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Na última coluna do ano, virou tradição fazer um panorama sobre os livros em que devemos ficar de olho depois da virada. E é satisfatório ver que as editoras brasileiras já asseguraram, para 2024, algumas das obras mais comentadas no exterior neste ano.
É o caso de “Monsters”, ensaio da crítica Claire Dederer sobre a relação do público com a arte feita por pessoas horríveis, já arrematado pela Record; “Chain-Gang All-Stars”, distopia sobre prisioneiros negros obrigados a lutar como gladiadores contemporâneos, na Fósforo; “Doppelganger”, obra da canadense Naomi Klein sobre como a tecnologia impulsiona a máquina de fake news da direita, na editora Carambaia; e “Bartleby and Me”, com as memórias do jornalista nonagenário Gay Talese, já confirmadas
na Companhia das Letras.
A editora também vai publicar o livro ainda inédito de Salman Rushdie, “Knife”, baseado no ataque violento sofrido pelo autor no ano passado. A Boitempo também traz, junto com o lançamento mundial, o próximo de Judith Butler sobre a relação da política conservadora com os temas de gênero. A autora, aliás, também terá sua tese de doutorado publicada pela Autêntica.
A Record virá com inéditos de Gabriel García Márquez, em livro póstumo, e de Adélia Prado, que está mais viva do que nunca. Karla Monteiro deve publicar sua biografia de Leonel Brizola na Companhia, e diversas casas terão livros para marcar os 60 anos do golpe militar, como a obra de Bruna Ramos da Fonte sobre música de protesto na Rocco e as ponderações de Heloisa Teixeira na Bazar do Tempo.
Voltando à seara das biografias, Joselia Aguiar finaliza a da artista plástica Djanira para a Todavia; a DBA investe numa do pianista Nelson Freire e a Globo Livros lança a de Susana Vieira. Enquanto isso, a Intrínseca edita as memórias de RuPaul e o perfil de Gilberto Braga elaborado pelo jornalista Artur Xexéo antes de sua morte e terminado por Mauricio Stycer.
Jon Fosse, Nobel de Literatura mais recente, ganhará novas obras na Companhia, na Fósforo —que segue também com novidades da Nobel anterior, Annie Ernaux— e no Círculo de Poemas, onde ganhará uma antologia. Outras autoras que têm circulado bastante também terão inéditos, como é caso de Camila Sosa Villada, Chimamanda Ngozi Adichie, Saidiya Hartman, Olga Tokarczuk, Deborah Levy, Anne Carson e Leïla Slimani.
Além disso, a Elefante continua a investir em novos livros de bell hooks, uma das intelectuais negras que mais pululam nas prateleiras de leitoras e leitores; e a Relicário reúne a prosa da argentina Alejandra Pizarnik e a poesia completa da mineira Maria Lúcia Alvim.
Também vale a pena ficar de olho na produção de editoras independentes. A Bazar do Tempo põe suas fichas em dois livros da uruguaia Cristina Peri Rossi, da geração do boom latino-americano, e a Dublinense aposta tudo na “Trilogia dos Gêmeos” da húngara Ágota Kristóf, que também virá editada na Nós, enquanto a Moinhos destaca a colombiana Marvel Moreno.
A 34 terá “Cartas a Theo”, com textos de Vincent van Gogh ao irmão, alguns inéditos; na Planeta, o sambista Martinho da Vila experimenta autoficção em “Martinho da Vida”; e na Todavia, o cineasta Werner Herzog conta sua vida num livro intitulado simplesmente “Every Man for Himself and God Against All” (cada homem por si e Deus contra todos).
A Sextante será outra editora de peso a investir mais nos livros infantis, com 17 lançamentos em um filão a que casas como Todavia, Nós e Pallas se dedicaram com grande afinco no último ano.
Entre os autores brasileiros com livros para sair do forno estão Michel Laub, Socorro Acioli, Tatiana Salem Levy, Stênio Gardel, Tati Bernardi, Lorena Portela, Marcelo Gleiser, Mariana Salomão Carrara e Cidinha da Silva. E um dos maiores escritores da história da nossa literatura, Graciliano Ramos, entra em domínio público, o que deve render uma série de novas edições. Ou seja: leitura boa não vai faltar em 2024.
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Fonte: Uol