa por —atenção, spoiler de “La Casa de Papel”— matarem o personagem na segunda temporada da série. Prova disso é que a série nunca esqueceu Berlim, exibindo flashbacks do passado dele mesmo que isso pouco importasse para a trama principal.
Os roteiristas riem ao serem questionados se lançar “Berlim” é uma forma de pedir desculpas aos fãs e garantem que não. Mas é o que parece.
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Fonte: Uol